Um Novo Destino

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Após uma noite radiante com o meu amor e inúmeras ligações de Sarai, sai do motel e fui direto para a casa dela saber o que houve – para falar a verdade, já tenho uma noção.

Cheguei por volta das onze da manhã e a minha amiga havia preparado um delicioso café para mim.

— Bom, julgando pela sua aparência de acabada – presumo que estava levando uma surra de pau do Hércules. — Sarai gargalha do próprio comentário, me fazendo sorrir também.

— E você, porque me ligou tanto? — Sento na mesa de frente para ela, degustando alguns pães de queijo.

— Porque a belezura do Valter Fernandez – esmurrou a minha porta a noite toda praticamente.

Neste momento, meus olhos arregalaram e engasguei com o café.

— Desfaz essa cara, como sempre – passei pano quente nas suas loucuras. — Eu disse que estava dormindo e era para ele se mandar da minha porta – antes que eu chamasse a polícia. — Suspiro aliviada e Sarai debocha, nunca mais encontrarei uma amiga assim.

— O que pretende fazer agora? — Boa pergunta, Sarai.

— Eu não sei – minha vontade era voltar imediatamente com o Hércules – mas ele vai achar que é pelo dinheiro e porque está vivendo melhor. — Abaixo a cabeça desanimada.

— Ele te ama e vai te aceitar como você é.

Sarai tem razão! Talvez eu devesse tentar – mas fico receosa dele ter passado a noite comigo somente para se vingar.

Liguei para Gisele e ela estava em casa se recuperando das emoções de ontem, convenci a Sarai a irmos até lá – mesmo minha mãe não querendo ver a minha cara.

Minutos depois – chegamos ao meu antigo lar. Antônia estava na calçada e ao me ver – simplesmente bateu o portão na minha cara. Ela tem o direito de fazer isso – minha madrinha me adorava – mas eu não soube valorizar nada.

Gisele ficou muito contente com a nossa visita, a duplamente grávida – estava com vontade de comer lasanha, Sarai e eu fomos ao mercado e compramos tudo o que era necessário para fazer uma. O clima estava tão agradável – que por alguns minutos – pensei ser de casa novamente.

Enquanto Gisele e Sarai preparavam a comida, tomei um bom banho e matei a saudade do meu quarto, ainda haviam roupas minhas lá – o que me deixou feliz, - significa que a minha mãe não me odeia totalmente e de alguma forma – queria me ter por perto.

Após o almoço – que por sinal não sobrou nada – deitamos no sofá e assistimos pegadinhas. As horas passaram tão rápido – que não me dei conta que estava na hora de minha mãe chegar.

Quando ela entrou por aquela porta, meu coração já estava preparado para mais um esporro, mas para minha surpresa, ela não me expulsou.

— Boa tarde, meninas! — Todas respondemos e a cara da Sarai é puro medo de ser chutada junto comigo. — Eva, quero falar com você, me acompanhe. — Mamãe coloca suas sacolas de compra sobre a mesa e seguimos para o seu quarto.

Eu não sei o que ela vai dizer, mas confesso que vai me ferir muito se forem palavras de desprezo e rancor, embora eu mereça.

— Muito bem mocinha, você sabe muito bem a merda que você fez, as vidas que quase destruiu e tudo que perdeu. — Mas, você é minha filha e estou cansada desta situação, principalmente pelo bebê que está por vir, sugiro que... — A fala de minha mãe é abafada, por vários batidos fortes no portão.

Fomos até a sala e tanto Sarai como Gisele estão apavoradas, minha mãe nunca temeu nada, ela foi lá fora e fomos atrás. Para surpresa de todos, era o Carlos, ele estava possesso – sua expressão era fria e confesso que fiquei preocupada com o que ele poderia fazer.

A Perdição de EvaWhere stories live. Discover now