12 . O que não me mata me fortalece

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― Para de chorar por causa desse bacaba Mell, ele não merece uma lágrima sua. ― Ângela disse duramente, revirando os olhos entediada. 

        Já se fazia mais de uma hora que eu estava chorando de soluçar. As meninas estavam sendo ótimas em me consolar. Depois de contar tudo o que aconteceu no meu encontro com Lucas para elas Ângel, ficou super revoltada pela maneira com que Lucas. Eduarda não opinou muito, ela pensava um pouco como eu. Eu merecia toda a raiva que Lucas estava sentindo por mim. Eu só pensei que poderíamos ter tido conversado se ele tivesse me dado a chance disso acontecer. Por isso era impossível não chorar.  As duras palavras dele martelavam em minha cabeça o tempo todo.

― Quem vê você chorando dessa maneira pensa até que alguém morreu. ― Ângela falou debochando o que me fazendo forçar um riso.

        Tecnicamente tinha sido uma morte para mim. A morte do meu amor. A morte de um sentimento talvez. Não o meu, mas o de Luca. e quando eu pensava nisso tudo o que eu menos queria era rir.

― Em pensar que você era a mais empolgada em voltar pra casa entre todas nós aqui.  Ele é um filho da puta isso sim. ― sua voz era carregada de raiva e desprezo. ― Como ele pode te expulsar sem ao menos esperar o que você tinha a dizer. ― bufou.

        Ao mesmo tempo em que ela não aturava a minha choradeira eu sabia que Ângela estava sendo uma amiga que tentava me proteger, me consolar e ser um pouco engraçada para que eu pudesse esquecer um pouco de tudo isso. Mas um relacionamento não termina bem quando o outro não quer. Um sempre sofre mais do que o outro. Eu estava sofrendo e tenho certeza que Lucas também, ele só não demonstrou isso para mim no dia que o encontrei.  

― Não xinga ele Ângi. ― o defendi entre soluços limpando as lágrimas que caiam sobre meu rosto com as costas das mãos.

― Você ainda defende aquele filho da puta Mell? ― seus olhos se arregalaram e sua voz era de pura indignação. ― Aff Melyssa, vai a merda. ― Levantou-se da cama onde estávamos todas deitadas espremidas. ― Você deveria estar morrendo de raiva, não de amores. Eu no seu lugar estaria pensando em alguma forma de dar um chute no traseiro dele.

― Eu sei, mas eu também tenho culpa. Eu me odeio por tudo o que fiz. Ele tem todo o direito de não está querendo nem me ver pintada de ouro na frente dele. E completando, ele me deu um chute primeiro. ― me permiti sorrir por esse meu comentário tosco. ― Funguei e continuei. ― Ele almejava um futuro ao meu lado Ângela. ― disse entre soluços voltando a chorar. 

― Almejou porra nenhuma. Se ele tivesse mesmo almejado ele teria te entendido. ― Ângela serrou os punhos. ― Ele não pensou duas vezes em ir pra Minas Gerais. ― disse com ironia.

        Não era assim que as coisas funcionavam. Ele estava magoado por como o rumo das coisas andou. 

― Mais ele só foi por que eu o deixei Ângela. Eu! ― gritei. Todas as meninas que estavam ali nos olharam.

― Que é? Vocês nunca viram ninguém chorando não? ― Ângela perguntou com arrogância enquanto Duda me puxando para um abraço.

        Algumas meninas murmuraram alguma coisa e voltaram a prestar atenção no que estavam fazendo.

― Amiga agora vocês tomaram rumo diferentes cada um seguiu seu caminho. Eu sei que você nem ele queriam isso, mas foi o que aconteceu. ― E lá estava Duda com suas palavras doces. Eu a adorava por isso. Ela me transpassava tanta calma. Seus dedos acariciavam meu couro cabeludo e aquilo estava começando a me deixar com sono.

― Verdade Mell, agora você tem que se focar aqui. No seu momento ― apontou para baixo se referindo ao lugar. ― Esquecer o que passou e seguir em frente, assim como ele fez. ― a voz de Ângela era mais branda agora. ― O que não te mata te fortalece.

        E foi nessa frase que eu me agarrei. O que não me mataria só passaria a me fortalece a partir de agora. Eu tinha que me focar no agora. Persistir nisso aqui. Mas levaria tempo até eu o tirar de vez da minha mente, mas do meu coração seria impossível.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Where stories live. Discover now