Somente Por Amor

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As vezes a vida nos pregam peças que podem mudar todo o percurso – que julgamos ser o certo.

Toda essa situação da Eva, está me deixando louco! Eu preciso saber se esse filho que ela espera é meu ou não. No trabalho, vai tudo bem, as obras estão a todo vapor, mas meus pensamentos não estão me deixando concentrar em nada, pedi o dia de folga para resolver isso definitivamente – felizmente, Cléber compreendeu minha situação e não tivemos problemas.

Peguei o endereço de Sarai com Gisele e fui até sua casa, certamente ela sabe de tudo pois, é a melhor amiga de Eva.

Ela vivia em um edifício classe média, mas que lembrava bastante a realidade do meu bairro. Subi pelo elevador e enfim estava na sua porta – apertei a campainha e Sarai pareceu mais ver um fantasma do que a mim.

— Hércules? — Sua expressão de surpresa é notável, através de seus grandes olhos castanhos.

— Perdoe aparecer assim na sua porta – mas preciso de respostas que só você tem.

— Entra. — Sarai dá espaço para que eu entre e sentamos no sofá para conversar.

Ficamos em um desconfortável silencio e isso estava me matando – resolvi quebrar o gelo pois não tinha muito tempo.

— Sarai, eu preciso muito saber de quem é o filho que a Eva espera – essa agonia está me matando a cada dia que passa. — Estou sendo extremamente sincero e não dizendo isso somente, para ela me dizer o que quero saber.

— Eu não sei se deveria dizer, mas dada as circunstancias – acho que é o melhor para ela e o bebe. — Sarai está muito pensativa e não tenho uma sensação boa sobre isso.

— O bebe que ela espera é seu filho! — Quando ela disse estas palavras – não consegui conter a felicidade que eu estava sentindo. O filho é meu!

— Meu filho! — Digo estas palavras enquanto ando de um lado para o outro na sala.

— Agora que sabe que o filho é seu, o que pensa em fazer? — Não hesitei nenhum pouco ao dar a minha resposta.

— Eu vou buscar os dois!

— E a sua namorada? — Sarai me deu uma breve lembrança do pepino que vem pela frente.

— Vou resolver isso e mais tarde entro em contato com você. — Nos despedimos e sai.

Estou ciente de que a atitude que irei tomar com a Michele – é de um canalha – mas eu quero tentar dar uma família ao meu filho ao lado da Eva, e claro, eu ainda a amo muito.

Combinei com ela de tomarmos café e assim poderei abrir o jogo, me sinto mal por magoa-la, mas é o melhor.

Michele chegou na cafeteria Roseta muito elegante, vestindo um vestido rosa claro, saltos e seus cabelos negros soltos ao vento. Ela abriu seu lindo sorriso igual todas as vezes que me vê, sem imaginar o que está por vir.

— Oi amor! — Ela me beija na testa. — Fiquei surpresa com o seu convite, não deveria estar no trabalho? — Ela se senta frente a mim, bastante animada, realmente estou muito sem graça.

— Michele... — As palavras não saem e eu começo a soar frio.

— O que você tem? — A essa altura, ela notou que tenho algo sério a dizer.

— Primeiramente, me perdoe! Nunca foi a minha intenção ferir seus sentimentos – menos ainda te magoar. — Estou extremamente nervoso e escolhendo as palavras certas.

— Diz logo o que você fez e para de rodeios! — Ela bate na mesa como se estivesse possessa por um gênio ruim.

— Caramba, fica calma! — Para que gritar desse jeito? — As pessoas começaram a nos olhar e eu fiquei muito envergonhado. — Descobri que o filho que a Eva espera, é meu! — Sinto muito, mas vou tentar com ela novamente. — Eu já estava esperando por uma bofetada!

— Você está de gozação com a minha cara! — Qual é o seu problema? — Michele levanta da cadeira gritando feito uma maluca, eu sei que isso não é nenhum pouco agradável, mas bem que ela poderia se controlar. — Deixa de palhaçada, ela disse que quer ficar com você? — Depois de tudo que ela fez, você ainda vai atrás? — Filho da puta! — Sem dar a chance de eu ao menos abrir a boca, ela pega a bolsa e sai – todos ficaram olhando para mim, foi muito constrangedor.

Depois dessa, o que me restou foi um café bem forte. Me recompus e liguei para a Sarai.

— Oi, sou eu Hércules.

— Tudo bem?

— Tirando o esporro que levei da Michele, sim. Você poderia ir comigo até a casa do Valter?

— Certo! Passa aqui e a gente vai.

Eu não me importo nenhum pouco se o Valter vai dar chiliques – o que realmente me interessa – é tirar a Eva e meu filho o mais rápido possível de lá. 

A Perdição de EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora