81.O que devo fazer? O que devo fazer?...

6.3K 380 38
                                    

Mell

Semanas Depois

Daniel chegou em casa o mesmo horário que chegava todos os dias. Miguel sempre corria quando via o pai e dessa vez não foi diferente, estávamos na sala eu, ele e Maria assistindo novamente a um desenho que Miguel pediu para ver.

Daniel pegou-o no colo beijou sua bochecha, mas ele estava serio como se algo o estivesse incomodando. " Devia ser algo do trabalho" Supus. Olhou para mim e desviou o olhar andou até Maria e parou a sua frente. Algo estava errado.

― Você vigia ele um pouco Maria? ― sua pergunta foi mais como ordem. Maria por sua vez já tinha entendido o recado e já tinha estendido s braços para pegar Miguel no colo. ― Preciso falar com você. ― me olhou rapidamente e um temor percorreu meu corpo. Olhei para Maria como buscando respostas, mas claro que ela não sabia, ou sabia?

Agora o nervosismo tomava conta de mim, será que Maria tinha contado para Daniel sobre o beijo? Ela não podia ter feito isso comigo. Segui Daniel que subiu as escadas, mas ao invés de entrar no quarto, entrou no pequeno escritório que havia no andar de cima. Daniel segurava a porta para que eu entrasse logo em segui a fecha a trás de mim, meus temores aumentam. Era algo realmente sério.

― Aconteceu alguma coisa? ― pergunto preocupada e ao mesmo tempo temerosa.

― Já chega disso. ― sua voz e dura e polida, me viro para olhá-lo mais ele não me olha. ― Acho melhor você se sentar porque o que vou te contar não vai ser muito fácil. ― indica a poltrona a sua frente e eu me sento, ele fica de pé anda um pouco e isso me deixa angustiada.

― Foi algo que eu fiz? ― pergunto para saber logo, se for eu já vou pensando nas explicações que devo dar.

― Você fez algo?

Ele me olha fundo nos olhos e eu temo afirmar alguma coisa, mas nego com a cabeça nada sai pela minha boca.

― Eu vou te contar uma coisa. ― se ajoelha a minha frente e pega minhas mãos, uma de cada vez. ― Você tem que me prometer que vi ouvir até o final.

Agora eu fico mais nervosa e percebo que não tem nada haver comigo, é sobre ele e eu me pergunto o que é. Quero que ele fale logo para acabar com essa angustia em meu peito.

― Mell, quando eu era mais novo eu sofri um acidente. ― começa, sua voz é calma e me olha nos olhos o tempo todo. ― Esse acidente me deixou sequelas. Eu fiz exames e em todos os médicos que eu fui eles sempre diziam as mesmas coisas. ― o olhei por inteiro agora porque nunca vi nada de anormal ou estranho em Daniel, nem mesmo uma cicatriz, se fosse o caso de uma cirurgia. ― Você sabe, meninos não param. ― forçou um riso. ― Quando você me contou que estava grávida, eu fiquei tão feliz que não me lembrei desse detalhe naquele momento. E quando a ficha caiu eu me lembrei do que os médicos me disseram sobre eu ter uma chance e eu confiei nessa hipótese. Agarrei essa chance com unhas e dentes. Você lembra quando eu te disse uma vez que nunca me vi sendo pai?

Confirmei com a cabeça confusa, eu não entendia aonde Daniel queria chegar.

― Mell, eu não posso ter filhos. ― sua voz saiu tão baixa que eu acho ter entendido errado.

― Eu acho que entendi você dizer que não pode ter filhos. ― comecei a rir nervosa.

― Foi justamente o que eu disse. ― confirmou.

Como assim produção? Me levantei olhando tudo ao meu redor, procurando as câmeras de vídeos, isso só pedia ser uma daquelas cenas de pegadinha da qual, Daniel estava encenando muito bem.

Lembranças - CONCLUÍDO (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora