Capítulo 21 Melhor desistir?

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Quando Flavinha dorme, Lucas me olha sério.

-O que foi filho?

-Por que aceitou voltar mãe?

-Eu conheci uma pessoa, me apaixonei de novo- meus olhos se enchem. -mas seu pai mandou matar a filha dele, ela está em coma filho. Não posso permitir que mais pessoas morram por minha culpa, me perdoe filho.

-De novo mãe! Esse cara é um monstro, mas porque está me pedindo perdão? -Minhas lagrimas agora rolam.

-Me perdoe porque não vou conseguir viver tudo aquilo novamente.

-O que quer dizer mãe? -Seu olhos estão cheios de lágrimas.

-Ele ama vocês, sempre foi bom pai, sei que ficaram bem sem mim.

-Não mãe, você não fará isso, não deixe ele vencer. -nossas lágrimas rolam.

-Ele venceu quando mandou matar Lucas, não estou desistindo de vocês, mas eu não aguento mais. Tente me perdoar um dia filho, eu fui fraca, eu tinha que ter feito isso assim que ele me comprou.

-Não mãe, me dê uma semana que eu prometo resolver tudo.

-Me perdoe meu príncipe, mas não vou aguentar se ele por novamente aquelas mãos sujas em mim.

-Ele não vai, eu prometo que vou acabar com isso. -Meu sangue gela.

-Não se torne um monstro como ele. Tire isso da sua cabeça, isso para mim seria muito pior que a morte.

-Vontade não me falta, mas infelizmente meu coração puxou o seu. Porque juro que nessas horas queria sim ser igualzinho a ele. -Paro na hora de chorar e o olho nos olhos.

-Nunca mais repita isso, entendeu, nunca mais.

-Desculpa mãe. -Ele me abraça e juntos choramos mais.

-Não vou matá-lo mae. Nós vamos fugir e até lá, não vamos sair de perto da senhora. Ele é maluco, mas não vai querer machucar a senhora na nossa frente.

Isso é verdade. Ele sempre manteve para os filhos a imagem de homem bom e correto; alegando que não largava a esposa por ela ser doente e precisar constantemente dele, mas que o amor de sua vida éramos nós.
*
Nesses quatro dias que estou aqui, fazemos nossas refeições juntos e eu não consigo quase comer nada apenas por ter aquele verme na mesa. Durmo com Lucas de portas trancadas, e até para pegar um ar na varanda ele me acompanha. A paciência de Flávio está esgotando e sei que logo colocará aqueles mãos nojentas em mim.
*
Hoje no jantar Flavinha pediu para irmos ao shopping, Lucas reclamou e o pai adorou a ideia. Amanhã iremos. Isso faz parte do plano dos meus filhos, mas sei que não posso fugir. Se eu fugir, ele mata Luke. Não conto nada disso ao Lucas, eu apenas quis ter bons momentos com meus filhos para que um dia eles possam me perdoar.
De amanhã não passa, nunca mais alguém morrerá por minha culpa.
*
Hoje Lucas acordou muito feliz, ontem depois do jantar passou horas no enchendo no celular e depois se deitou ao meu lado com um sorriso no rosto falando que tudo ia ficar bem. Espero que um dia ele me perdoe por eu desistir de viver.

Assim que chegamos ao shopping, sinto uma paz que me incomoda, deve ser meu anjo Lucas que já está esperando por mim.
Será que na eternidade ele me perdoará e seremos em fim uma só alma?
Amo Luke, mas esse amor não foi capaz de me fazer esquecer meu Lucas, na verdade apenas me senti mas próxima a ele.

Sentamos para almoçar e o que se vê é a ilusão de uma família feliz. Flávinha sorri à todo instante e me chama para ir ao banheiro com ela.
Quando entramos ela olha tudo, eu percebo que não tem saída alguma, já no corredor do banheiro tem a saída de emergência e ela sorri. O pai não mandou nenhum segurança nos seguir, então o plano dos meus filhos é que no final do almoço eu saia por ali com ela enquanto Lucas, conversa distraindo o pai.
Flávio não colocou seguranças. Ele sabe que eu não vou fugir. Ele sabe que não carregarei à culpa por mais uma morte e novamente ele me tem nas mãos.

Quando Flavinha fez oito anos, eu fugi com eles e no mesmo dia à polícia me achou. Flavii não deu queixa, mas em casa depois de deixar as crianças com a mãe dele, rindo me contou que tinha sido ele quem mandou sabotar o avião de Lucas e que eu era a culpada  por sempre desobedece-lo. Naquele dia minha fúria foi maior que meu medo e minha dor e sem pensar duas vezes, voei com uma faca pra cima dele. Ele saiu a tempo e meu ataque não passou de um arranhão em sua costela, ainda rindo me levou para o porão, me deixou dois dias a pão e água, quando pensei que tinha acabado ele me estuprou. Nesse dia ele trouxe um "amigo" e fraca como eu estava não reclamei quando ambos juntos me estruparam, somente lagrimas escorriam em meu rosto e quanto mais eu me calava mais eles entravam. No dia seguinte todo meu corpo doeu e parecia que meu útero cairia no chão de tanta dor, mas após o café (pão e água), ele voltou, passei mais de três horas sendo abusada e já não me importava, então quando ele voltou à noite com trazendo novamente o outro cara; eu o tirei do sério quando o cara me penetrou e eu gemi baixinho chamando ele de gostoso e pedindo ir mas fundo, enquando fingia gozar. Flávio tirou o cara de cima de mim e entrou, na mesma hora me calei, ele enlouqueceu e começou a bater com a minha cabeça na parede ao lado da cama me chamando de piranha. Lembro-me, que meu único pensamento era que ele finalmente conseguisse me matar e me tornar livre. Ele me segurou apertando meu pescoço e o ar foi me faltando, só me lembro de nesse momento ter sorriso; acordei uma semana depois em um hospital com Flávio me olhando. O médico logo entrou e me disse que fui induzida ao coma pois perdi muito sangue, que eu estava desidratada e meu açúcar tinha chegado à quinhentos e vinte por falta de alimento. Flávio disse com a cara mais tranquila do mundo, que estava ali para reivindicar mais segurança para as mulheres e disse também, em frente as câmeras, que se as mulheres não tinham segurança ele mesmo à faria.
Esse ato o levou nas eleições seguintes de deputado a senador e na mídia ele é um grande defensor das mulheres. Que nojo!

Por esse tipo de coisa, que eu sei que não vou suportar viver nem mais um dia com esse verme.

Quando volto a me sentar, sinto novamente aquela paz. Posso parecer uma louca, mas sei que é meu Lucas que de alguma forma está perto de mim, eu sinto a sua presença do mesmo jeito que senti há quase dezenove anos.
Fecho meus olho e peço que desta vez eu consiga ir com ele.

Quando abro os olhos, vejo um cara loiro me olhando do outro lado do corredor, eu conheço ele, não sei de onde, mas conheço. Ele balança lentamente a cabeça e com a mesma sinaliza para o lado, nesse momento meu coração pula uma batida. Saindo discretamente de trás da coluna da praça de alimentação eu vejo Luke com o sorriso mais lindo do mundo, a alegria que sinto e tão grande que esqueço por um momento meu medo e retribuo seu sorriso com os olhos cheios. Luke imediatamente volta pra detrás da coluna, segundos antes de Flávio se virar procurando o que eu estava olhando.

-Está feliz amor?

Não respondo.
Dentro de mim uma enorme confusão. Será que esse sentimento de paz foi trazido por Lucas ou por Luke? Luke procurou por mim e me achou, ele realmente me ama? Será que a filha dele está bem? Como um homem daquele tamanho e sucesso conseguiu chegar até agora sem chamar a atenção?
Também quem vai imaginar que é realmente ele, se eu não o conhecesse tambem não imaginária. Se eu permitir que ele se aproxime, Flávio fará mal a ele.

Ainda sem saber como agir, vejo Nicolas passando discretamente por trás de Flávio, em segundos meus olhos varem o lugar e vejo Dominic, Erick e Derik, que discretamente vão se aproximando dos dois seguranças de Flávio, que estão sentados na mesa ao lado bem distraídos mexendo no celular.

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