22. Não Diga Nada

1.4K 117 30
                                    

Olá lindezas do meu core!
Os tempos calmos nem sempre duram..

Ouçam esse cover de Hold  back  the River do James Bay  feito pela linda e maravilhosa Nicole Cross.

Alycia Debnam Carey Pont of View

Depois que Eliza saiu pelo corredor indo atrás de Maia fiquei me perguntando o quão idiota tinha sido. Na verdade eu não sei quando isso começou a fazer diferença, quando as vontades e sentimentos dela passaram a importar mais do que tudo que eu mesma pensava ou entendia por certo ou errado. Nunca fui de me apegar ou me importar muito com meus relacionamentos, exceto por Marcus que foi de longa duração, e quando se tornou tóxico e acabou, parte de mim se desfez. A parte que se importava e queria uma relação sólida. Tudo isso eu nem sequer lembrava mais da existência, até o dia na Starbucks quando vi Eliza naquele lindo vestido, com olhos tristes e se mantendo forte do mesmo jeito. Ela era uma mulher forte, por suportar tudo o que vivênciava em seu cotidiano, por todas as marcas que seu passado tinha deixado e por continuar firme todos os dias. Isso era uma das milhares de coisas que me prendiam a ela, as outras qualidades como seu charme, sorrio, perfume, cheiro e carisma me faziam querer me jogar de peito nessa história. Nossas personalidades eram opostas apesar de nossos jeitos parecidos, ela era impulsiva e guardava seus sentimentos para si o máximo que pudesse, já eu? Eu era calma e acreditava que a conversa poderia resolver tudo, mas parte de mim trazia traços de uma personalidade forte, controladora e possessiva as vezes.

Talvez ela estivesse certa e ter saído sem ela junto de sua melhor amiga tinha sido a escolha errada. Principalmente quando Marie além de ter visto tudo ficou para trás com ciúme e uma briga de brinde. Quando praticamente gritei sobre seu trabalho, Eliza se magoou, mesmo que não tenha dito nada eu percebi, vi em seus olhos a decepção. E eu me magoei por ter dito, me magoei por ter feito com ela algo que não queria para mim. Mas me magoei principalmente por perceber que por mais que eu suportasse e lidasse tranquilamente com seu trabalho visto a péssima situação que o mesmo exigia, eu entendi finalmente que para mim não era confortável, não seria fácil e me fazia querer arrancar os cabelos pensando em como séria se houvesse algum tipo de futuro entre nós.

Hoje eu tinha errado, fazendo o que fiz agindo da forma que agi, por outro lado queria concertar toda essa situação e ficar bem como ela outra vez. Não seria fácil porque minha boca grande piorou ainda mais minha situação se possível.

Agora vendo de longe Eliza interagir com Maia e Marny que não paravam de rir um segundo sequer de minha melhor amiga, eu me sentia ainda mais culpada, por outro lado determinada a fazer o que fosse preciso para me resolver com ela. Maia mostrava suas "habilidades" no violão enquanto cantava uma música engraçada dos comerciais doidos que ela sempre assistia. Marny tinha as mãos enterradas no rosto e Eliza ria da cena, me fazendo sorrir junto. As malas das duas estavam todas amontoadas no canto da sala.

_O que acha de tentar? - Maia perguntou oferecendo o instrumento para Eliza.

Ela sorriu enquanto pegava o mesmo arriscando um ou outro acorde. Ela vestia apenas uma regata branca e um short de cetim curto, ainda nem havia mudado a roupa que costumava colocar ao acordar. Vê-la tão relaxada me deixava feliz em partes, seu coque frouxo no topo de sua cabeça tinha alguns fios caídos por seu rosto deixando-a ainda mais charmosa.

_Eu acho que vou tentar algo mais sério. - Disse cética.

Não pude ver sua expressão facial de completa visto que ela estava sentada de lado para mim, suas pernas cruzadas como de índio. Logo as primeiras cordas do violão tocaram por toda sala fazendo uma melodia calma soar pelo cômodo.

Counter Words - Clexa AU Onde histórias criam vida. Descubra agora