Uma poeta e uma atriz pornô. Um dia de outono e um café quente. Uma ligação frustrante, um gole no café. E então aconteceu, a poeta viu a atriz, a atriz notou a poeta. A jovem escritora melancólica no auge da decadência encontra ali sua inspiração...
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Há três músicas importantíssimas no capítulo elas darão o clima certo.
São elas:
Ai ai ai ( feat feleguk & Vanessa da mata) Cat Dealears
without me - Halsey
Sunset lover - Petit Biscuit
Eliza Taylor Pont of View
Tempo... O tempo é sólido, é frio, impiedoso, perspicaz, generoso, regenerador, ágil, é feito a mais calma onda marinha, que trás consigo a libertinagem, é feito de nada, de tudo, da mais perigosa ressaca, dos tornados e das grandes ondas, nele somos a maré baixa, os pés descalços na areia, outrora o náufrago, o cais afundado a três mil pés abaixo do nível do mar. Treze meses, esse tempo me faz entender o que era o tempo, como ele trabalha, como ele nos molda. Treze meses de ressacas, treze meses de libertinagem. Alycia tinha sido como um astro no meu mar, assim como a lua explica diversas fenômenos em relação ao comportamento das criaturas marinhas, guiando-as, limitando seus períodos de procriação, Alycia havia se tornado minha lua, guiando meu mar de emoções, fazendo das tempestades marés serenas, me limitando a ser nada menos do que extraordinária. Não era como se apoiar em alguém, depender dela pra ser bom, ou viver como se o amor da pessoa para consigo fosse tão necessário quanto respirar, não se tratava de amar por necessidade. Era como saber que havia um alicerce para contar, mas caminhar com os próprios pés. Era entender que para ser bom era necessário mudar e a mudança não deveria vir do outro, era interna e natural, o outro estava ali para confortar durante o período de adaptação. Alycia me ensinou a ver como eu poderia caminhar do melhor jeito, sem que ninguém pudesse mudar meu destino, ela não assumia o papel de quem queria me mudar, mesmo querendo ver as mudanças que eu mesma faria.
Eu sabia que gostaria de passar o resto dos meus dias ao seu lado.
[...]
Leona terminava de rechear a massa folhada que serviria na sobremesa, meus olhos brilhavam em imaginar como aquele prato parecia saboroso. Nos últimos meses era frequente que Leona me chamasse para almoçar aos domingos, mesmo que na maioria deles Alycia e eu inventavamos algo para podermos transar domingo inteiro, eu realmente ficava feliz em saber que isso era importante para ela. James tinha deixado de ser um problemão após a terceira visita, onde ocorreu um incidente que acabou melhorando a situação. Por incidente quero dizer um bate boca de mais de duas horas entre Leona, Alycia, Carl e o megero. Eu assistia tudo sentada à mesa, sem ousar dar um piu se quer, a mesma sensação de na juventude ir a casa de um amigo e a mãe dele brigar, ao fim da discussão, quase divorciado e desconsiderado como pai, James resolveu deixar seus preconceitos de lado e me conhecer a fundo, além disso ele parou de obrigar o garoto a seguir seus passos e viver como um prisioneiro. Na sexta ou sétima visita aos Carey's, descobri que o patriarca amava jogar xadrez e tinha fascínio por piratas, o que eram duas coisas que me interessam desde menina. Meu pai nos raros momentos que não estava embebedado, mostrava sua coleção antiga de artefatos históricos, quando muito menina lembro-me de sempre jogarmos batalha naval, e um jogo com embarcações piratas. Isso me aproximou muito de James e quatro meses depois daquele jantar a casa vivia sempre harmônica, e comigo e James bastante próximos.
