39.Cínica e Debochada

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Mell

        Lívia veio correndo de sei lá onde, tipo aqueles cachorros, que ao verem os donos, correm abanando o rabo e os lambe em seguida. Pendurou-se em Lucas como se ele fosse um galho. Lucas por sua vez deixou a pequena mala cair no chão e não demorou muito para que ela o beija-se. A vontade que tive foi de puxar ela de seus braços e deixa-la jogada no chão, mas o que eu realmente fiz foi revirar os olhos, virar o rosto, pigarrear e dar um beliscão na bunda de Lucas, quando vi que o beijo durava tempo de mais e que ele mesmo não dava um fim a isso.

― Ai. ― ele gritou.

― O que foi amor? ― Lívia perguntou, ainda grudada nele, suspensa em seu colo.

        Lucas olhou para mim e novamente para Lívia. Como ele explicaria, eu não sei, mas não pude deixar de conter o sorriso que se formou em meu rosto.

― Algo me picou eu acho. ― foi a desculpa mais sensata que encontrou.

― Ou você está pesada de mais Lívia. ― fiz uma piada onde eu e ela rimos, Lucas por sua vez me lançou um olhar severo.

― Desculpa Mell, nem falei com você. ― se dependurou do galho/Lucas. ― Que bom que veio, eu fiquei um pouco duvidosa se viria, sua voz era tão indecisa no telefone. ― Beijou uma das minhas bochechas e depois a outra.

― Claro que eu vinha, como recusaria a pedido seu Lili. ― fiz o mesmo cumprimento que ele. Dos beijinhos. ― Não conheço Minas Gerais, mas parece ser um lugar legal. ― soei duvidosa, olhando tudo a minha volta. Não tinha nada de mais naquele lugar. Sim era muito diferente do Rio de janeiro, tudo bem pacato e tranquilo, enquanto lá tudo uma correria infernal.

― Amor você disse que alguma coisa te picou? Onde foi? ― fez uma voz melosa, voltando sua atenção pra Lucas.

        Eu não ia aguentar essa melação o tempo todo. Sai andando na frente e deixei que ele se explicasse, já que ele mesmo inventou o inseto.

        Esperei por eles sentada numa poltrona na varanda. Lívia tentava achar em que o inseto/Eu tinha picado Lucas. Revistando ele como se fosse uma mãe preocupa. Ri da cena e vi que esses dois dias não seriam nada fáceis, disso eu tinha certeza. Depois de muito inspecionar e nada achar eles, no caso ela resolveu que era hora de entrar. 

        A casa dos pais de Lívia era modesta e bem acolhedora. Era de dois andares. Entramos pela sala e lá estava o seu pai, que ela me apresentou e um dos irmãos. Diogo, muito bonito por sinal. Forte, moreno, olhos azuis assim como o de Lívia, sorriso extremamente lindo. Nos cumprimentamos com um aperto de mão forte, nada de mais.

― Prazer Mell. ― disse meio abobalhada, eu estava viajando em seu sorriso.

― O prazer é todo meu. Diogo e estou solteiro. ― eu ri.

― Pode desistir maninho, ela já tem namorado. ― Lívia me puxou.

― Tinha! ― exclamei. ― Terminamos.

― Ohh, você terminou com o Dani? ― Disse sentida. ― Que pena...

― É! Uma pena.

― Estou livre e desimpedido gata. ― gritou. Ele devia ter uns 23 anos no máximo.

        Senti o olhar de Diogo atrás de mim. Eu nem quis olhar pra cara de Lucas, ele não devia estar gostando nada daquilo, mas não me importei, era bom ele sentir o ciúmes na pele. Subimos para o andar de cima e eu deixei minha mala no quarto de Lívia. Lucas também deixou sua mala lá e  depois fomos até o quarto da mãe dela.

― Mãe tem uma surpresa pra você. ― Abriu a porta de vagar. ― Olha quem está aqui!

        Lucas entrou na frente e a senhora, não tão senhora assim abriu um sorriso para Lucas.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Where stories live. Discover now