Prólogo

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Capítulos serão postados todas as Quartas-feiras ❇

Espero que gostem 😘

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Fazia dez semanas desde que Caitriona fora para a cama com seu melhor amigo. E fora incrível.
E, naquele instante, dirigindo pela Venice, antes de pegar a entrada para a West Hollywood, ela se deparava com ele sorrindo sedutoramente.
Cait pisou instintivamente no freio e mal conseguiu evitar uma batida no carro da frente, que parara no sinal vermelho. O calor que lhe queimava o rosto desceu pelo corpo e se alojou no meio de suas coxas. Ela olhou para o enorme outdoor com a imagem de Sam, ídolo da Música o maior astro que a América já tivera. Ele não estava sorrindo maliciosamente deixavam muito pouco para a imaginação, assim como o convite: “Prove”. Mas não era o rosto bonito, que faziam com que o sangue dela fervesse. Era aquele sorriso tentador que parecia dizer “seja minha”, seus lábios sedutores e a promessa contida em seus olhos  azuis sensuais. A maneira como a câmera capturara o seu charme enquanto ele a encarava por baixo do cabelo cuidadosamente despenteado.
Todos os dias ela precisava passar por aquele maldito outdoor e vê-lo olhando para ela, como se ele se lembrasse de tudo que haviam feito naquela noite. De como a fizera suar, gemer, ofegar.
Quando os carros recomeçaram a se movimentar, Cait voltou a olhar para a estrada.
– Droga, como eu sou idiota – murmurou ela. Sam era seu melhor amigo desde os tempos da faculdade. Ela era sua companheira, sua confidente, seu porto seguro, sua cúmplice. Seu par, quando ele precisava de alguém para acompanhá-lo inesperadamente a algum evento. E, além disso, ele mantinha um namoro cheio de idas e vindas com alguém do seu trabalho.

Não que ela e Amber fosse melhores amigas, mas trabalhavam na mesma emissora, já que Amber tinha seu programa matinal, Ela se recordou das conversas que tivera com ela a respeito de Sam. Sim, definitivamente, naquela noite,  ela e Sam não estavam mais namorando. Esse era um problema com que não precisaria se preocupar e, portanto, só lhe restavam dois. Não lhe bastara fazer sexo com o melhor amigo, claro que não. Ainda precisara ficar grávida.

Ela sentiu uma pontada de dor e empalideceu, mas se recompôs enquanto entrava no estacionamento do Canal. Mostrou o crachá para o guarda, estacionou, entrou no estúdio, jogou a bolsa num canto do escritório e checou o celular.

Quatro chamadas perdidas, uma de Donal, três de Sam e uma mensagem:
📩

"Voltei. Precisamos conversar. Drinques no Flat?"

Ela suspirou e respondeu. 

📤
"Desculpe, atolada em trabalho. Impossível sair. Caso não saiba, houve um alerta de furacão"

Depois de ter respondido, Cait repassou as mensagens trocadas havia dois meses, uma lembrança dolorosa, que só fazia aumentar o seu tormento.

📤
Cait: Boa viagem para a Europa e bom Show.
📩
Sam: Odeio ter que viajar. Não deveríamos ter nos separado na noite passada sem conversar.
📤
Cait: Nada a dizer. Vamos culpar a bebida, a insensatez, e esquecer que aconteceu, tudo bem?
📩
Sam: Tudo bem para você?
Totalmente. Apagando da memória em três, dois, um... Vejo você em algumas semanas, te amo.

Suspiros..
📤
Cait: Eu tbm.

E fora isso. Por causa das agendas dos dois, quando tinham compromissos, eles não costumavam se comunicar, apesar de ele sempre achar um jeito de lhe mandar algumas fotos dos lugares onde estava. Agora, ele voltara e, como sempre, queria vê-la, mas ela não sabia o que lhe dizer. Eles haviam se conhecido na faculdade, ela fazia Jornalismo e ele música, ela pensará em fazer música também, afinal, já tocava Flauta e havia participado das banda do colégio mas também adorava jornalismo então optou pelo mais viável, agora trabalhava pra TV, apresentava o jornal matinal dá Califórnia.

– Você não poderá evitá-lo para sempre, Cait– disse-lhe Donal cinco minutos depois, quando ela ligou para ele.
– É dureza, mas eu vou tentar.
– Não seja ridícula. Ele merece saber.
Cait sentou-se na beirada da mesa e suspirou.
– Posso sentir o tom de censura me atingindo.
– Eu não a estou censurando, querida. Sou um dos poucos que sabe o que você passou nos últimos anos. O cara merece saber.
Ela sabia que o amigo seria direto.
– Eu... eu não consigo contar – confessou ela. – Eu já estou um caco e não conseguirei suportar todo o peso emocional.
– Isso não é justo, Bela
Disse Brian, ela sorriu, sabia que Donal estava no viva voz, ele completou.
_ O Sam não faria isso com você.
Cait suspirou e beliscou o espaço entre as sobrancelhas, enquanto alguém lhe fazia um sinal, avisando que a esperavam no estúdio.
– Preciso desligar. Falo com vocês mais tarde.
Ambos suspiraram
– Proteja-se durante a tempestade.- Disse em uníssono.
– Vou me proteger. – Ela desligou e resolveu esquecer a conversa. Quando entrava na sala de maquiagem, o celular começou a tocar. Era Sam. – Eu não quero falar com você – resmungou ela, colocando o aparelho no modo silencioso.

***

– Evitando falar com o namorado?
Cait olhou para Amber, a estrela do programa das tardes californianas.

Então olhou para o celular e concordou, evitando maiores explicações.
– Não, é apenas um... cara.
– É mesmo? – Amber olhou para ela pelo espelho e arregalou os olhos. – Um cara de verdade? Ah, onde está o meu telefone? Quero tirar uma foto deste momento.
Apesar do seu humor sombrio, Cait sorriu.
– Você fala como se eu fosse uma freira.
– Eu já estava achando que você era. - a Loira fez uma careta porque a cabeleireira acabara de repuxar um de seus fios. – Isso é tão excitante... Tira um pouco o foco das notícias sobre o Furacão Beta. Posso incluir no programa?
Cait riu.
– Você sabe que não. Eu não sou notícia.
– É sim. – Amber dispensou a cabeleireira e retirou a capa de maquiagem dos ombros. – Você é uma celebridade. Celebridades sempre são notícia.
– Não me lembre, por favor. Odeio pessoas que são famosas apenas por ser famosas.

– Então... Você teve notícias do Sam? – perguntou Amber casualmente.
– Ainda não – mentiu Cait, brincando com o telefone. – Há três dias ele estava fazendo um show em Florença.
– Eu soube que ele deveria chegar hoje. – Amber ajeitou a saia sobre as pernas cruzadas. – Estou preparando um jantar de surpresa para ele, esta semana.
– É mesmo? – Cait se sentiu tensa e tomou um gole de chá para disfarçar. – Então, vocês dois voltaram?
A Loira riu.
– Acho que nunca terminamos realmente. Eu tenho planos. Vamos ser sinceras... O meu relógio biológico está tiquetaqueando no mesmo ritmo há anos. Agora eu tenho um programa garantido e adquiri credibilidade no ramo. Está na hora de começar a pensar em ter um filho.
Caitriona engasgou, cuspiu o chá, enxugou o queixo e olhou para Amber.
– Com o Sam?
– Claro que com o Sam! – Amber franziu as sobrancelhas e olhou para o iluminador. – Qual é o problema? Eu sei que vocês dois são próximos...
– Ah, não. Quer dizer, sim... Isto é... - Cait tomou fôlego e tentou se acalmar. – Nós somos próximos e nos damos muito bem, mas temos uma regra: nunca nos meter na vida amorosa um do outro.
– Realmente? – Amber parecia intrigada. – Então, ele nunca mencionou sobre nós?
– Não.
– E você nunca lhe contou nada a meu respeito?
– Não. Não é da minha conta. Você quer ter filhos: por mim, tudo bem. – Cait deu o sorriso que aprendera a dar por necessidade. Um sorriso destinado às câmeras que costumavam aparecer diante de sua porta e que a seguiam até o trabalho, o shopping, a aula de Yoga, perturbando seus amigos e sua família, tornando-se tão invasivas que ela se vira obrigada a pedir uma ordem de restrição.
– Tem certeza? – perguntou a Loira. – Eu sempre achei que entre vocês existia uma tensão sexual, mas...
– Entre mim e o Sam? Não. Nunca! – ela negou enfaticamente. – Quer dizer, ele é um homem muito bonito e é o meu melhor amigo, mas ele é... – Ela procurou o termo. – Independente.
– Eu diria que ele é um osso duro de roer – falou Amber, sorrindo. – E um conquistador de primeira. Isso é bom, porque ele não iria me amolar com conselhos sobre como educar o meu filho.
O que ela poderia dizer? Tudo que a mulher dissera era verdade. Sam gostava demais da sua vida e a vivia a toda velocidade. Nela não havia lugar para uma companheira permanente, quanto mais para uma criança. Cait engoliu em seco, observando as pessoas que circulavam em torno de Amber, enquanto as câmeras assumiam suas posições. Apesar da sua confusão, das ideias loucas e das perspectivas absurdas em que pensara, a escolha era simples. Ele não iria querer um filho. E ela estava em um beco sem saída.

Best Lovers ♡Where stories live. Discover now