Dark(Jungkook - BTS)(PortugueseVersion)

Capítulo 19

"Scarlet, é Dia das bruxas!" Jungkook gritou, me abanando para acordar. "É Dia das bruxas!"

Eu grunhi e cocei os olhos aborrecida, me sentando e o encarando com uma expressão cansada. "Sim, e então? Isto é a Coreia do Sul."

"Então..." Os olhos de Jungkook brilharam com entusiasmo. "Há uma casa assombrada."

"E por que diabos você me sugeria a ir lá?"

"Eu encontrei uma no qual o tema é o Inferno," ele respondeu, segurando o seu telemóvel. O ecrã mostrou a morada de Children's Grand Park, que era demasiado longe do nosso apartamento, no qual tinha o tema de "Noite no Inferno" para o Dia das bruxas deste ano. Mesmo sendo que a Coreia não celebra o Dia das Bruxas, alguns lugares entraram no espírito para as crianças e os turistas.

"E...?"

"Queres ir ver apenas o quanto parecido aquilo é?" O sorriso de Jungkook esticava a sua cara como um alargador. "Vamos ver alguns demónios?"

Eu bufei. "Tu queres que a gente vá a uma casa assombrada para ver imitações baratas, inexatas da tua vida?"

"Sim." O sorriso de Jungkook era persistente. Eu suspirei depois de uma longa pausa.

"...Okay, vamos depois de escurecer, então."

Ao cair da noite, Jungkook e eu não vestimos numa roupa quente, preta-- apenas crianças e estrangeiros faziam aquilo de mascarar na Coreia do Sul-- e fomos para o parque de diversões.

Teias de fingir decoravam os arbustos, e o parque reluzia com luzes roxas e vermelhas. Crianças pequenas corriam com os seus costumes, e uma multidão de turistas estava também disfarçada. Os quiosques serviam comida normal, mas com nomes baseados no dia das bruxas. A casa assombrada era um prédio alto, negro tocando música estranha, e não tínhamos que subir algumas escadas para a entrada, que era lá no topo.

"Você consegue sobreviver os cinco patamares do Inferno?" Eu li alto, olhando para a placa em frente. Aquilo me embaraçou apenas de olhar. Eu me virei para encarar Jungkook. "Jungkook, isto parece ridículo."

Jungkook riu. "Vai ser divertido, prometo," ele insistiu, me empurrando pelas escadas acima para chegarmos á entrada. "Não pode ser mais assustador do que tudo pelo que já passaste."

"Não é suposto mulheres grávidas não poderem ir a casas assombradas?" Perguntei, levantando uma sobrancelha, apontando para a minha barriga de bebé ainda-inexistente. Jungkook acenou discordando.

"Isso é porque elas ficam assustadas, mas só vamos para nos rirmos de tudo," Jungkook respondeu com calma. Eu revirei os olhos, mesmo sendo verdade. É preciso bastante para me assustar nesses dias.

"Vamos fazer isto, então," eu resmunguei. Jungkook riu e entramos. A música assustadora pirosa era devastadora, e eu ri quando gritos de fingir ecoaram pela casa negra e roxa.

"Imagina se Hades tivesse está música dando na sua sala de trono a toda a hora," eu remarquei, mostrando um sorriso.

Jungkook bufou. "Fique feliz que esta música estúpida seja suficientemente alta para que ele não possa ouvir," ele respondeu, "porque se ele ouvisse, ele já te teria matado."

"Estou tão-" Eu fui interrompida quando uma múmia mecânica surgiu de um caixão pregado na parede, produzindo um grito eletrônico. Eu inalei bruscamente antes de esquecer o sucedido e olhar para o robô estúpido. Jungkook riu.

"Estás a perder o hábito," ele comentou.

"Cala a boca," eu retorqui, o empurrando na brincadeira. "Eu nem pestanejei."

Nós continuamos pela casa assombrada, fazendo observações sarcásticas aqui e acolá. Se os anjos tivessem atacado este Inferno, a guerra acabaria em menos de um minuto pois os anjos morreriam de riso. Por um segundo, eu pensei na realidade que eu e Jungkook sabíamos mas nunca comentávamos.

Nós não estávamos aqui por escolha. Nós éramos refugiados sobrenaturais na Terra. As coisas não estavam tão bem como aparentavam. A vida humana falsa que vivíamos e aproveitamos era uma mentira, e todas as mentiras têm de ser expostas a uma certa altura.

Mas rapidamente, eu empurrei esse pensamento para fora da minha mente. Com sorte, eu e Jungkook poderíamos viver na Terra até á minha morte. Poderíamos criar o nosso filho juntos aqui na Coreia do Sul. Ele ou ela nunca saberiam as partes bizarras, estranhas dos nosso hereditários.

"Hey," Jungkook me trouxe de volta para o presente. Ele apontou para uma placa em frente a uma porta vedada e leu, "Visite Hades, o deus do Inferno."

Eu caí na gargalhada. "Passou muito tempo desde a última vez que vimos o teu pai, não é mesmo?" Eu perguntei, rindo.

"Vamos lá ver, então."