16- Troublemaker

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“Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem.”
– Friedrich Nietzsche

Uma batida insistente despertara os moradores da casa. A matriarca resolvera buscar um taco de beisebol enquanto descia as escadas cuidadosamente.

— Mamãe, o que está acontecendo? — a voz de seu filho quase fez com que ela tivesse um infarto.

— Cristo! — suspirou aliviada ao perceber que era o seu pequeno.  — Volte para a cama, querido. A mamãe já está indo. Irei terminar de ler para você. Me espere lá. — Ela sorriu e o seu filho assentiu, deixando-a sozinha.

  Ela voltou sua atenção para sua tarefa inicial, logo após gritar um "quem está aí?" mas não obteve resposta, nada além de um murmúrio. A mulher abriu a porta de uma vez e percebera uma visita inusitada.

— Tom? — sua voz saiu esganiçada, ao ver o estado de seu irmão que debruçou-se no chão, quase desmaiando em seus braços.

— Key... Me desculpe... — Antony sussurou e sua irmã sentia o coração apertar.

  O assassino estava ensanguentado e com as roupas rasgadas. Havia um corte em sua sobrancelha e no queixo, sem dúvidas ele tinha brigado com alguém. Keyla supôs que algo grave poderia ter acontecido. Antony não era do tipo que apanhava de outros caras e tampouco iria bater em sua porta tão tarde. Com certa relutância ela buscou o kit de primeiros socorros e ajudou Tony a adentrar em sua casa.

— O que houve, Tom? — Keyla passou o antisséptico na sobrancelha dele que resmungou com a ardência.

— Briguei com cinco caras, consegui dar conta de quatro mas o último me acertou depois de chamar mais dois amigos. — Tony suspirou fundo e tentou levantar do sofá mas foi impedido por Keyla.

— Antony, me fala o que está acontecendo. Você nunca mentiu para mim. Se eu não pudesse ajudar, certamente teria batido em outra porta.

— Eu bati. Mas, ela virou as costas para mim. Achei que era o bastante, me enganei. — Confessou antes de tentar se levantar novamente — Preciso ir embora. Amanhã tenho que trabalhar.

— Antony, por favor. Me explique o que está acontecendo. — Keyla encarou o irmão com seus olhos verdes e suplicantes. Ele baixou a guarda e contou passo a passo tudo que aconteceu.

  Depois de resumir os fatos, Tony suspirou fundo enquanto sua irmã prestava atenção em cada detalhe. Stephanie já tinha ido em sua casa uma vez, talvez duas. Mas, ela sabia da amizade deles, sabia que a assassina era importante.

— Tio Tom? — Chad indagou descendo as escadas com seu pijama de carrinhos e olhou assustado para os dois.

— Querido, a mamãe disse que já estava indo. — Keyla tentou levar o filho para o quarto mas ele se desvencilhou e chegou mais perto de Antony.

— O que aconteceu, titio? — a voz curiosa e assustada indagou e Keyla lançou um olhar de reprovação para Antony. Cenas como essas não deveriam ser presenciadas por crianças.

— É que o tio Tom está participando de um filme e tem uma parte que o bandido leva uma surra do titio. Isso não é sangue, é apenas maquiagem. — Antony forçou um sorriso enquanto sentia uma dor em seus músculos da face. Ele torcia para que Chad acreditasse nessa mentira boba.

— Você é o cara bonzinho ou mau, tio Tom? — Antony limpou a garganta e observou que aquela pergunta era fatal. Os dois ficaram em silêncio e antes que Tony pudesse responder, Chad começara a subir as escadas novamente, mas parou no último degrau e lançou um olhar na direção do assassino.

Hard To Resist | CompletoWhere stories live. Discover now