Explosão de culpa

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Acordei decidida a dar um fim nesta zona que está a minha vida, talvez eu deva mesmo esquecer essa história de ficar com o Valter e valorizar o amor do Hércules, ele não merece tamanha dor. Depois de fazer minhas higienes, tomei café com a mamãe e a Gisele, ela está muito melhor, inclusive já vai trabalhar.

— Como eu queria que a nossa situação fosse diferente e a senhora não precisasse trabalhar tanto, mas eu prometo que isto vai mudar! — Tomo um gole de café e noto que minha mãe ficou intrigada com o meu comentário.

— Não se preocupe comigo, eu estou bem! – O que eu quero, é garantir que você e sua irmã, são mulheres honradas. — Parece que o sexto sentido de minha mãe sempre sabe o que se passa na minha cabeça.

— De qualquer forma, deve se fazer o que for para melhorar a situação. – E você Gisele, está gostando do novo trabalho? — Pergunto sem interesse algum na resposta, apenas por educação.

— Muito bem, obrigada irmã. – Vou ganhar melhor e poderei te ajudar mais. — Gisele sorri com sinceridade e eu retribuo.

Terminamos o café e cada uma seguiu seu destino, o meu é direto para o inferno, olhar para cara da Melissa é o que eu menos quero na vida, mas aquela vaca não me atinge mais então, tanto faz. Chegando na universidade, o diabo me aguardava na entrada cuspindo fogo, lá vamos nós para mais um round.

— O Valter sumiu ontem o dia todo até a noite, onde ele estava. — Melissa e sua mania de cuspir enquanto fala, garota nojenta.

— E como eu vou saber, o noivo é seu, garota. – Eu estava com a minha mãe que passou mal, satisfeita? – E aprende a falar sem cuspir, nojenta. — Não espero o que ela tem a dizer e saio.

Não estou com paciência para essa patricinha irritante, o que eu de fato quero, é que termine esta aula para eu ir até o consultório do Valter.

— Eva, como está sua mãe? — Sarai cochicha em meu ouvido.

— Ela está bem, depois tenho algo para te... — Minha voz é abafada pela voz do reitor que está nos aplicando um belo sermão.

— Senhoritas, poderiam fofocar depois? Foco na aula!

— Elas estão falando sobre a alegria que é viver no subúrbio. — Ah Melissa, eu acho bom calar a boca.

Apesar de alguns idiotas rirem, a zombaria não continuou.

Eu queria deixar o Valter para lá, mas depois dessa, Melissa vai me pagar com juros e tudo mais.

Depois da aula, Sarai e eu fomos até a lanchonete, não estou muito próxima da Sophia e não me faz falta alguma.

— O que você queria me contar? — Sarai como sempre, ansiosa pela próxima fofoca.

— Eu tinha decidido deixar o Valter de lado, mas a Melissa precisa pagar por tudo que me fez. — O ódio é visível em meu olhar e até mesmo na minha fala.

— Eu adoraria ver aquela vaca sofrendo, mas me preocupo com você, ela não vale sua infelicidade e com aquele homem do lado, tudo que terá é isso. – Sarai tem razão, nunca serei feliz porque eu amo o Hércules.

— Bom, seja como for, vou resolver isso agora. – Te ligo mais tarde. — Me despeço e saio.

É agora que o Senhor Valter vai levar um choque de realidade. Passo rapidamente pela entrada principal ignorando boa tarde da Sandra, e vou direto para o consultório dele.

— Eva, eu estava ansioso pela sua chegada. — Ele está todo sorridente e eu indiferente.

— É mesmo, e para que? — Arqueio uma das sobrancelhas e cruzo os braços.

A Perdição de EvaWhere stories live. Discover now