O Reencontro

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Dois meses depois

Minha relação com o Valter está ótima! Enfim posso dizer que estou apaixonada, ele realiza todas as minhas vontades e me trata como uma rainha. O desejo mais estranho que senti até agora na gestação, foi comer bucha de lavar louça, é estranho, mas devoro feito uma louca, claro que não engulo, apenas sinto seu gosto que para mim, é o melhor.

A barriga está crescendo e o meu amor cresce na mesma intensidade, o fato de estar apaixonada por Valter, não significa que deixei de amar o Hércules, tem dias que a saudade grita em meu peito, cada sonho que tenho junto a ele, é uma tortura, já cheguei a despertar e procura-lo na cama, mas tudo que achei foi o Valter.

Hoje é um dia importante para mim, é a primeira vez que irei ouvir o coração do meu bebê, através de uma ultrassonografia.

Estava empolgada – me arrumando para a consulta, quando Maria, governanta do Valter, disse que uma pessoa queria falar comigo no telefone, fiquei curiosa pois depois do que aconteceu – todo mundo resolveu me desprezar, inclusive a Sarai.

— Alô?

— Eva, sou eu Gisele.

— Eu sei que é você, como poderia esquecer a voz da minha própria irmã. O que você quer?

— Eu sei que agora sua vida é outra, mas preciso muito que me ajude.

— Precisa de dinheiro?

— Não Eva, não quero dinheiro. Podemos nos ver? Por favor!

— Certo! Me encontre no edifício Sena, onde fica o consultório do Valter, você sabe. Te espero em uma hora na lanchonete, tchau.

O que será que a Gisele quer, tem dois meses que tento me aproximar e sou excomungada em todas as tentativas, agora surge isso. Seja o que for, estou ansiosa.

Terminei de me arrumar e segui para a lanchonete, no caminho, esbarrei com a Sarai saindo da universidade.

— Eva, posso falar com você? — Ela se aproxima com um sorriso sem graça.

— Seu desprezo durante esses meses já disse tudo, não temos mais nada para conversar. — Não expresso emoção alguma.

— Olha, me perdoe. — Só fiquei confusa com essa atitude, mas eu sinto sua falta e não quero continuar assim. — Pelo seu olhar, ela realmente está falando a verdade.

— Eu também senti a sua falta e me doeu muito você ignorar as minhas ligações, mas enfim, vamos esquecer isso. — Nos abraçamos com muita saudade, a Sarai é a melhor amiga que eu tive em toda minha vida.

Sophia passa por nós, mas não pronuncia uma palavra, ela sequer olhou para mim, para falar a verdade, estou cagando para ela. Sarai concordou de ir comigo até a lanchonete esperar Gisele e para colocarmos o papo em dia.

— E a universidade, você vai parar? — Sarai pergunta enquanto saboreia um sorvete de leite condensado.

— Não, mas pretendo estudar em outro lugar.

— Depois que você foi embora, o Hércules quase morreu. — Sarai olha em meus olhos e percebe o quão abalada eu fiquei.

— Como assim, como você sabe? — Pergunto com um certo desespero.

— Soube pela Gisele que ele se afundou na bebida e esteve internado em coma alcoólico, mas ele deu a volta por cima. — Sabia que ele é o projetista do novo shopping de Plumária? Saiu nos jornais.

— Eu não sabia de nada, Valter não recebe jornais. — Respondo chocada com o que acabei de descobrir.

— Ou não deixa você ler... — Sarai me deixa intrigada com esse comentário e de fato é estranho.

A Perdição de EvaWhere stories live. Discover now