A Perdição de Eva

Inesquecível amor

Enfim chegou o dia da tão sonhada viagem, eu estou animada e com a cabeça no lugar. Desde que Valter e eu nos beijamos, não voltei ao seu consultório e ignoro suas ligações, eu tenho responsabilidades profissionais com ele, mas creio que o mesmo não verá as coisas somente desta forma. Quando eu voltar de viagem, acerto os ponteiros, por enquanto quero focar em dar os melhores dias da vida do Hércules.

Dormimos na casa da Antônia para sairmos cedo, pelo que vi em fotos, o hotel fazenda vale encantado é o cenário perfeito para o amor.

— Animada, princesa? — Hércules está radiante.

— Estou! – Espero não vomitar no avião.

Que pesadelo! Meu estomago foi em saturno e voltou para terra, depois de pouco mais de uma hora, desembarcamos no aeroporto internacional de Confins.

Pegamos um táxi e fomos para o hotel, situado no município Delonix regia, nome dado devido a quantidade de flamboaiãs espalhados pelo lugar, fica a uma hora de Belo Horizonte. Eu poderia me acostumar com este sossego facilmente, nunca tinha estado tão próxima a natureza, a calmaria que ela traz, é impressionante.

Aproximando-nos do casarão, temos a vista incrível de uma montanha, rodeada por ipês vermelhos.

— Como descobriu este lugar? — Pergunto fascinada com o que vejo.

— Pesquisando muito, é um paraíso perdido. Você gostou?

— Gostar é pouco, eu amei Hércules!

Chegamos ao hotel e fomos recebidos por Raquel, uma senhora que apresenta seus sessenta anos, de aparência agradável.

— Sejam bem-vindos ao vale encantado! — Ela me abraça.

— Nós que agradecemos a hospitalidade! – Amei os ipês vermelhos!

— Temos em outras cores também, quando plantamos, não imaginei que floresceriam e se tornariam essas maravilhas. – Creio que estejam com fome, vou preparar um ótimo café mineiro, enquanto o almoço não sai, garanto que vão gostar. – José, leve-os até o quarto. — Um dos funcionários pega nossas malas e o acompanhamos.

O quarto é aconchegante, todos os moveis são de madeira maciça, cortinas brancas e paredes em tons brancos, deixam o ambiente com um ar suave, ao abrir a janela, temos a visão de um lago e uma pequena floresta em volta.

Descemos até a cozinha, que é toda planejada em um estilo caipira, Raquel havia preparado uma bela refeição para nós. Pão de queijo, leite com café, bolo de fubá entre outras maravilhas.

— Raquel, está maravilhoso! — Elogio enquanto ainda mastigo uma fatia de bolo.

— Você não viu nada! – O almoço é frango caipira feito no fogão a lenha, arroz, macarronada, maionese e uma saladinha de tomate e alface direto da minha horta. – Antes de ir embora, vou fazê-la engordar alguns quilos, está muito magrinha, minha filha. — Hércules gargalha divertido e também sorrio.

O que eu menos quero, é perder minha cinturinha de miss, mas enfim, assim que o almoço ficou pronto, devoramos feito dois mortos de fome.

— Obrigado, Raquel! Estava maravilhoso! — Hércules agradece com seu sorriso simpático.

— Não por isso! – Vocês são os únicos hospedes que temos no momento, não aceitamos qualquer pessoa – esse é um lugar sagrado para nós, quero que tenham ótimas lembranças daqui. – Sugiro que explorem a cachoeira do outro lado da floresta, não é longe. — Ah Raquel, essa sugestão me deu mil e uma ideias.

Sem perder tempo, Hércules e eu fomos explorar o lugar. A beleza da natureza é fascinante! Ficar sozinha com o Hércules distante de tudo e todos, é uma ótima chance para por em ordem tudo que está confuso em mim.