57 Eu Disse Que Voltava

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CHEGUEI SENTIRAM MINHA FALTA

Era como se todo o ar ao redor tivesse sido roubado, se o tempo resolvesse parar. Me vi hipnotizada naquele olhar, nem percebi, mas tinha prendido a respiração. Era como ver um fantasma que te persegue á anos, mas só agora se materializou a sua frente.

- Oi lica – sorriu – eu disse que voltava.

- Acho que o prazo já venceu – Voltei a mim – O que quer?

O sorriso dela sumiu, confesso que ver o desmanchar aquele sorriso que parecia ainda mais lindo do que eu lembrava me afetou.

- Eu queria falar com você – falou confiante.

Lica - Estou trabalhando, então se é só isso pode ir embora – me virei de cosas.

Sam - Qual é lica, acho que temos que conversar – se colocou do meu lado.

Lica - Não tenho nada pra falar com você. – a olhei – alias se você ficar ai falando comigo, vou levar esporro do meu chefe. Será que podia ir embora... e não voltar mais? – minha voz teimava em falhar, tremer, quase não saia.

- Se é assim eu vou. Que horas você sai? – tentou um sorriso.

- Não te interessa. – falei ríspida.

Sam - lica, não perdeu o orgulho e a infantilidade não é? – falou me puxando pelo braço.

Ficamos perto, podia sentir sua respiração quente em meu rosto, sua boca tremia pedindo pra ser beijada, e seus olhos variavam de meu olhar para minha boca. Pronto, como ser racional tão de perto?

- Me solta – sussurrei.

Seus lábios roçaram nos meu meus, sua mão livre pousou na minha cintura e me puxou mais pra perto, nossos corpos colados. Ela levou a boca ao meu ouvido, mordeu meu lóbulo da orelha e disse com voz rouca.

- Nunca mais.

Refez o caminho da minha orelha até minha boca, beijando meu rosto, quando chegou na boca, fechei os olhos já totalmente rendida, entre abri a boca a espera da sua. Mas alguém não concordava com o plano.

- O que é isso? – gritou meu amado patrão.

Empurrei ela e virei pra ele afoita.

Lica - Não, não é nada – falei rápido – nada mesmo. – graças a ele não foi nada.

- Acho bom, isso aqui é uma loja de família e eu exijo respeito! – ele disse como se estivéssemos nos agarrando na tabua dos dez mandamentos.

Ergui a sobrancelha, já ia mandar ele ir se ferrar, mas Samantha falou antes.

- É esse aqui que eu procurava – me mostrou um boneco verde, acho que foi o primeiro que ela viu - pode embrulhar pra mim? – me perguntou.

- Cla-claro – peguei embrulhei e entreguei a ela.

Enquanto me dava o dinheiro pelo brinquedo feio, eu não dormiria no mesmo quarto que aquilo. Ela deu sorriso e disse.

- Te vejo amanhã – se virou e foi embora.

O cara chato lá já tinha saído também. Fiquei olhando a porta que ela saiu com, minha cabeça estava rodando. Eu queria vê-la de novo, senti-la, beija-la, mas ao mesmo tempo tinha medo, afinal, quem me garante que ela não ia se atrasar um ano mais uma vez. Ou mais. 

•𝕃𝕚𝕞𝕒𝕟𝕥𝕙𝕒• √ Y𝕠𝕦 M𝕖𝕤𝕤 W𝕚𝕥𝕙 M𝕖Où les histoires vivent. Découvrez maintenant