Capítulo 12

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GREGORY HOOVER

"Entrar em contradição consigo é ser hipócrita? Não. Longe disso. Ser hipócrita é apontar o dedo, apertar bem o dedo no outro. Mas por trás fazer o mesmo, até pior. Entrar em contradição consigo mesmo é aprender com outros e contigo. É entender que nem tudo é a verdade absoluta e que se for... Vai aparecer mais trezentas. Nem tudo é um cálculo matemático. Na verdade, nada é. Você não é um só pensamento, opinião, verdade, você é um emaranhado de coisas que com o tempo vai descobrindo. E põe tempo nisso. Talvez sua vida toda?"

  

Relia o texto pela última vez antes de clicar no botão para postar enquanto caminhava em direção aonde o restante do pessoal estava sentado em uma área realmente mais afastada do restante do corpo docente desta Universidade.

Ops desculpe — falei ao esbarrar em alguém. Isso que dá não olhar por onde anda.

Voltei ao meu caminho ajeitando a mochila no meu ombro enquanto caminhava para onde os outros estavam sentados e conversando. Dei um meio sorriso para o Ethan, ele ainda estava desconfiado comigo e minha súbita felicidade, segundo o mesmo. Minha amizade com ele sempre foi comigo implicando muito com suas brincadeiras e depois entrando na onda e ele ainda se surpreende com isso? Dolman é inexplicável.

Desbloqueei a tela do meu celular enquanto olhava alguns comentários e notificações do twitter. Uma das perguntas que meus leitores mais fazem é o porquê do título do meu site. Nunca expliquei, mas o segundo texto que escrevi para postar era falando disso, só que nunca postei. É estranho, como num momento fazemos algo e achamos certo, porém ao repensar em algum curto momento depois é desnecessário.

Nunca tinha realmente explicado para meus leitores o porquê real de ter criado aquele local, onde minha alma estava sendo exposta explicitamente. Talvez por isso ainda não sinta necessidade de relevar meu rosto, eles já liam minha alma, qual diferença faria saber qual é a cor dos meus olhos? Ou a do meu cabelo? Para mim não fazia um sentido. Entretanto, as pessoas têm essa fixação em saber, gostam do mistério, mas gostam ainda mais de desvendá-los.

Indo contra todo o mistério, não acho que eu seja um. Por vezes as pessoas focam muito mais na aparência do que quando está ali na sua frente tudo o que a pessoa provavelmente esconde de outros que conhecem seu rosto. De qualquer forma, tem pessoas que não conseguem ler certas coisas, preferem só ver.

Deixei o celular de lado focando no assunto que eles discutiam enquanto riam. Olhei analisando os rostos conhecidos, havia alguns flashes de luz, daria umas fotografias bonitas. Meus olhos focaram intencionalmente na Audrey, que fazia uma careta com algo que Jude dizia, a loira estava nos braços do Ethan. Holden estava com o cabelo negro solto e bagunçado, enquanto seus olhos cintilavam nos meus segundos depois, dei-lhe um sorriso de lado quando percebi.

— Não sei o problema com nude de pau, não acho feia como você fala, Audrey — Ouvi a Amanda falar, levantei as sobrancelhas com o assunto que estava sendo tratado.

— Ew, que graça tem? Nude feminina é muito bonita, de homens não tenho nada com isso — Audrey falou quebrando o contato visual comigo. — De qualquer forma, eu só tinha interesse em nude quando tinha uns dezesseis anos. Hoje em dia, ainda acho bonito foto de pele, mostrando algo de uma forma bonita. Homem manda uns nudes muito toscos e zero interesse — concluiu.

Foi impossível segurar o riso.

Eles estavam falando de nude a essa hora? Só... O quê?

— Sinto que estão me ofendendo desta forma — Ethan se pronunciou e foi aí que realmente não segurei a risada. — Tá rindo de quê, bebê? Eu era bastante ativo nessa área — resmungou finalizando e dei de ombros.

Smoked FlowersWhere stories live. Discover now