A fúria de Valter

237 87 55
                                    

Mas que porcaria o Hércules está fazendo com essa vagabunda de quinta categoria? Sem pensar duas vezes, parti para cima dos dois, puxei Hércules pelo pé quase o derrubando da cama e em seguida, puxei essa cadela pelos cabelos e a joguei no chão, eu estou um animal descontrolado.

— Eva... — O que é isso? — Hércules parece zonzo ou bêbado, sei lá que caralho é isso, mas quero uma boa justificativa.

— Que isso? — Eu quem deveria estar fazendo essa pergunta. — Pego um abajur que está encima da cômoda e ameaço jogar nos dois.

— Pelo amor de Deus, calma! — Hércules olha para o lado e vê Michele. — O que você faz aqui, o que está acontecendo? — Ele começa a recuperar os sentidos e fica puto de raiva.

— Você não se lembra? — Pergunta Michele dando a entender que aconteceu algo a mais.

— Eu não tenho nada do que me lembrar, garota. — Eu cheguei do trabalho cansado, bebi um maldito suco e apaguei, para de me perseguir! — Hércules caminha em minha direção suplicante.

Por um minuto, olhando em seus olhos, me senti segura do seu amor por mim. Tem uma coisa muito estranha acontecendo aqui e eu vou descobrir o que é, portas abertas, casa escura e a dona Antônia não está, essa cobra velha acha que me engana, de tramoias eu entendo e isso está me cheirando a uma.

Michele continua cacarejando no chão, o que me dá mais raiva, miro o abajur para jogar na cabeça dela, mas Hércules o segura e me coloca para fora do quarto.

Hércules me arrasta para a sala contra a minha vontade e encontramos com Heitor na porta.

— Hércules, porque não foi resolver o assunto da herança? — Ele parece impaciente.

— Olha, eu me enrolei no trabalho e esse não é o momento indicado, me ajuda aqui caramba. — Hércules pede para Heitor me segurar enquanto tira Michelle do quarto.

— Que isso! — Você tem duas mulheres? — Por um momento, Heitor sorri.

— Claro que não! — A única mulher que eu tenho se chama Eva. — Hércules está desesperado e chega a ser engraçado.

Michelle caminha para a porta da sala quando Antônia entra, essa vaca velha vai me ouvir!

— Isso é arrumação sua, não é? — Fuzilo Antônia com o olhar e noto que ela ficou intimidada.

— Não sei do que está falando! — Antônia não faz a menor questão de disfarçar o cinismo.

— Mas eu sei! — Você armou este teatro junto com essa cadela, para tentar me separar do Hércules, mas fique sabendo, não vou te dar esse gostinho! — Sinto minha pressão subir e tento me acalmar.

— Não duvido que tenha dedo dela mesmo, para quem abandonou um filho, ferrar com a vida do outro não custa nada. — Heitor não perde a chance de pisar em Antônia e eu acho pouco.

— Não permito que fale assim comigo na minha casa! — Pela primeira vez, Antônia se irrita com ele.

— Tanto faz! — Já estou de saída. — Heitor sai para fora e vou com ele.

— Quanto a você, se realmente quer ficar comigo, saia já desta casa! — Olho fundo nos olhos de Hércules e ele sabe que não estou brincando.

Heitor e eu saímos e logo vi o carro de Sarai parado na porta da minha mãe, não pensei duas vezes e o convidei para entrar um pouco, vou dar um empurrãozinho na vida amorosa da minha amiga. Por alguns instantes, ele hesitou, mas ninguém resiste a minha lábia.

Entramos e Sarai logo botou seus olhões em Heitor, ele retribuiu com um sorriso tímido.

— Bom, vocês lembram do Heitor? — Pergunto como quem não quer nada.

A Perdição de EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora