O Pai da Minha Melhor Amiga

Peter

Sophia Blanco

Uma semana depois

Uma semana se passou desde o jantar com o Lucas. Tem sido tudo maravilho entre nós dois. Eu realmente gosto muito dele. Mas é difícil ter que fingir com minha melhor amiga, eu sempre contei tudo para ela.

O Lucas e eu temos que manter nosso relacionamento somente para nós dois. Não só porque ele é o pai da minha melhor amiga, mas porque eu ainda sou menor de idade e ele pode ser preso.
O fato de ele ser um empresário conhecido e meus pais serem conhecidos dificulta mais ainda nossas vidas. Se fôssemos dois anônimos, poderíamos pelo menos sair e curtir, e só precisaríamos fingir para quem nos conhece.

Mas já que infelizmente nem tudo é como queremos, continuamos dando o nosso jeito para viver esse romance proibido.
Combinamos de nos encontrar na praia pela noite. Será a segunda vez que o fazemos.
A praia fica vazia de noite e podemos namorar um pouco sem medo que alguém nos veja ou faça uma foto e venda ela para alguma revista.

Enquanto a noite não chega, estou vendo uma série na Netflix, pelo celular mesmo. Mas paro quando ele indica a chegada de uma ligação.
Reviro os olhos quando vejo que é o Peter.

—O que você quer? — pergunto fria.

— Eu quero te pedir perdão. Mas por favor, permita-me que faça isso olhando para você.

— Só se você prometer que depois disso você me deixa em paz.

— Eu prometo — diz e faz uma pausa — Podemos nos encontrar em 30 minutos na sorveteria aí perto da sua casa.

— Está certo — digo e desligo.

Continuo vendo a série por cerce de 20 minutos até que o episódio termina e me levanto.
Saio apenas com o celular e caminho por poucos minutos até chegar no local combinado. Peter está na mesa afastada em que sentávamos quando namorávamos. Estávamos quase sempre nesta sorveteria.

— Você pode falar. Não tenho muito tempo — digo quando me sento ao seu lado.

— Primeiro vou pedir nossos sorvetes. O seu é morango, né?

— Pode ser — respondo e ele se levanta. Vai até ao balcão e depois de algum tempo volta com os sorvetes. Me passa o meu e eu sinceramente não tenho nem apetite.

— Bom, eu queria pedir perdão por ter te tratado daquele jeito, eu estava drogado, você sabe que eu te amo.

— Você me ama? — pergunto com sarcasmo — Você sempre ficava com outras garotas.

— Eu fazia essas coisas drogado ou bêbado, eu juro — ele segura minhas mãos — Volta comigo Sophia, por favor. Eu prometo que tudo será diferente desta vez.

— Não Peter. Eu não quero voltar com você — digo afastando nossas mãos — E outra, eu estou gostando de outro cara.

—Mas como, não faz nem uma semana que a gente terminou — diz surpreso.

— O amor não precisa de tempo para acontecer — confesso que essa foi para irritá-lo.

— Não tem como você ter me esquecido em tão pouco Sophia, por favor, volta para mim, eu te amo — diz e deixa cair algumas lágrimas.

— Mas eu não te amo. Não depois de tudo que você me fez e disse.

— Me deixa mostrar que eu mudei. Me dê outra chance meu amor.

— Mesmo que você tenha mudado Peter, eu já disse que estou gostando de outro homem.

— Quem é esse garoto Sophia? Como você conheceu outro cara em tão pouco tempo — ele faz uma pausa — É alguém que você já conhecia? — pergunta desconfiado.

— Não te interessa.

— É algum dos meus amigos? Sophia, você ficou com outro cara quando estava comigo? — olho para ele com raiva.

— Você é um doente. Nem sei por que vem aqui — digo me levantando.