Hospital

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Sophia Blanco

Um mês depois

Minha vida nunca esteve tão mal, minha mãe quase não para em casa, Papai provavelmente de esqueceu que tem uma filha, pois ele sequer telefona, a Cris definitivamente não quer mais me ver, ela tem uma nova melhor amiga, Nicole, a garota do shopping.
Nesse tempo todo eu não vi nem falei com o Lucas.

Por incrível que pareça, a única pessoa que tem me feito companhia é o Peter. Não sei se é a carência, mas ele está sendo muito legal comigo, acho que podemos ser grandes amigo.

E o melhor, ou melhor a única coisa boa, é que o baile se aproxima e já estamos preparando tudo.
Faltam duas semanas, ontem eu comprei meu vestido, ele é lindo, também compramos o terno do Peter. Eu fui com ele para garantir que ele escolhesse algo que combine com o meu vestido.

Neste tempo, notei também que o Marcos e a Cris não estão mais juntos. Em outros tempos Cris me contaria tudo o que aconteceu e eu saberia antes mesmo deles terminarem.
Mas na nossa atual realidade, sequer sei quando os dois terminaram. O único que sei, porque eu tenho notado e qualquer pessoa que preste atenção também deve ter notado, é que o Marcos está mudado. Ele parece outra pessoa, diria até que ele virou o antigo Peter.

O pior deste mês é que como se não bastasse todos os problemas sentimentais que estou enfrentando,  acho que estou doente.
Tenho vomitado muito, tive alguns enjoos e eu até desmaiei uma vez. Receio que seja algo grave, então marquei uma consulta para hoje mesmo.

Neste momento estou voltando do Colégio com o Peter. Ele tem sido um bom amigo minha única companhia no colégio, estamos mais próximos do que quando namorávamos.
Claramente, sei que ele pode estar acabar confundindo as coisas, então deixei claro que o único que podemos ter é amizade.

— A está entregue bela dama — fala sorrindo.

— Muito obrigada meu cavalheiro — entro na brincadeira.

Nos despedimos e entro em casa.
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São duas da tarde e estou na clínica. Tive minha consulta e o médico me mandou para a sala de exames.
Aqui, quem me atende é uma senhora loira com aparência de 35 anos, nem muito magra e nem gorda.

Ela olha as anotações do médico em um papel. É incrível como eu vejo apenas rabiscos no papel, mas ela lê perfeitamente.

— Tudo bem, é algo simples — ela diz de forma simpática e sorri.

— Eu só preciso de um pouco do seu sangue — ela me trata como se eu fosse uma criança. Mas de um jeito fofo.

Ela abre uma gaveta, pega uma embalagem de seringa. Abre-a e tira o objecto de dentro. Ela monta a agulha, depois de desinfectar todo o material com álcool.
O tamanho da agulha me faz respirar fundo.

— Não dói nadinha — diz e estende a mão para que eu estique meu braço.

Realmente, não é nada doloroso. Ela recolhe meu sangue sem dificuldade nenhuma.

— Pronto — diz depois que fecha o frasco com o sangue para exame —  Você volta pra pegar o resultado daqui à três dias.

— Ok, obrigada — digo me levantando.

Nós despedimos e vou até a saída, onde outra mulher está esperando para ser atendida.

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Depois da clínica senti vontade de tomar sorvete. Peter e eu formamos dupla para um trabalho de literatura e precisamos concluir a pesquisa hoje.
Decidi unir o útil ao agravado e chamei ele para a sorveteria.

— Nossa, que gulosa você ein— fala rindo.

— Olha quem fala — reviro os olhos, fingindo estar chateada.

— Você está suja aqui — fala aproximando seu rosto do meu.

— Peter eu..... —  ele não me deixa terminar.

— Shiu — se aproxima mais e colou nossos lábios, iniciando um beijo calmo. Diferentemente de todas as outras vezes desde que terminamos, desta vez eu retribuo e nós beijamos até que a falta de ar nos faz parar.

— Eu .... Eu — gaguejo sem saber o que dizer. Eu não deveria ter beijado ele. Não posso criar falsas esperanças, eu amo outro homem.

— Não precisa falar nada — ele me olha.

— Deixa as coisas acontecerem — por deixar as coisas acontecerem eu perdi minha melhor amiga e me apaixonei por um homem que não posso ter.

Não respondo, apenas suspiro fundo.

— Eu não estou mais suja né? -- tento mudar de assunto.

— Na verdade você nem estava — ele ri como uma criança travessa.

— Ahhh — levo minha mão até ao meu peito  — Estou indignada — me virei ficando de costas para ele.

— Pois não fique minha bela dama — quando vou responder sinto tudo girando. De novo essa tontura.
Perder percebe e me olha preocupado.

— Você está bem? Quer que eu a leve à um hospital!

— Não precisa não. — sorrio fraco — Eu já fui.

— Me leva para casa apenas.

O Pai da Minha Melhor AmigaWhere stories live. Discover now