Capítulo dezesseis

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* Neste capítulo há muitas recordações do Gael, então não pulem nenhuma palavra. 


Gael,

- O que descobriu delegado? São os mesmos homens dos demais acontecimentos? – Sim. Então ao menos nisso a Darlene falava a verdade.

Quando questionados a respeito da mulher, nenhum deles disse outra versão a não ser que, "não há mulheres conosco".

Enquanto estive na delegacia, também descobri que os homens que estavam trabalhando comigo, eram os melhores segundo o delegado.

- Conseguir parar oito homens sem matar a nenhum. Isso foi muito bom. – Mesmo que dois estivessem ainda internados.

Eu me sentia aliviado, por não ter tido perca alguma. Não queria sair por aí com a consciência pesada.

Depois que saí da delegacia, fui até o armazém de ferragens, e comprei a lista de material que o Nascimento havia pedido parar reparar alguns estragos na cerca.

Desci a avenida principal, e fiz compra também de rações para o gado.

Não tinha em mãos nenhum pedido para casa e provavelmente ainda poderíamos comprar amanhã na parte da manhã. Mas não voltaria para casa de mãos vazias, principalmente deixando minha pequena da forma com a qual eu deixei.

Fui ao supermercado e fiz algumas compras, e mesmo não sendo meu forte, eu estava satisfeito. Aproveitei para levar uma carne extra ao pessoal, assim como bebida para alegrar o fim de ano dos que iria passar conosco.

Não deixaria que a Darlene me deixasse sem rumo novamente.

Quando a encontrei pela primeira vez, um jovem sem preparo para a vida. E cheio de carências afetivas. Podia jurar que ela era a mulher da minha vida.

- Hoje temos uma atração especial. Esta menina senhores, decidiu doar sua virgindade ao cavalheiro que ofertar à casa, uma quantia generosa. Vejam bem.... Não é uma troca, e nem estamos vendendo. Ela está fazendo uma caridade ao cavalheiro mais caridoso. – Me lembrava como se fosse hoje, o primeiro olhar que ela dispensou a mim. Eu tinha dezoito anos e ela, uns quinze. Eu descobrindo as comodidades que o dinheiro podia oferecer, ela, não parecia assustada diante daqueles homens na casa noturna do Rio.

E depois de duas ou três ofertas, acabei assinando o cheque e ficando com a noite da menina. Mas quando voltei no outro dia, descobri que ela não poderia permanecer na casa, porque era menor de idade. A dona do estabelecimento vendo uma forma de ganhar dinheiro, me garantiu que se eu arcasse com as despesas dela, talvez pudesse ter "exclusividade". Sem pensar nas consequências, e só me lembrando da noite anterior acabei aceitando.

Sempre muito tímido vi ali, a oportunidade de não ter que cortejar, ou passar pelo período de namoro somente parar conseguir sexo. E ainda tinha a segurança de que o lugar onde nos encontrávamos era seguro.

Depois de três anos, na mesma rotina, ela começou a reclamar da senhora que lhe havia tirado das ruas. Dizendo que o dinheiro que eu deixava, além do aluguel, nunca era o suficiente. Que a mulher sempre vinha em busca de mais. Caí na armadilha e fui falar com a cafetina, perguntar quanto ela queria para deixar a Darlene em paz. E ela me disse a quantia. Era uma quantia alta. Eu precisaria ver minhas finanças, uma vez que nunca teria coragem de pedir ao meu pai, mas pela Darlene valia a pena. Ao ouvir que eu a tiraria dali, e faria dela minha esposa, sorriu e se jogou em meus braços, e foi a primeira vez que disse me amar.

- No mínimo alguns dias e eu volto. Vou deixar tudo pronto e te levo comigo.

- Estou ansiosa que isso aconteça. Te amo Gael.

DNA - Um lar para KarolyneWhere stories live. Discover now