Três

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Planeta Terra, ano de 2703.

Lauren Jauregui's Point of view.

Vazio.

Você não tem noção do tamanho do espaço que existe em você que é preenchido por sentimentos. Não até se sentir completamente vazio.

O deserto do Saara tem mais emoções do que aquele imenso e devastador vazio em seu peito.

Se você esquecer dele eventualmente vai sorrir uma ou outra vez. Vai ser mais fácil fingir que ele não está lá.

Mas existirá certas vezes, na calada da noite, onde você, sem perceber, vai se concentrar nele. Você vai fechar os olhos e vai sentir o tamanho do nada. É desesperador.

E o que você pode fazer? A resposta? Bem, você não pode fazer nada, a não ser chorar e esperar que passe, mesmo sabendo que não é tão simples assim. Ou pode se enfurecer e sair descontando socos em tudo o que vê pela frente.

Já passei pelas duas experiências. Nenhuma das duas foi agradável. Então aprendi que quando sinto isso, tudo o que tenho que fazer é abrir os olhos e me concentrar em algo diferente do vazio, porque se você focar nele por muito tempo... ele te suga.

"Eu não posso entrar nisso." A garota reclamava. "Não sem eles."

"O que eu perdi?" Veronica se manifestou. "15 segundos atrás ela não falava. Você a levou para trás das rochas e ela voltou falando. Qual a mágica, Jauregui?" Perguntou sorrindo sugestiva.

"Eles quem? Você precisa me dizer para eu poder ajudar." Perguntei e ela suspirou.

"Não posso. Não quero que os machuque." Falou.

"Veja bem." Comecei. "Eu já falei que não viemos para te machucar." Falei docemente.

"Então para onde vão me levar?" Sorri.

"Pra casa." Respondi. "Longe de todos esses bichos. Onde você poderá voltar a ter uma vida igual a oito anos atrás."

"Se passaram. ..Oito anos?" Ela pareceu chocada.

"Ah, qual é? Não aja como se tivesse perdido a memória." Vero se manifestou.

"Não perdi, mas não é como se depois de tudo eu ficasse contando na folhinha do calendário quantos dias se passaram desde que a Terra em que vivíamos foi destruída e não sobrou absolutamente nada além desses brutamontes comedores de humanos." A garota retrucou e Vero Trincou o maxilar.

"Você pediu por essa." Falei rindo.

"Cala a boca, Jauregui." Resmungou. "Só precisamos dar mais três passos e dizer a maldita palavra e a nave se abrirá, iremos pra casa, eu terei uma boa noite de sexo com minha namorada e depois a gente volta."

"Não posso ir sem eles." A garota voltou a falar em tom de desespero.

"Quem são eles?" Voltei a perguntar.

"Minha família." Falou baixo, fitando os pés.

"Então fique. Não temos munição, Lauren está machucada. Precisamos de descanso e depois a gente volta por você e sua família. A gente sempre volta." Vero resmungou. A garota pareceu pensar.

"Prometem voltar por nós?" Perguntou baixo.

"O quê? Não!" Falei indignada. "Sem essa. Não vou te deixar aqui. Você vem com a gente." Exclamei.

"Não vou a lugar nenhum sem eles." Mordi meus lábios irritada e olhei para Vero. Droga, por essa eu não esperava.

"Tudo bem. Você venceu." Falei meio contrariada, bufando. "Vamos por eles. Aonde estão?" Perguntei e vi os olhos da garota brilharem.

Gênesis [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora