15.O bom filho à casa torna

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Mell

        Eu sabia que estava no Rio antes mesmo do avião pousar. O clima do rio era quente eu já sentia meu corpo transpirar e o cheiro de maresia no ar entrava pelo meu nariz mesmo que estivéssemos longe da praia, eu sentia ele invadido meus pulmões. E eu gostava disso. Isso queria dizer que estava em casa, não tecnicamente, mas na minha cidade natal. Já sentia vontade de fazer um monte de coisas. Mas assim que fui pega de surpresa no aeroporto minha vontade foi voltar a academia e fazer 500 abdominais. 

― Noiva! ― A palavra que saiu dos lábios de Lucas entrou pelos meus ouvidos fazendo tudo ao redor perder o sentido. Se o Ethan não tivesse chegado no momento eu acho que teria um ataque cardíaco. Eu tive vontade de correr de volta para o avião pedir ao piloto para decolar e me jogar lá de cima. Mas eu respirei fundo e engoli aquilo. Você pode superar isso Melyssa ― Disse a mim mesma sem parar.

        Surpresa? Eu não definiria aquilo como surpresa e sim como choque, o pior foi quando eu passei de EX e ganhei o posto de AMIGA. Foi justamente com essa palavra que ele me definiu quando a loira perguntou. Se eles estavam noivos ele deveria ter dito pra ela da ex, ou será que houve outras ex e eu não fui tão importante. Que se foda eu tinha ganhado o posto de AMIGA!!!!

― Acabamos de encontrar o ex da Mell. ― O boca quente do Ethan falou assim que encontramos Ângela. Ela nos esperava impaciente na saída do aeroporto.

― Sério. ― disse enojada abraçando Ethan pela cintura e beijando seus lábios. ― E como ele está? ― perguntou com cinismo.

        Sim eles estavam se "pegando" era assim que ela definia o que rolava entre eles. Namoro pra ela era uma palavra muito forte.

― Noivo. ― Disse ríspida e sai andando na frente deles puxando a mala que parecia pesar toneladas.

― Como assim noivo? ― Ângela puxou meu ombro me fazendo voltar e andar ao lado deles.

― Com direito a aliança e tudo. ― minha voz saiu arrastada.

― E como você se sente com isso. ― apesar do seu jeito frio Ângi sabia a hora que tinha que se importar com os sentimentos dos outros às vezes.

― Nada. Não sinto nada, ele seguiu em frente assim como eu. ― dei de ombros, mas no fundo eu sentia e muito.

― Nada. ― arfou e riu. ― Pra cima de mim não, você pode dizer isso pro Ethan, mas pra mim não. ― bufou.

― Oouu me tirem fora dessa. ― Protestou o loiro.

― Já disse que não sinto nada Ângela. ― tentei dizer da forma mais normal que consegui. Não queria deixar a indignação transparecesse em minha voz e me acusasse.

                Eu tinha que ser forte e demonstrar força. Esse era o mantra na minha cabeça.

― Ok, ok... Não precisa ficar nervosinha. ― gargalhou. ― Se você diz que está bem eu acredito. ― Agarrou Ethan e saiu andando na frente.

        A cota de emoção por hoje pra mim já tinha chegado ao limite. Pegamos um táxi onde eu iria passar na casa dos meus pais para velos e assim ir para o meu apartamento. Ângela e Ethan iam ficar na casa dos pais dela. Ethan morava em São Paulo e veio passar uns tempos com Ângela. 

― Me liguem se forem fazer alguma coisa que possa ser feito a três. ― disse assim que desci do taxi assim que parou na frente da casa dos meus pais.

        Ângela tinha deixado bem claro que eles fariam sexo todo o tempo para compensar o tempo perdido já que na academia não podiam nem se olhar direito.

― Sexo também pode ser feito a três. ― disse dando um tapa na minha bunda.

― Ecaaa sua nojenta. ― comecei a gargalhar. Ela era muito doida. Eu nunca falaria isso perto do meu namorado. ― vou sair de perto de você sua tarada. Cuidado com ela Ethan. ― o adiverti.

― Ele gosta sua boba. ― riu maliciosamente pra ele. ― Não é amor?

                Ethan só confirmou com a cabeça.

― Moços, por favor, tirem eles logo daqui. ― falei para o motorista do taxi que estava serio no banco da frente.

                E assim meu pedido foi realizado.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Where stories live. Discover now