31. Cláusulas

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A primeira pessoa a comentar o nome do dono da produtora será a primeira a ler o capítulo final! Eu quero o nome dele na fic, fiquem ligadas.

Eliza Taylor Pont of View

Hoje poderia ser qualquer outro dia comum, de mais um agosto em meio a tantos agostos anteriores, uma quinta-feira fria como várias já foram, de um dia chato e amargo como de costume, mas não era. Estava na quinta-feira cuja lembrança dificilmente poderia ser esquecida, eu não seria mas Cotter Blonde, tão pouco desfilaria em outro tapete vermelho, tudo tinha acabado. Tudo exceto a briga judicial que isso se tornaria de agora em diante. Eu precisaria romper um contrato e provavelmente teria que pagar uma multa gorda, rescisão de contrato. Poderia haver talvez alguma brecha no mesmo, realmente não sei, porque não o lia desde meus dezenove anos. Não tinha falado com Alycia sobre nada disso até então, gostaria de saber dela o que fazer, mesmo que a opção mais lógica fosse contratar um advogado. Tudo que eu precisava era que isso terminasse de forma pacífica, mesmo julgando impossível isso, levando em conta o dono da minha produtora. Não iria mais gravar, ainda sim, gostaria de quem sabe, continuar no ramo. Talvez a vida tivesse outros planos. Por hora eu sabia que tinha alguns cursos no currículo, praticamente todos relacionado a artes, precisamente direcionados a atuação, mas alguns de edição.

_Eliza você sabe onde deixei minha agenda? - Alycia perguntou levantando objetos de seus lugares.

_ Olhou na parte de baixo do seu raque lá na sala? Você estava trabalhando no sofá esses dias.

_Vou ver.

Ela voltou uns cinco minutos depois abotoando o restante de sua camisa, indo procurar um sapato no guarda-roupas, com a agenda na mão. Sorri negando. Ultimamente eu sabia mais onde estavam suas coisas do que ela.

_Eu preciso ir para a Times, estou atrasada! Por Deus eu não acho nada!

_O que é agora?

_ Uma meia calça bege, aquela que...

_ Você colocou no sexto de roupa suja, tinha molho nos joelhos. Mas tem uma preta na sua segunda gaveta, vai ficar bom.

Ela olhou para mim com o cenho franzido. Depois riu e foi pegar a meia calça.

_Olha eu preciso de um advogado. Você conhece algum bom?

_Sim eu tenho muitos amigos desse meio. Conheço um perfeito pra nós. Vamos cuidar disso.

Alycia terminava de sombrear seus olhos, eu caminhei até perto do espelho do banheiro e esperei-a terminar. Dei um beijo lento e carinhoso nela, eu amava como nossas bocas se davam bem juntas. Ela colou sua testa na minha e me olhou tão profundamente, transmitindo tanta intensidade e carinho ao mesmo tempo, era difícil não ver o amor nos olhos dela.

[...]

Estava em uma cafeteria vintage, bantante americanizada, com uma decoração rústica que me transmitia muito um aspecto vikings. Eu esperava sentada batendo a ponta dos saltos nos pés. Um dos bartenders era um cara barbudo e com roupas de rock, por fora um ogro, por dentro uma manteiga, ele batia o bolo com tamanho amor que quase via o olhar da minha falecida avó em seus olhos. O sino da porta chamou minha atenção, por ele entravam um homem robusto de terno fino, Alycia vinha logo atrás. A cafeteria estava vazia. Me levantei para cumprimenta-lo.

_ Alessandro Juliani, prazer.

_ Eliza Taylor, obrigada por vir.

_ Bom, Alycia é uma grande amiga, me ajudou muito dentro da Times, eu quem agradeço.

Eu sorri e nos sentamos. Empurrei o contrato que estava sobre a mesa em sua direção, era um arquivo com no máximo vinte páginas. Ele deu uma lida por cima e me perguntou qual era minha intenção respondi tudo como gostaria que fosse e ele sorriu.

_ Bom, pacífico isso pode ser. - Ele suspirou. - Eu farei toda a parte burocrática, você não vai precisar ter contato direto com o dono da empresa, era assim que vocês gostariam não?

_ Sim! - Alycia respondeu antes de mim.

_Certo. O contrato previa mais dois de serviços, mas eu acredito que isso não será problema, a multa rescisória é bem alta, eu posso negociar e tenha certeza, o valor cairá. Não acredito muito que ele ande dentro da lei, então eu possivelmente use isso contra ele. Você percebe algo que possa ser útil?

_ Eu sinceramente fico por fora de toda burocracia ali. Penso que ele possa empregar menores ali, mas não é algo que eu tenha provas, é só uma suspeita. Ele faz tudo pelo dinheiro.

_ Isso é ótimo, vai tornar tudo mais fácil. Eu contato vocês assim que tiver um valor justo, isso aqui no contrato é absurdo.

_ Não sei como agradecer. O café é por minha conta e seus honorários também. - Disse a última parte para Alycia que sorriu.

_ Vejamos, nunca pensei que Alycia daria esse sorriso apaixonado! O Marcos era um babaca! - Ele disse indignado me fazendo rir e Alycia revirar os olhos.

_ Ela está completamente apaixonada por mim! - Sorri. - Mas quem tirou a sorte grande fui eu.

Ele riu.

_ Olha isso não posso concordar. Alycia torce para o Chicago, todo mundo sabe que eles são horríveis!

Eu ri. Ele tinha razão, mas nunca diria isso em voz alta, Chicago Bulls era sagrado para Alycia. Ela negou com a cabeça, dizendo que ele tinha inveja por seu time ser freguês. Após isso virou uma grande discussão sobre a conferência leste e oeste, eu observava os dois comendo um bolo delicioso.

[...]

_ Qual é?! Eu preciso ler apenas uma Alycia. Apenas uma.

_ Sem chances!

_ Como você sonha em ser uma poeta famosa se você não mostra sua poesia? Isso não tem lógica.

_ Primeiro eu sonhava com isso. Segundo, a vida não costuma ter lógica.

Bufei frustrada.

_ Aaaah você é muito chata!

Ela suspirou.

_Você sonhava em ser cantora e nunca mostrou sua música. É o mesmo caso. - Ela argumentou.

_ Porque eu nunca tive uma ué. Nunca compus sempre gostei de cantar, mas compor nunca foi minha vocação, eu gosto de números.

Ela fez uma cara sapeca, como se acabasse de ter uma ideia perfeita. Eu franzi o cenho e perguntei o que ela tinha pensado, ela disse nada e voltou a cozinhar o jantar, meus olhos caíram para sua bunda praticamente descoberta pelo short. Me aproximei dela no fogão e beijei seu ombro, seu pescoço, seu maxilar.

_Eliza...

Mordi sua orelha e sussurei um oi. Vi ela apertando o cabo da panela e sorri. O jantar iria ficar para mais tarde no fim das contas.


Counter Words - Clexa AU Where stories live. Discover now