59 Surpresa

860 56 3
                                        

Mais tarde naquele mesmo dia, depois da conversa com Clara, eu estava trancada no meu quarto, deitada em minha e com o pensamento longe, com o pensamento nela. Escuto a campainha tocar insistentes três vezes seguidas.

- clara, tina – gritei – abram a porta.

 - Meninas a porta. Meninas? – gritei de novo, sem resposta.

Essas duas devem ter saído, depois eu que não paro em casa. Plena segunda á noite e essas raparigas já estão na gandaia, e ainda tiveram a desconsideração de não me chamar. Não mais temos que conversar sobre isso.

- Já vai. – gritei saindo do quarto.

Abri a porta e não vi ninguém, olhei pra um lado, pro outro e ninguém lá.

Lica - Oushi, era o que faltava, essa gente não tem paciência de esperar um minuto. Também não devia ser ninguém importante.

Já ia fechar a porta quando olhei pra baixo, fiquei olhando sem acreditar no que via. No chão á frente da porta tinha algumas coisas. Calma, não era macumba. Pelo contrario, gostei de cara de uma das surpresas. Um cachorrinho filhote em uma almofadinha de cachorro dormindo, eu conhecia a raça, sempre quis um yorkshire terrier.

Lica - Hey menininho – peguei ele no colo – quem te deixou aqui heim? Vi que tinha um papelzinho na almofadinha.

Peguei o papel e desdobrei, só pela letra eu já sabia de quem era, só com isso um sorriso já escapou dos meus lábios. Estava escrito “Esse é o _____ (te deixo a liberdade de escolher o nome). Ele tem só cinco meses. Sei que você sempre quis um yorkshire terrier, é meu presente pra fazer sorrir a pessoa que me tira todos os sorrisos. É pra você ficar feliz, porque só assim eu sou feliz. Sabe eu sei que você vai querer me bater pelo que vou dizer agora, mas ele é tão pequenininho, tão fofinho e bonitinho, precisa tanto de cuidado, amor e carinho. Percebeu? Ele é como você, porque quando te vejo é mais ou menos isso que penso e isso me faz ficar com o coração apertado, porque tudo que eu queria era poder te cuidar, te ter em meus braços. Te amo minha gatinha.

- Sua Samantha.”

A emoção já me consumia, meu bebezinho já estava no chão mordendo uma bolinha que veio com ele. Fiquei procurando Samantha, olhei pra todos os lados, corri na escada no elevador e já ia descer quando me lembrei que tinha um cachorrinho na minha porta, e que ele poderia ir embora. Voltei correndo e ele continuava brincando. Peguei a almofadinha dele e ele no colo e levei pro meu quarto. Arrumei a almofada dele num cantinho no meu quarto.

Lica - Hey... – lembrei que ele não tinha nome – Petros! Isso, esse nome é perfeito.

Olhei pra ele e ele agora brincava com meu tênis, ele estava meio preso nos cadarços.

Lica - Ei pequeno meu tênis não é brinquedo – tirei o tênis de sua boca – acho que temos que pegar alguma coisa pra por água e comida pra você né.

O pequeno agora mordia meu dedo, desse tamanho e já mordia a doidado, ou talvez fosse eu que tenho mania de exagero. Levei ele pra cozinha comigo e peguei duas tapoés pequenas, coloquei água em uma e olhando pra outra vazia lembrei que precisa comprar ração.

- E você em Petros, será que ta com fome e por isso tava comendo meu tênis novo? – fiquei olhando ele todo desastrado pisando na água – só não fiquei brava por você ser tão bonitinho.

Pensei em outra coisa, hoje eu tava pensando muito... tenho que tomar cuidado pra não ultrapassar a cota de pensamentos uteis que tenho por mês, segundo a tina. Bom eu pensei que tinha que falar com a Sam.

•𝕃𝕚𝕞𝕒𝕟𝕥𝕙𝕒• √ Y𝕠𝕦 M𝕖𝕤𝕤 W𝕚𝕥𝕙 M𝕖Where stories live. Discover now