19. Inferno Pessoal

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Eliza Taylor-Cotter Pont of View

Acordar por vontade própria, sem que aja qualquer despertador ou compromisso te aguardando é maravilhoso. Abrir os olhos e dar de cara com mar cristalino de uma ilha particular também tem suas vantagens.  Experimente isso adicionando Alycia te agarrando firme na cintura, é indubitavelmente perfeito.

Me virei de frente para ela observando seus traços únicos repousando em sono leve, aproveitei esse tempo para admirá-la sem parecer uma idiota patética, fazer isso com ela acordada era ridículo. Tentador porém ridículo. Seu corpo definido e nu enroscado erroneamente ao lençol cinza me deixavam levemente excitada. Não me culpe, é difícil não se sentir atraída por tamanha beleza. Ainda mais estando em minha posição e profissão, qualquer trabalho em excesso se torna um vício, se você quer muito ganhar dinheiro consequentemente vai trabalhar mais e ter ou não prazer nisso. No meu caso é difícil não ter. Quando seu corpo e mente é muito estimulado a fazer uma mesma coisa repetida vezes das duas uma: isso se torna um hábito, ou ainda pior que a primeira isso se torna um vício.

Eu não sei em qual posição me encontro, mas com Alycia é difícil não ser a segunda opção, além do corpo facilmente atrativo, seu toque e intensidade na cama me deixam em uma posição ainda mais vergonhosa. Eu tenho vontade o tempo todo de ter suas mãos em mim, o que me leva a me perguntar duas coisas, a primeira é se nossa relação é puramente carnal, e a segunda, se sim ou não como vai ser ficar sem isso. O que me faz questionar pela terceira vez, eu vou ficar sem?  Certamente em algum momento sim. Todo ou grande parte dos relacionamentos são assim, nos primeiros meses tudo é perfeito, novo, satisfatório, saudável. Ao longo do tempo se torna massante, dramático, tedioso e habitual. Depois de passar por essa péssima fase, caso você passe, só então o relacionamento se torna sólido. Dificilmente depois desse período a relação termina por um motivo banal.

Cansada de me afundar em pensamentos e de ficar pateticamente admirando e pensando em Alycia e nossa relação estranha, me levanto procurando na mala minha escova de dentes. Enquanto reviro a mala e faço um monólogo se devo ou não tomar um banho pela manhã, começo a ouvir burburinhos no andar de baixo, que na verdade sem dúvidas conhecendo o pouco que conheço são os gritos de Maia.

O que me faz corar pensando na possibilidade de qualquer uma das garotas terem ouvido os nossos gritos da noite anterior, se é que vocês me entendem. Depois de pegar calcinha, short, chinela, camiseta, escova e toalha tiro todas minhas roupas e deixo elas separadamente em um compartimento específico para roupas sujas. Irritantemente organizada eu sei.

Coloco tudo sobre a bancada da pia e ligo o chuveiro finalmente começando a tomar banho, fico pensando se o barulho do chuveiro vai ou não acordar Alycia, o que não faz diferença já devem ter se passado das duas da tarde. Escorrego preguiçosamente o sabonete em minha pele perdida em pensamentos, que vão desde fracassar em memorizar minha agenda de trabalho até em o que vou comer agora.

_Precisa de ajuda? - Perguntou me abraçando por trás.

_ Ah meu Deus! - Dou um pulo no box com a aparição repentina ouvindo a risada familiar. - Caramba já que é pra me matar que seja de tesão!

Alycia riu me fazendo rir junto.

_Eu adoraria. Apesar de você ter me matado antes se ensaboando desse jeito sexy.

Corei me sentindo idiota por fazê-lo visto que diariamente faço sexo na frente de no mínimo trinta pessoas. Mas o que veio após me fez relaxar foram seus lábios me acariciando e suas mãos terminado meu banho por mim.

Depois de um banho de no mínimo quarenta minutos sem direito a sexo, saímos do quarto e encontramos Marie sozinha na cozinha bebendo cerveja de um jeito dramático sentada no balcão.

Counter Words - Clexa AU Onde histórias criam vida. Descubra agora