Capítulo XI

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Cápitulo XI

Mergulhar em contas, livros caixa, e relatórios dos administradores em nada contribuíram para tirar as sequências de imagens da Srta Sheffield de minha mente perturbada, pois óbvio, não estava em seu funcionamento normal.

O baile foi planejado e executado a maestria por mamãe, e suas investidas para que me torne um " homem respeitável" segundo suas definições - casado- estavam ficando mais acintosas. Convidou as Sheffields juntamente com todas as outras damas por conta disto. Por um prazer mórbido, ainda não a informei que pretendo de fato antes do final da temporada casar-me. Por que privá-la do prazer de arquitetar as maiores artimanhas para casar-me? Ela é muito mais feliz planejando, disto eu tenho certeza, além de que ela ficará ainda mais feliz acreditando que foram seus planos que deram certo, e não minha decisão prévia.

Meu corpo estava inquieto, assim como minha mente, e nem o fato de enclausurar-me em meu escritório evitando o zumbido dos empregados, e a balbúrdia que é meus irmãos juntos nos preparativos de um baile, fizeram com que relaxasse. De minha janela avistei Kate quando desceu de sua carruagem gasta, e senti algo assustador, senti uma eletricidade correr por meu corpo, sem falar no desejo que se tornou flagrante claro, um reconhecimento, algo em sua postura, seu modo de inclinar a cabeça , seu vestido simples aprisionou o meu olhar, e senti o fôlego faltar-me. Mas que diabos está acontecendo? Não faço a mínima ideia.

Maria Rosso estava ainda mais linda, sensual, sedutora, e extremamente desejável, porém sua presença não ateou fogo em meu sangue. Do meu assento fui capaz de perceber onde a Srta Sheffield estava sentada, mas segurei-me para não olhar pra ela. Por que dar essa satisfação a ela? Maria cantou esplendidamente e o tempo todo flertando comigo, e eu estava disposto a retribuir com avidez sua sedução, pretendia esquecer aquele sonho e a Katharine " a impertinente". Que mal isso faria ?Nenhum. Rosso teria uma recompensa generosa, e ambos seríamos saciados.

Percebi os olhos de Kate queimando-nos, creio que se ela tivesse uma arma, tanto eu quanto Maria jazeríamos mortos na sala de música de mamãe. Só pelo prazer de irritá-la fui ainda mais sedutor com minha convidada, nunca abandonando seus olhos. Convidei-a para uma conversa mais íntima e ela aceitou, Kate já havia sumido entre os convidados, estava na hora de esquecê-la nos braços receptivos de Maria.

No escritório discutíamos sobre o nosso possível acerto, quando comecei a sentir o cheiro de Lírios, o mesmo que senti no quarto após o meu sonho. Isso era a contestação de que estava de fato louco, com uma mulher linda e receptiva a milímetros de mim, minha mente estava conjurando o cheiro de outra, uma que é extremamente irritante, sarcástica e totalmente descrente de minhas boas intenções. Como posso ser tão tolo?

Ofereci uma bebida a Maria e decidi que o álcool seria o primeiro passo para aplacar a necessidade que crescia de maneira assustadora em meu corpo. Quando Lírios haviam se tornado tão afrodisíacos pelo amor de Deus? Minha mente estava formulando a resposta quando olhei para a minha mesa, e percebi de onde estava vindo o cheiro...
Katharine Sheffield estava dobrada em seu tamanho embaixo de minha mesa, completamente assustada, com os olhos arregalados, paralisada.

Não acreditei no que estava vendo, desde quando eu tinha o poder de conjurar pessoas? O que ela estava fazendo escondida em meu escritório ?
Ela seria capaz de tentar espionar-me? Em um átimo já tinha tudo resolvido, eu iria fazer ela se arrepender de invadir meu escritório, de tentar me espionar, mais ainda por ter invadido meus sonhos, por ter entranhado em meus pensamentos, e me deixado enlouquecido pelo seu cheiro.

Continua ...

#AnthonyBridgerton

Diário do Visconde Bridgerton - COMPLETA Where stories live. Discover now