27 Me sinto culpada

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Aquele olhar penetrante, olhar maroto, apaixonado. Contra mim, me cortando como uma faca. Ela veio me abraçar, com aquele perfume embriagante, seus cabelos cheirando a shampoo, jogados contra meu rosto me fazendo inalar. E aquela voz calma, me trazendo a realidade e me carregando de culpa. E sim, agora eu sei porque. Como posso ficar com outra pessoa, enquanto estamos juntas, mesmo sem um formal pedido de namoro, estamos juntas. E eu não pensei nisso, mas agora aqueles olhos castanho cheios de paixão me lembraram, me jogaram na cara. 

S - Oie minha gatinha - me sorrio, ainda comigo em seus braços. 

- Ta atrasada, Heloísa! - a voz firme e gélida de tina falando meu nome, não apelido... ela estava possessa - Quase 1 hora. 

L - Desculpe. - me soltei de Sam - é que eu meio que perdi a hora.. 

- É de tarde, garota! Como perdeu a hora? - bufou - Vem Lica, só falta por as suas coisas no carro. 

Ela adentrou em sua casa, comigo e Samantha logo atrás. Guardamos minhas coisas, e ainda demoramos cerca de meia hora para sair. A tina estava de mal humor, seus pais nos enchendo de salgadinhos, e Sam me abraçando, roubando selinhos, dizendo como eu era incrível. Tudo muito discretamente. 

Lica - O que foi Sam? - falei observando-a me olhar - Por que ta me olhando desse jeito? 

Sam - Você é linda, Lica! - sorriu - Minha gatinha, só minha. -ganhei um selinho demorado.

Aquilo me derreteria em qualquer outra situação, mas agora me deixava mal. Ela tão doce, eu tão culpada.

Sam - E sabe o que eu mais admiro em você? - perguntou, fiz que não com a cabeça - sua honestidade, sabe Lica, você sempre fala a verdade. Sua fidelidade também, nossa como você é fiel. Aos amigos, a mim. Você é incrível. - pela primeira vez vi um sorriso tímido em sua face.

Lica - Não, não sou. Não fale mais isso Sam - abracei-a, querendo esquecer a tarde de hoje. 

S - Claro que é, voc... - parou ao ouvir tina nos chamando. 

As palavras de Samantha fizeram um rombo no meu peito, assim como uma granada. Eu queria que ele me xingasse, fosse ríspida e ignorante, me trata-se mal, ou sei lá. Mas ela não sabia de nada, e nem saberia. Isso nunca mais vai acontecer, não tem porque falar nada. 

Paramos na calçada, enfrente ao carro, esperando os pais de tina. Ela tirou um cigarro do bolso e ficou o dançando em sua mão, o fitando.

L - tina, por que não o acende? - perguntei 

- Hã? - aparente mente foi tirada de algum devaneio 

L - O cigarro, tina. Porque não fuma? - explicou Samantha

- Dois motivos. Primeiro: meus pais não podem ver. Segundo: perdi meu isqueiro. - falou guardando novamente seu cigarro no bolso, o devolvendo ao maço.

- Bom vamos meninas - falou animadamente a mãe de tina.

- Já pro carro garotas - disse seu pai, destrancado o carro.

Entramos e nos acomodamos, o pai de tina ia dirigindo, sua mãe ao lado dele no banco da frente, no bando de trás tina do lado direito á janela, Eu no meio e Sam ao lado esquerdo. Saimos já eram quase 20 horas. Devagar e a luz da lua.

•𝕃𝕚𝕞𝕒𝕟𝕥𝕙𝕒• √ Y𝕠𝕦 M𝕖𝕤𝕤 W𝕚𝕥𝕙 M𝕖Место, где живут истории. Откройте их для себя