Capítulo 20

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Quem fora sua verdadeira mãe? Seu pai seria seu pai? Teria irmãos em algum lugar? Onde nascera? Seria parecida com algum parente?

Alguém desistira dela e a deixara, sem olhar para trás? Fora roubada? Ou teria sido amada por seus pais, que haviam morrido num terrível acidente?

Ela sentiu um nó na garganta, levou a mão à boca e ficou olhando para a porta do elevador, enquanto sentia os olhos se encherem de lágrimas. Era como se alguém tivesse apagado todo o seu passado, cada momento e lembrança, substituindo-os por... O quê?

Dezenas de perguntas.

Ela viu Sam ao seu lado, uma presença silenciosa que pouco podia ajudar para acalmar o seu tumulto interior.

O seu nome seria realmente Caitriona, ou isso também era mentira? Seu pai sabia? Alguém sabia?

Quem era ela?

A porta do elevador abriu. Cait engoliu um soluço e entrou, ainda tampando a boca como se quisesse conter suas emoções. Sam apertou o botão do térreo e, por fim, rompeu o silêncio.

_O que você vai fazer?

Ela ficou olhando para a porta do elevador, tentando desesperadamente se controlar, piscando repetidamente engolindo em seco. Não podia ter uma crise naquele momento, não ali. Talvez, mais tarde...

_Eu vou falar com o meu pai.

_Os voos foram cancelados até que o aeroporto seja liberado. - disse Sam.

_Eu sei. Mais tenho que tentar pegar o primeiro voo disponível para Irlanda.

_ Irei com você. - disse ele

Desesperada para se concentrar em outra coisa, ela pegou o celular e selecionou um site de viagens.

_ Você não precisa fazer isso.

_Eu quero.

_Você terá tempo?

_Eu arranjo. Isso é importante.- falou ele com firmeza.

Ela olhou para a sua expressão determinada e desviou o olhar rapidamente. Claro que você quer que ele vá. Assim como em todas as outras ocasiões pelas quais passara por crises emocionais, a presença dele iria ajudá-la a superar mais essa.

_Tudo bem.

O elevador chegou ao térreo, e eles atravessaram o saguão e saíram pelas portas automáticas.  _Você pode me deixar em casa?  perguntou ela.

_Claro.

Os dois se dirigiram ao estacionamento, em silêncio. Quando Cait entrou no carro, sentou, soltou um gemido e fechou os olhos. Estava físicamente e emocionalmente esgotada.

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Quando chegaram ao edifício onde ela morava, os dois não tinham trocado nem mais uma palavra. O que ela poderia dizer? Passara por um turbilhão emocional e sentia necessidade de se concentrar em outra coisa. Mas, quando ela saiu do carro, se voltou para ele e viu a sua expressão preocupada, a sua pose se desmanchou.

_Você está bem?  perguntou ele.

_Não. - Ela deu um sorriso trêmulo.  _Mas vou ficar.

_Você quer que eu suba?

Ela não olhou pra ele, Sam sabia que sim, se aproximou mais dela e a abraçou, ela estava tentando se manter forte e racional mais aquilo tudo era demais pra cabeça dela, ela agarrou-se a ele e soltou um soluço, Ele não disse nada, apenas a apertou mais contra si. Estavam na garagem do prédio dela a alguns metros do elevador de serviço, ele olhou pra esquerda, um flash atingir sua retina, piscou duas vezes e viu dois homens saindo de trás de um carro que estava em uma das vagas, Cait se afastou dele quando sentiu seu corpo enrijecer e olhou na direção que ele estava olhando e rapidamente escondeu o rosto, flashs eram disparados na direção deles, Sam a puxou pela mão enquanto corriam para o elevador, era só o que faltava, repórteres os perseguindo enquanto ela estava tão abalada, mesmo depois dá porta do elevador se fechar eles ouviam os cliques das máquinas fotográficas, Sam passou a mão nos cabelos tentando manter a calma, ela passou a mão no rosto, aquilo estava ficando fora de controle.

Sam Pov's

Não a deixaria ali sozinha, ela estava uma pilha eu sabia disso, eu a conhecia, Cait adentrou o apartamento e disse que não iria demorar, já havia falado com ela no elevador, já havia pedido pra que fosse pra minha casa, lá seria mais seguro, ficaria fora dos cliques dos repórteres, a vi subi as escadas rapidamente e enquanto ela pegava as coisas que precisava eu ficava ali na sala. Estava perdido em pensamentos quando meu celular tocou, era Donal.

_ Então? - quis saber o amigo do outro lado dá linha.

Sam passou a mão pelos cabelos.

_ Está tudo bem, ela vai ter o bebê. - contou ele é ouviu o suspiro do amigo aliviado do outro lado a linha. _ Mas isso não é tudo.- completou caminhou e sentou-se no sofá

_ Como assim?- ouviu a voz de Brian, por que não estava surpreso que Donal estivesse no viva voz em?

_ Estou levando- a pra minha casa, é melhor conversarmos pessoalmente.- disse Sam antes de se despedir dos amigos e desligar.

_Quem era? - quis saber Cait acabando de descer as escadas.

Ele virou a cabeça em sua direção

_Eram o Donal.- disse ele._ queria saber do resultado.- disse

Cait suspirou, seus amigos, o que seria dela sem eles? sempre estiveram ao seu lado, se conheciam desde o colegial, conheceram Sam na faculdade anos mais tarde, mas Sam logo fizera parte da sua vida também.

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_ Então, ligou pro seu Pai?_ quis saber Sam fazendo a curva e quebrando o silêncio que estava dentro do carro

Cait virou-se pra ele

_ Sim.- disse _ Mas como sempre, disse que falariamos depois, disse que estava ocupado no escritório. - completou visivelmente chateada e triste. Ele sabia que a relação dela com o pai não era das melhores, ela sempre se dera melhor com a mãe e depois de sua morte a relação com o pai só piorou, mas agora estava na hora de enfrentar suas diferenças.
 
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Assim que chegaram a Casa de Sam ele foi arrastado por Valbo e Marina pra uma reunião com a gravadora, ele lhe dissera que não demoraria, mas ela sabia que demoraria, viu- se sozinha naquele casarão, Sabia que se fosse criar seu filho com ele, teria que ir se acostumando a longos períodos sozinha, ela subiu mas não foi pro quarto que ela sempre ficava, foi pro quarto dele, precisava tirar aquela roupa, vestir algo mais leve, sorriu, por que trouxera sua roupa se gostava de usar as camisas dele? Depois de toma um banho, sentou-se na varanda do quarto,

Ela nunca deixara de se ressentir pela maneira como seus pais tinham desempenhado suas funções. Sua mãe estava sempre presente, mas seu pai, sempre estava envolvido com o seu trabalho, perdera grande parte das suas atividades de sua vida. ela teria tido mais chance de voar na  Millennium Falcon que de vê-lo ao seu lado. Teria levado um choque se ele tivesse comparecido a alguma atividade da qual ela participara.

As ausências constantes e dolorosas do pai a haviam magoado profundamente, dando-lhe a impressão de que ele não se interessava por ela, de que tinha se cansado e encontrado algo mais para ocupá-lo, aumentando a sua insegurança. O gosto amargo da instabilidade ainda lhe causava um aperto no peito.

Mas ela não era filha dele, não é? Talvez seu pai não tivesse se comprometido com ela porque os laços de sangue que ligam as famílias não existiam. E quando sua mãe ficara doente...

Ela de repente se sentiu nauseada e se agarrou ao corrimão dá sacada.

Best Lovers ♡Where stories live. Discover now