Peter?

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Sophia Blanco

Alguns dias depois

Não sei a quanto tempo estou aqui, mas deve ser muito, não sei quem me colocou aqui, mas deve ser uma pessoa horrível.
Estou trancada em um quarto bonito, confortável, não sei se é uma casa ou um hotel, não sei em que parte da cidade estou, ou sequer se estou mesmo no país.

Todos os dias eu tenho comida, água, suco, tudo, alimentos do bom e do melhor, tem até um closet com um monte de roupas de grávida que eu uso, tem um banheiro espaçoso com creme hidratante, perfumes, etc.

Mas eu nunca vi ninguém aqui, tem um buraco na porta pelo qual os alimentos entram.

Isso devia me tranquilizar, mas me dá ainda mais medo. Quem fez isso não quer que pagem um resgate, não está interessado em dinheiro. Quem fez isso está interessado em mim, ou talvez no meu filho.

Sinto faltando Lucas, da Cris. Sinto falta da minha vida. E tenho medo de como isso vai acabar. Não tenho noção dos dias e nem das horas mas sei que já passou muito tempo, minha barriga está ainda maior.

.
.

Vejo a porta se abrir, pela primeira vez em tantos dias, vejo um homem entrar, ele é alto, magro, com poucos músculos e tem um capuz que cobre o rosto.

Mas, mesmo que ele cubra o rosto, depois que o analiso, eu sei quem ele é, é impossível confundir, esse é o Peter, não pode ser, por que ele faria isso, meu Deus eu achei que ele tivesse mudado e que gostasse de mim de uma forma diferente.
Olho pra ele estática e lágrimas caiem dos meus olhos. Ele nunca apareceu aqui, nunca sofri nenhuma agressão física, me pergunto por que ele está aqui agora.

— Peter? — quase sussurro.

Ele tira o capuz e me olha nos olhos, seus olhos estão vermelhos, ele parece drogado. Ele parece estar com raiva, furioso.

— Por quê? — pergunto.

— Por quê? —  ele grita e eu me assusto — Você me trocou por um coroa e ainda engravidou dele, mas o pior ainda é que ele é pai da sua melhor amiga — me olha com nojo.

— Eu não fiquei com o Lucas para magoar ninguém, mas aconteceu, eu amo ele.

— Eu não quero te fazer mal, mas você não vai voltar para aquele cara — diz sério.

— Mas eu amo ele, e por mais que você nos separe o nosso amor só vai aumentar — falo

— CALA ESSA BOCA — grita.

— O amor sempre vence Peter, eu amo o Lucas e a gente vai ficar junto, goste você ou não — ele ri.

— O amor sempre vence? — Ele ri friamente.

—Sim, ele sempre vence.

— Então o que vai vencer aqui é o meu por você — ele diz de forma sarcástica.

Se aproxima de mim, me agarra e me beija. Tento me soltar dele, mas não tenho força suficiente pra tal. Então que paro de me debater e ele cola nossos corpos e beija meus lábios com desejo, mas eu não retribuo. 

Ele não para até que meu bebê chuta e ele sente.
Não é  a primeira vez que meu filho faz isso, mas dessa vez foi mais forte.
Peter se afasta de mim, fica por alguns segundos me olhando sem falar nada e sai, me deixando sozinha, outra vez.

O Pai da Minha Melhor AmigaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora