Capítulo 22

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"Belo ninho," Rap Monster comentou enquanto nos sentávamos à volta da minha mesa de café, os seus olhos explorando o apartamento por baixo dos seus óculos de sol. Eu enruguei o nariz com desgosto.

"Não chames o meu apartamento de ninho," eu respondi claramente. "Por favor."

"Ele está tentando se integrar na cultura Americana urbana mais," V explicou, revirando os olhos. "Já ouviste o Inglês dele?"

Eu olhei para o demonio mais alto com cautela. 
"Não tenha a certeza se quero," Eu ri levemente. Rap Monster grunhiu e cruzou os braços.

"Que seja, gente, apenas que seja," ele bufou.

Nos sentamos em volta da mesa de café silenciosamente, esperando para algo acontecer. V começou a roer as suas unhas, Rap Monster olhava para os seus sapatos, e Suga tinha uma expressão neutra e brincava com os seus olhos na parede atrás de mim. Eu suspirei.

"Okay, porque vocês estão aqui?" Eu disse finalmente. "Não têm... coisas... no Inferno?"

Rap Monster se encostou no sofá.
"Nós queríamos ver como estavas," ele respondeu. Eu mordi o meu lábio.

"Porque Jungkook está morto?" A minha voz entalou na ultima palavra, e eu esperei que eles não notassem.

"Exatamente." Suga redirecionou os seus olhos para mim. "Jungkook obviamente se importava com você, e como ele é nosso irmão, nós também nos importamos com você."

"Ele está mesmo morto?" Havia esperança na minha voz. "Ele está no Inferno outra vez?"

Rap Monster assentiu gravemente. "Yeah, ele está morto," ele respondeu, "e ele está no Inferno. Mas não é como pensas. Nós não podemos visitar ou falar com ele porque ele está em Tartarus."

"Tartarus...?"

"É um poço sem fundo no Inferno," ele explicou. "É onde todos os monstros vão depois da morte, e é literalmente apenas um buraco negro de maldade. Não podemos ir lá."

Os meus olhos arregalaram. Jungkook não merecia ficar em um abismo escuro. Ele era um demónio, mas não era maquiavélico. Eu nem considerava seus irmãos maquiavélicos. Eles não tinham alma, mas não significa que eles não tinham compaixão.

"Hades não... não pode trazer ele de volta?" Eu balbuciei. "É o pai dele."

V abanou a sua cabeça tristemente. "Como deus do Inferno,  é Hades que sabe melhor que não podes combater a morte. Ele faria, mas não pode. É contra tudo o que ele reforça. Mais, ele está um pouco ocupado com a guerra e tudo mais."

Os meus espíritos caíram. "Então o que devo fazer?" Eu exigi. Num sussurro, eu adicionei, "Eu não posso... não posso criar esta criança sozinha."

Os três pares de olhos imediatamente foram de encontro à minha barriga, que tinha agora um pequena, veramente notável volume.

"V-Você-" Gaguejou V.

"Jungkook-" Suga se engasgou.

"Oh meu Deus," respirou Rap Monster.

"Yeah," Eu permaneci inexpressiva. "O que devo fazer?"

Ocorreu um silêncio constrangedor. Os três demónios precisaram de alguns segundos para se recomporem e acabar com o choque. Esperei pacientemente.

Rap Monster limpou a garganta.
"Bem," ele começou, escolhendo as suas palavras cuidadosamente, "monstros regeneram já que não têm alma. A certo ponto, Jungkook irá voltar, mas..."

Eu parei de respirar. Jungkook iria voltar. Morte não era o fim para ele, e não era o fim para nós. Eu iria voltar a vê-lo.

"Sabes quanto tempo irá durar?" A minha voz tinha um toque de esperança nela, o mais positivo que suou num bom tempo. Rap Monster fez careta.

"O problema é que, não sabemos quanto tempo vai durar," ele admitiu. "Pode durar umas poucas semanas, ou pode demorar um século."

"Oh."

"...Maaaaaas," V contrapôs, "nós faremos o que podemos para ajudar até lá. Somos família, certo?"

Eu sorri fracamente.

-

"Oh meu Deus!" Eu gritei, mordendo o meu punho para não começar a chorar ali mesmo. "ALGUÉM ME MATE JÁ!"

"Senhora, o seu marido está cá? Está cá algum familiar consigo?" Uma das enfermeiras perguntou, me oferecendo um olhar penoso. Eu não a culpava. A grande maioria das mulheres dá à luz com o marido ao seu lado, mas o meu estava correntemente doente. A dor das contrações tinha enevoado a minha mente, mas eu me forcei até à superfície e tentei pensar numa forma de trazer um dos rapazes aqui.

"Y-Yeah," eu respirei, assentindo furiosamente, "O meu, err, irmão está aqui. Por favor vá buscar ele agora!"

"Qual é o seu nome, senhora?"

"Ahhhh... Uh... Choi T-Taehyung," Eu disse ofegante, esperando que um dos três demónios entendesse e fingisse que era meu irmão. A enfermeira saiu rapidamente e chamou por um Choi Taehyung, e pouco depois, V entrou no pequeno quarto no qual eu me contorcia em dor.

"Olá, Scarlet," ele disse com indiferença, caminhando até ao meu lado. "Como está indo?"

"Eu estou dando à luz o seu sobrinho," eu respondi com os dentes cerrados, suando pela minha testa enquanto a contração anterior desaparecia. "Como você acha que está indo?"

"Tudo bem, tudo bem, do que precisas?" Ele rapidamente agarrou  numa toalha e começou a pressionar gentilmente na minha testa com ela.

"Suporte moral."

"Ah, okay, eu entendi." Ele me deixou agarrar na sua mão, e ele nem estremeceu quando eu a apertei com toda a minha força. Me estendendo completamente, esperei que a contração terminasse, mordendo o meu labio e suprimindo um grito de dor.

"Hey, vai ficar tudo bem," V me assegurou. "Vais ter um pequeno Jungkook a correr às voltas. Não vai ser ótimo?"

"Nao, não vai," eu gemi, me engasgando num soluço. A dor aguda na minha barriga não terminava. "ESTOU COM DOR AGORA NÃO QUERO SABER DE NADA."

Apenas depois, o doutor entrou rapidamente, flanqueado com enfermeiras, incluindo a enfermeira que foi buscar "Taehyung".

"Como se sente, Srª Jeon?" Ele perguntou, estudando a sua prancheta. Para uma das enfermeiras, ele perguntou, "Ela já tem dez centímetros?"

Então, veio outra contração, e desta vez, foi a força toda. Enquanto o raio de força atingia o meu corpo, eu me agarrei à mão de V e gritei em agonia, suor revestindo a minha pele. Apertei os meus dentes e apertei meus olhos, minhas lágrimas sendo forçadas a sair no processo. Uma das enfermeiras verificou debaixo do cobertor que cobria as minhas pernas e assentiu. V sussurrou alguns comentários de encorajamento que eu não conseguia ouvir com a dor, e eu tentei me recompor novamente.

"Está pronta para entregar o seu bebé?" Perguntou o doutor, verificando as máquinas.

"Eu... não... tenho... escolha, tenho?" Eu ofeguei, apertando bastante a mão de V. O doutor riu antes de virar toda a sua atenção para mim. "Apenas tire de dentro de mim."

"Desculpe," ele ofereceu com um sorriso empático, reunindo as enfermeiras em suas posições para entregar infantes. "Comece a puxar assim que estiver pronta."

Dark(Jungkook - BTS)(PortugueseVersion)Where stories live. Discover now