Capítulo 16

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Amor vira arte?

Já não seria o amor o início de toda arte? A própria arte?

É bonito aqueles versos que leu naquele site ou naquele livro? É bonito e triste, talvez? Com certeza então?

O que não vira amor, vira arte? Foi o que li recentemente. Mas arte já não é amor? Então como isso seria? Bem, aquele amor que nem chegou a existir fisicamente... mas que existiu na cabeça dos amantes, ou só de um lado. Se transforma, modifica, cria novas formas. Novo tamanho. Quem um dia tem a grande alegria de ter um autor, poeta ou escritor de qualquer tipo de texto que seja tem uma sorte... ah, como tem. Porque ele, o ser que se apaixona e transfere isso de forma singela para o papel, irá lhe eternizar nas linhas, fará outros, que nem lhes conhece suspirar por algo que se refere a você. Você? Ah, você pode até passar despercebido como pessoa, em algum lugar, em meio a tantas outras pessoas. Mas você como poema, poesia pura, texto para qualquer idioma, você não irá passar despercebido nem por aquele que diz não gostar de leitura.

Ser eternizado nas linhas de um escritor, é uma dádiva que poucos se quer percebem possuir. E geralmente, machucam o tal fulano, fazendo assim... Ele desflorar de vez os dedos e escrever, sem parar. Sobre a beleza da dor. Mesmo que doa.

GREGORY HOOVER

Por várias vezes enquanto relia algum rascunho meu, ou por acaso encontrava algum texto meu repostado em algum lugar além do meu blog, os questionamentos me atingiam. É como se ao reler aquelas palavras não me viesse a certeza ou incerteza de que aquilo é a verdade ou não, apenas viesse mais questionamento e essas perguntas geradas me levaram além do que imaginei chegar. Então depois de um longo processo comecei a focar um pouco nas perguntas e não dar todo protagonismo as respostas apenas. Por vezes, como humanos, falhamos. Sim. E acabamos por esquecer que as perguntas te levaram ali. Que elas foram a sua primeira resposta, mesmo que você nem tenha percebido.

Costumo aprender muito, só dentro da minha cabeça e a única forma que tive nos últimos anos de mostrar isso foi pelos meus textos. Não chegam a ser poesia, mas são melodia para corações que precisam ouvir alguma música. Ou apenas ler sua letra. Apesar de não ser um compositor, gosto da analogia. Peguei meu caderno de rascunho e guardei dentro da minha mochila, me organizando enquanto via alguns alunos ao meu redor. Ainda terei treino hoje para o jogo de sexta, precisava me apressar.

É louco como você sempre dá ênfase apenas as respostas, como se as perguntas nada fossem. Quero dizer, olhe como tão jovens somos jogados a aprender o que gostamos realmente ao ponto de transformar isso em um trabalho que inicialmente você seguirá por toda a sua vida? As disciplinas que você gosta, depois o curso. E como é errado quando você se questiona se é realmente aquele curso, aquela carreira, que você quer fazer seu nome.

Hoje tenho três profissões consideradas distintas que poderia seguir: jogador profissional, escritor ou engenheiro civil. É insano como eu me sinto compreendido por todas elas, mesmo que de formas estranhas elas se conectem, ainda são tidas como áreas diferentes. Então cá estou eu me forçando perguntas há meses sobre qual? Qual retém meu coração? Qual quero fazer meu nome brilhar exercendo? E isso nos resulta a duas respostas apenas. Escritor ou Engenheiro. Nunca descartei ser um profissional no football, realmente amo entrar em campo, a energia das torcidas que você sente passar por todo o seu corpo. Mas gosto disso como é. Sendo uma responsabilidade para manter enquanto frequento a Universidade. Assim como amo cogitar criar prédios do nada, casas e afins. Assim como escrever é minha alma.

Smoked FlowersWhere stories live. Discover now