Capítulo 22

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"O texto mais bonito do mundo não posso escrever. Não por ser incapaz ou outro já ter escrito. Porém sim, porque não tem como ser descrito. Não tem rimas, nem palavras, frases ou versos. O texto mais bonito do mundo nem todos tem a chance de chegar a ler, principalmente entender..., mas há aqueles, que como eu, tiveram essa rara oportunidade. O texto mais bonito do mundo tem intensos olhos verdes quando sorri e quando está triste. Te inspira e faz suspirar. Tem um abraço que aquece a alma. Tem um jeito que incendeia o coração.

O texto mais lindo do universo... É ela.

Minha surpresa mais empolgante."

AUDREY HOLDEN

Meus olhos continuaram vidrados nas palavras, fazia algum tempo desde a última vez que havia lido algo do Dean Turner... e por Deus, era só o Gregory que escrevia ali, certo? Aquilo... só... uau.

A minha cabeça dava voltas depois de ler alguns textos postados recentemente no smokedflowers.com, eu queria que algo ali fosse realmente para mim, mas ao mesmo tempo não queria me iludir. E talvez, só talvez, fosse minha consciência me sufocando no processo de negação. Aquilo tudo havia saído totalmente do meu controle, em algum momento eu tenho que dizer ao Hoover que sou a Orchid e simplesmente não sei como fazer isso. Qual seria o momento certo agora? Pois parecia que todos os momentos a partir do instante que nos envolvemos pra valer, são momentos errados. Fora de contexto.

Por algum tempo eu me esquecia do jogo duplo que joguei com o Gregory e aquilo me martirizava, não era como se eu fosse simplesmente excluir Orchid Hepburn, ela sou eu. Ela faz parte de uma longa jornada minha. Assim como ela ainda conversava com Dean Turner. Caramba! Eu estava tão ferrada naquilo tudo.

Se antes eu já tinha uma paixão pelo Hoover, depois de cada vez me envolver mais com ele aquele sentimento só incendiava mais o meu peito. Machucava quando eu parava para pensar que o que construí com ele foi sobre mentiras.

E ao mesmo tempo que queria debater aquele assunto na minha cabeça por horas, também queria fingir que nunca me aproximei da versão escritora dele sabendo quem era. Que não fiz um joguinho e me perdi dentro dele.

— Hey Audrey! Vamos comigo na Delta Sigma Pi? — disse a Jude me fazendo olhá-la por alguns segundos processando a informação e saindo do redemoinho que estava dentro do meu crânio.

— Vai encontrar o seu amorzinho? — brinquei a fazendo corar.

Como ela ainda não foi corrompida totalmente pelo Ethan? Ela ainda é tão adorável.

— Bem, vamos ou não? — perguntou fazendo um barulho estranho na garganta no processo. Olhei rapidamente para a minha roupa e cogitei trocar o vestido azul escuro puído que eu estava vestindo, mas deixei essa ideia de lado.

— Você que manda, senhorita — respondi me levantando do sofá. Estávamos no meio da sala da irmandade, ainda olhei ao redor tentando encontrar a Amanda, porém desisti e segui meu caminho com a Jude até a fraternidade dos rapazes.

Não demorou muito para chegarmos no nosso destino, Wynwood estacionou o carro logo em frente a fraternidade. Não parecia que havia alguém lá dentro, geralmente os garotos faziam barulho pra caralho quando estavam todos juntos ali. Olhei em direção a Jude tentando obter alguma informação de forma silenciosa.

— O Ethan está no treino, mas ele disse que não ia demorar — respondeu Wynwood me fazendo compreender melhor aonde estávamos indo.

Assim que minha mão ia batendo na porta, a mesma foi aberta por um Zach sorridente. Ele estava realmente sorrindo ou queria apenas mostrar que seus dentes eram alinhados e brancos? Quero dizer... sorriso enorme demais. Ele não era assim conosco por perto antes, piadinhas? Sim. Sorrisos enormes e assustadores? Não.

Smoked FlowersWhere stories live. Discover now