35.Mentira tem perna curta

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        Quando abri a porta, Daniel tinha um seu rosto um sorriso, lindo ate de mais para o meu gosto. Um frio percorreu minha barriga e senti minhas pernas bambearem. Eu não estava em estado de receber ninguém. Ainda mais Daniel. Eu deveria ter colocado uma roupa antes e não ter atendido a porta de toalha.

― Oi. ― disse e me olhou de cima a baixo me puxando para um abraço. ― Morri de saudades. ― beijou minha clavícula. Daniel segurou meu rosto e começou a me dar selinhos e assim iniciando um beijo, por um momento eu me deixei levar, mas logo me afastei.

― Como entrou? Eu não autorizei. ― perguntei pasma.

― O porteiro já me conhece linda. ― piscou pra mim e entrou quando dei espaço para que o fizesse. Eu não podia deixar ele lá fora.

― E então como foi lá? ― iniciei um dialogo indo para o quarto e ele vindo atrás de mim.

― Cansativo. ― ouvi sua voz atrás de mim. ― Você disse que queria falar alguma coisa comigo? O que é?

― Como você está vendo, eu ia tomar banho, mas você apareceu. ― ri. ― Quando eu voltar conversamos.

        Eu não poderia iniciar uma conversa seria com Daniel enrolada em uma toalha. Seria totalmente estranho.

― Não posso ir com você? ― colocou seu melhor sorriso cafajeste na cara.

― NÃO! ― sai entrando apressada no banheiro.

― Ta bom. Posso usar seu computador? Preciso olhar uns E-mails.

― Pode o notebook está ai em cima da cama. ― falei um tanto alto para que ouvisse.

        Enquanto eu tomava banho comecei a pensar na melhor forma de contar tudo para Daniel. E a conclusão foi: eu tinha que ser sincera com ele à cima de tudo. O pensamento que veio a minha mente agora quase me fez cair quando tentei sair do chuveiro coberta de sabão. Ele não podia ligar o notebook. O motivo pelo qual eu não queria que ele ligasse, era por causa da foto de proteção de tela, que de jeito nenhum eu queria que Daniel visse, aquela foto onde estava lá á tempos. Eu e Lucas nos beijando. Merda de esquecimento. Porque eu fui autorizá-lo a usar o notebook.

        Sai correndo e encontrei Daniel com o computador na mão, ele olhou pra mim e novamente para a tela. Estava perplexo. 

― Quando ia me contar. ― sua voz era baixa. Eu me aproximei devagar e retirei o notebook de suas mãos o colocando em cima da cama onde ele estava sentado.

― Eu ia te contar agora. ― disse num sussurro.

― Bem que eu sempre te via e achava que conhecia você de algum lugar, mas nunca juntei uma coisa com a outra. ― disse calmo. Eu pensei que ele fosse gritar, me xingar, mas até agora a única que estava nervosa e tremendo aqui era eu. ― Como você pode Melyssa? ― seu olhar era mortificado.

        Era incrível. Quando estavam com raiva de mim ninguém me chamava de Mell.

― Eu ia te contar, eu... juro... Dani. ― minha voz saiu tremula. ― Eu te chamei aqui justamente por isso. Eu e Lucas... nós voltamos. ― as palavras insistiam em sair tremulas da minha boca.

― Como? ― se levantou. ― Vocês voltaram? ― sua voz era quase um grito.

        Meu sangue simplesmente gelou. Daniel parecia ser um homem bem controlado a minutos atrás e ver suas mãos se fecharem em punhos me deu medo, cerrou os punhos tão forte, que seus dedos ficaram brancos.

― Dani...Desculpa...Eu....

― Tudo bem Melyssa. Sério.

        Disse indo em direção à porta. Eu fiquei indecisa se ia trás ou o deixava ir. Ele já estava no primeiro degrau quando resolvi que mesmo não sabendo o que fazer, eu deveria fazer qualquer coisa, eu não podia o deixar sair dessa maneira. Ele podia ir até a casa de Lucas e fazer alguma coisa. Sei lá eu tinha que fazer algo.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Where stories live. Discover now