Cinco

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Planeta Terra, Ano de 2703.

Lauren's Point of view

Quando dizem que você é louco por fazer ou falar algo que aparentemente é absurdo para eles, você não precisa se irritar. É tudo uma questão de fé. De confiança. Ou eles acreditam ou não acreditam em você. Simples.

Se você mal conhece a pessoa, ponha as cartas na mesa, se ela não acreditar...Bem, tanto faz.

Se você conhece muito bem a pessoa faça o mesmo. Se ela não acreditar...Bem, ou você sempre foi mentiroso e não lhe deu motivos para crer no que diz ou a pessoa não confia em você, e sem confiança nenhum tipo de relação vai a lugar algum.

Não vale a pena insistir nesse tipo de relação.

"O quê disse?" Ele perguntou.

"Exatamente o que ouviu." Falei e ele me olhou pensativo.

"Tem certeza que aquelas coisas foram mortas, Mi hija?" Perguntou à Camila.

"Sim. Vi o exato momento onde Lauren atirou e eles caíram. Também vi Veronica matando um." Ele descruzou os braços e me olhou de soslaio.

"Quem me garante que não estão apenas interessadas em se alimentar de nós?" Franzi o cenho em confusão.

"Perdão?"

"Depois que aqueles meteoros caíram a comida foi ficando escassa e agora, além dos grandões, alguns humanos matam outros para comerem a carne do corpo deles." Explicou sério.

"Que asco." Vero falou.

"Está achando que somos canibais?" Perguntei com expressão de nojo.

"Não sei. Me diz você."

"Bem, não somos, mas se fossemos não iríamos te contar a verdade." Falei. "Senhor, eu adoraria te contar toda a história do por quê estou aqui, mas estamos meio sem tempo. Eventualmente vou te contar assim que chegarmos na nave." Expliquei paciente. "Posso te garantir que não somos canibais, se fossemos teríamos levado sua filha pra fazer o churrasquinho de hoje a noite e não vindo atrás da família dela oferecer apoio."

"Ela tem razão, pá!" Camila falou.

"Poderíamos ter perguntado a ela como chegar aqui e ter vindo atrás de você depois do banquete que teríamos com a carne dela." Falei novamente. "Precisamos ir. O quanto antes." O homem me fitou sério por um tempo. Pude ver na expressão de Veronica que ela já estava ficando sem paciência.

"Sofi, vá chamar a sua mãe. Temos finalmente um lugar seguro para ir." Ele falou e Camila pulou em seu pescoço, enchendo seu rosto de beijos e soltando gritinhos de alegria.

"É bem quente aqui embaixo." Vero falou olhando tudo em volta. "O que era isso e como encontraram?"

"Uma antiga base secreta do FBI." Falou apontando para algo. "Está vendo aquela pilha ali coberta?" Assentimos. "São computadores ultra-tecnológicos." Falou. "É uma pena não ter mais luz aqui. É um desperdício essas belezuras aí paradas."

Desviei meus olhos para Camila e ela me olhava sorrindo. Claramente está feliz por poder finalmente sair daqui.

Os olhos, juntamente com o sorriso dela é realmente uma vista encantadora. Combinam demais. Sorri de volta não sei por quanto tempo até ouvir a voz do pai dela novamente.

"E sobre como encontramos esse lugar..."Começou e me olhou sério. "Ex-agente especial do FBI." Falou me estendendo a mão direita. A olhei, apertei e senti seu aperto mais forte do que o normal. "O que é uma boa coisa para um pai de duas meninas, certo? Também sou ótimo atirando." Engoli seco e sorri amarelo para ele.

"E tem água nesse lugar? Vocês tem as roupas bem limpinhas. Não são como a maioria que já vimos por aqui." Vero falou.

"Não temos. Há um poço há 3 quilômetros daqui. Camila vai uma vez a cada dois dias buscar água para nós. Usamos pano para passar em nosso corpo. O molhamos na água e passamos em nós. As roupas deixamos todas de molho e Sinu as lava com Camila." Falou. "Sei que não é higiênico a forma com que nos limpamos, mas não dá pra ela trazer muito água, é magrelinha a minha filha." Falou rindo. "Ir mais de duas vezes até lá no mesmo dia, além de ser cansativo, é muito perigoso. Então não arriscamos." Assenti.

"Alejandro, é verdade?" Uma mulher apareceu correndo eufórica. "Estamos salvos?"

"Sim, mujer. Camila encontrou ajuda." Falou rindo da reação dela.

"Oh meu Deus. Vocês vieram nos ajudar mesmo?" Se dirigiu a mim e assenti. No instante seguinte a mulher estava pendurada em meu pescoço. Arregalei os olhos em surpresa, mas retribui o abraço. "Deus lhe pague, querida." Falou se separando do meu abraço. Vi que enxugou lágrimas, o que indica que estava chorando. "Você não sabe o quão terrível é ficar dias sem comer ou sem beber água." Falou emotiva. "Buscamos água no poço, mas é suja e não podemos beber. Às vezes bebemos mesmo assim quando já não aguentamos mais." Olhei para Camila, quem corou pela revelação da mãe.

"Não vão mais precisar passar por isso, Senhora."

"Eu sabia que Deus ouviria as minhas preces. Deus abençoe vocês, estão salvando nossas vidas." Falou e sorri.

"Não é querendo cortar o papo preferido da Ally não..." Vero falou. "Mas precisamos mesmo ir."

Depois disso saímos dali, subimos as escadas e antes de empurrar a porta dei as instruções.

"Camila e sua mãe vem comigo. Vou na frente com vocês." Informei. "A irmã de Camila e o Senhor Alejandro vão com Vero, quem vai cobrir minhas costas enquanto eu cubro a frente." Todos assentiram.

"Por quê a nave não veio até aqui? Não seria mais fácil?" Alejandro perguntou.

"A nave faz um pequeno ruído pela sustentação no ar, então se viessem pra cá teríamos vários daquelas aberrações aqui em cima de nós." Expliquei. "Quando estivermos perto da nave, vou informar quem está no comando, através da minha escuta, e e eles vão se locomover para um outro ponto onde combinarmos." Retirei a arma de minha cintura e engatilhei. "Não teremos muito tempo quando vermos a nave."

"Não arrastem os pés, não gritem por susto, não façam barulho, respirem proporcionalmente, tentem não tropeçar e pisem leve. Já deve ter escurecido e e eles escutam melhor sem a presença do sol." Vero informou, também engatilhando sua arma.

"Camila e Sinu, não olhem para trás. Sei que estarão preocupadas com os outros, mas precisam confiar na Vero. Foco em me seguir, serei rápida. Vamos sair no três, todos preparados?" Todos confirmaram e suspirei torcendo internamente para não me arrepender de ter vindo.

Como eu disse. É tudo uma questão de confiança. Agora...Se essas pessoas confiam em mim? Não sei, mas estou a ponto de descobrir.

Gênesis [Concluída]Where stories live. Discover now