Capítulo Três

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Sem correção...


Gael,

Duas semanas depois...

- Eu nunca pensei que fosse tão difícil conseguir uma pessoa que ficasse com a menina. Sempre estão pedindo emprego aqui na porta, ou por onde a gente passa e agora...

- Mas as moças vieram patrão. O Senhor que está cheio de dedos aí para selecionar quem vai ficar com a menina.

- Você a conhece melhor que eu Pedro. Acha mesmo que alguma daquelas que passaram por aqui, teriam condições psicológicas para ficar com ela?

Pelo olhar dele, sabia que concordava comigo.

Duas semanas. Duas semanas e já poderiam contar uns bons fios brancos de cabelo que começaram a surgir em minha cabeça.

Eu não estava preparado para uma responsabilidade assim. Mas só de pensar em uma criança vivendo com uma mulher daquela... – Fecho os olhos para afastar da mente tudo o que vivi a aproximadamente três anos atrás. Como fui idiota.

- Acalma seu coração Gael. – O Pedro era meu amigo de infância e à ele eu confiava meus mais íntimos segredos. Só ele sabia os detalhes sórdidos de tudo que me trouxe a estar com essa criança hoje.

- Com licença patrão. – Alessandra, a menina da cozinha, a qual ainda me ajudava na tarefa com a garotinha entrou dizendo que mais uma das moças esperadas para as entrevistas havia chegado.

Quando eu acabei de passar o copo, no qual eu havia tomado um bom gole do café quente, na água e colocado sobre a pia, ouvi o Pedro me chamar.

- Você já está selecionando essas meninas com o coração de pai.

- Deixa de se bobo homem. Só não posso entrega-la à mãos de qualquer pessoa. Precisa ser alguém de confiança.

- Sei. Disso eu sei né. Só que nada para você está bom homem de Deus. Assim terá que levar a menina com você.

Não ouvi mais suas loucuras. Apenas me virei e me dirigi ao escritório.

O maior problema de todas as entrevistadas, era elas não terem lido que precisava morar no trabalho. E as que tinham disponibilidade não tinham referência, e até houve uma ou duas, até três se não me engano, que tinham todos os requisitos, mas... Eu não tinha me simpatizado com nenhuma.

- Bom dia! - No exato momento em que ouvi voz da moça olhei seu rosto. Não era! Ela era muito parecida com a Darlene. Muito mesmo. Mas não era ela.

Talvez por ser negra. Na verdade a única negra que havia aparecido até hoje.

Só de pensar na Darlene um frio percorreu meu corpo. Mas ela não teria a cara de pau de aparecer por aqui.

- Bom dia! – Apertei a mão da moça que ainda sorria em minha frente.

Assim que nos sentamos, tomei o currículo dela em minhas mãos e comecei a fazer várias perguntas, certificando-me que ela não tivesse nenhum parentesco com a maldita mãe da criança.

- Conhece uma moça chamada Darlene? – O olhar dela era o suficiente para dizer que estava paranoico.

Depois de alguns minutos olhando para o currículo da moça que parecia melhor que o meu e mesmo sem levar muito em consideração, porque eu estava mesmo era pensando se a moça não era parente da Darlene, ela quebrou o silêncio.

- Falo duas línguas, além do português é claro. E não me importo de ensinar à criança. – Não seria uma necessidade uma vez que no tempo certo ela iria para uma das melhores escolas da região. – Como foi pedido, não tenho problemas por morar no trabalho. Não tenho família. – Posicionei-me ao encosto da cadeira.

DNA - Um lar para KarolyneWhere stories live. Discover now