26. Você Deve Ser..

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Eliza Jane Taylor-Cotter

Quando eu desci do carro de Alycia caminhei até o elevador, o síndico do prédio me cumprimentou em algum momento, eu me limitei a sorrir, quando entrei na caixa metálica meu peito parecia explodir de tão forte que batia, eu não queria uma briga, não queria uma discussão e me limitei a concordar, quando o carro dela saiu da vaga e eu comecei a perceber a merda que estava fazendo eu basicamente surtei. Minhas pernas estão tão moles que eu não sei como ainda não cai, fitei minha imagem no espelho do elevador. Não sei se é o reflexo da luz, mas minha pele está em um tom quase tão branco que quase posso ver o outro lado do elevador.

O trim  das portas me despertou e uma vizinha me perguntou se estava tudo bem, eu nem sei o que disse a ela apenas entrei em casa e disquei o número da única pessoa que poderia me ajuda no momento.

Quinze minutos depois a campainha tocou me assustando. Abri a porta e antes de mais nada sutil como sempre a loira perguntou.

_Um caminhão passou em cima de você?

_Acho que seria mais fácil lidar com isso. Entra eu preciso da sua ajuda.
A linda mulher entrou e se sentou no meu sofá, olhou a garrafa de whisky pela metade e fez uma expressão que dizia: “Sério?”. Eu sorri amarelo e me sentei ao seu lado.

_Em minha defesa só bebi dois copos, o restante foi em algum dia com Alycia. - expliquei o porquê da garrafa pela metade.

_Aposto que seu problema tem a ver com ela. – Acho que minha cara disse tudo porque Marny revirou os olhos. – O que ela fez agora?

_Bom aconteceu muitas coisas que me fizeram ter vontade esfaquea-la o fim de semana todo, mas aí as nossas fodas costumam resolver nossos problemas. – Fiz uma pausa para observar o revirar de olhos de Marny. – Enfim, a questão é que ela quer que eu conheça os pais dela.

_E o que tem isso? – Perguntou com uma cara de tédio.

_Como assim o que tem? Caso precise te lembrar eu sou uma atriz pornô.

_Acho que eles não devem ter acesso a esse tipo de conteúdo. – Disse naturalmente.

Eu não poderia expressar minha indignação apenas em palavras, e o pior é que no fundo ela tinha razão.

_Tá mas isso não muda o que eu faço para viver, além do mais ela tem um irmão de dezessete anos que com certeza tem acesso a esse tipo de conteúdo. Mas caralho a questão não é essa! - Respondi.

_Qual o problema? Até agora parece tudo perfeitamente normal para mim, a filha deles escolheu namorar uma atriz, e escolheu lever isso adiante também, não é como se você obrigasse ela. Se Alycia quer assim, então eles tem que te engolir querendo ou não.

Fiquei em silêncio deixando que aquelas palavras entrassem no fundo do meu consciente e me aliviassem pelo menos por hora.

_Me escuta Liz. – Marny disse enquanto segurava minhas duas mãos. – Eu estou cansada de você se rebaixar por isso, é sua profissão e você escolheu eu sei. Você vai usar seu vestido mais caro, vai abusar daqueles cursos de etiqueta que você fez, vai ser sincera quando eles perguntarem o que você faz da sua vida. E eu tenho certeza que não importe o que aconteça Alycia estará do seu lado.

Eu suspirei e assenti sentindo um peso enorme sair das minhas costas. Puxei Marny para um abraço e agradeci. Antes que me levantasse para irmos na cozinha preparar algo juntas como o combinado na ligação ela me puxou pelo braço me sentando novamente no sofá.

_O que mais está te incomodando Eliza? Eu te conheço melhor que você mesma.

_Eu tenho uma gravação em dois dias.

Counter Words - Clexa AU Where stories live. Discover now