Morando Juntos!

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Sophia Blanco

Alguns dias depois

Hoje recebo alta, o Lucas tem vindo me visitar sempre, a Cris também, ela me pediu perdão, me explicou tudo e eu estou tentando perdoar, e ela tentando aceitar a situação. E realmente não é fácil, agora ela vai ter um irmãozinho ou irmãzinha e a mãe da criança sou eu.

Minha mãe não veio me ver nem sequer uma vez. É uma atitude completamente previsível vindo dela, então isso não me deixa depressiva.
Meu celular se quebrou no acidente, o Lucas e a Cris não têm o contato do meu pai, e tenho máxima certeza que a querida Sônia Blanco não se deu ao trabalho.

Termino de me arrumar para ir embora, e vejo no Lucas entrando no quarto.

— O que está fazendo aqui??

— Sophia, eu sinto muito, mas a sua mãe não aceitou o nosso envolvimento e muito menos o bebé que está esperando, e falou que não quer que volte pra sua casa.

Fico sem reação por um tempo, eu conheço todos os defeitos da minha mãe mas isso eu não poderia esperar nunca. Ela também me teve com essa idade, e ela nem cuidaria do meu filho, ela nem para em casa. Com certeza isso tudo é um pretexto pois ela queria me ver longe desde sempre.

Não consigo conter as lágrimas. Eu pensei que depois que Lucas e Cris descobriram da gravidez e aceitaram, as coisas ficariam menos problemáticas.

Lucas me abraça, me sinto segura em seus braços, sei que ele me ama de verdade e isso me tranquiliza, sei que minha vida vai ser difícil daqui pra frente mas tenho que ter força e coragem pra enfrentar isso.

— Você vai morar comigo.

— Sim — por mais que eu não queira isso, é o melhor a fazer nesse momento.

Eu preferia que Lucas e eu nos déssemos mais tempo. Mesmo que agora possamos ficar juntos, nós poderíamos nos conhecer melhor, namorar.
Mas acho que isso não vai acontecer, em tão pouco já estamos esperando um filho e morando juntos.

.
.

Algumas horas depois

Estou no quarto onde vou ficar, é o mesmo no qual fiquei fa última vez, quando eu conheci o Lucas.
Me vejo sorrindo com às lembranças que vêm na minha mente.

Penso como as coisas seriam se a gente não tivesse se conhecido, ou se não sentíssemos o que sentimos um pelo outro.

Talvez eu não teria terminado com o Peter; talvez eu não teria brigado com a Cris, não estaria Grávida, talvez eu estivesse morando na minha casa e não na casa dos outros, e até mesmo, talvez o baile de formatura tivesse acontecido, eu não teria sofrido um acidente e estragado a noite de todos.

São tantas suposições, tantos "se" mas acho que foi assim que Deus escreveu esta história, é assim que o destino quer que seja.

Estou perdida nos meus pensamentos até que escuto alguém bater na porta do quarto.
Grito para que a pessoa entre e vejo a Cris entrando, ela parece envergonhada, é tão irônico, nós  duas nos olhando como duas estranhas sendo que crescemos como irmãs e sempre fomos unidas, sabíamos que para cada situação teríamos uma à outra.

— He, papai queria vir ver como você está mas eu pedi para ver, você não precisa de nada? — pergunta ainda perto da porta.

— Não preciso não, estou bem — respondi me sentando na cama.

— Aham — ela parecia procurar algo para falar.

Espontaneamente soltei uma risada fraca e ela me olhou parecendo admirada.

— O que foi? — perguntou sem entender.

— Olha para como a gente está? É como se fôssemos duas desconhecidas. A alguns meses atrás nós éramos como irmãs.

— É mesmo — ela olhou pra baixo — E é tudo culpa minha.

Fiquei uns minutos em silêncio, por mais duro que seja, nessa história não tem nenhuma vítima muito menos nenhum vilão.

— Sabe Cris, a culpa não foi sua não, eu e o seu pai erramos em não falar com você sobre nossos sentimentos, mas você também errou ao pensar que foi tudo propositado e que a gente quer o seu mal, suas palavras me machucaram bastante.

— É, mas eu quero que você saiba que apesar de não ser fácil digerir o seu relacionamento eu estou fazendo de tudo para aceitar e retomar a nossa amizade — ela diz.

— Eu sei e agradeço por isso, você é muito importante pra mim — falo e Cris sorri.

— Estou indo embora, tchau — fala e se vira, mas quando ela vai abrir a porta eu à chamo.

— Cris — ela se vira de novo e olha para mim.

Me levanto e vou até ela, a abraço e ela retribui. Quando nos separamos, ela sorri e sai do quarto. Volto pra cama e me deito.

O Pai da Minha Melhor AmigaWhere stories live. Discover now