Capítulo 8

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Sam foi o primeiro a despertar. Viu que Cait ainda dormia, pegou o celular e constatou que estava sem sinal. Olhou pela janela e, depois, para ela, que se espreguiçava, massageando a marca que a almofada deixara no seu rosto. Ainda sonolenta, ela estava adorável, e ele perdeu o fôlego ao pensar que era impossível não ter vontade de acordar ao lado dela para sempre.

– Que horas são? – perguntou ela com a voz rouca.

– Sete – respondeu ele.

Ansiando por encontrar algo para fazer que não fosse olhar para as longas pernas que ela jogava para fora do sofá, para seus olhos ainda meio fechados e seu cabelo levemente bagunçado, ele voltou a pegar o telefone. Claro que ele pensou imediatamente no único assunto que estavam evitando: aquele momento. Naquele momento incrível, em cima do sofá, quando ela se desmanchara debaixo dele.

Logo, eles tinham informações a respeito das consequências do furacão Beta.

– Os telefones ainda não estão funcionando – disse ele, aumentando o volume do rádio.

– Então, os portos estão fechados - concluiu Cait, ajeitando o cabelo com os dedos.

_Sim.

– Então, estamos presos aqui até segunda ordem.

– Até eles liberarem o tráfego marítimo, daqui a alguns dias... O quê? – perguntou ele ao vê-la sorrir.

– Deve haver uma dezena de mulheres que dariam milhões para ficar presas com você numa ilha.

Sam suspirou.

– Por que você faz isso, Cait? Por que sempre se lembra das outras? – Ela pareceu ficar tão confusa que a irritação dele se transformou em frustração. – Esqueça. Vamos ver se o barco foi danificado.

– Eu estava brincando – disse ela.

– Eu sei. – Ele lhe ofereceu a mão, e ela aceitou.

Mas, quando ele abriu a porta da casa, a atenção dos dois foi totalmente ocupada pelo mundo exterior. O ar cheirava a chuva e a lama. O céu estava limpo e o sol brilhava entre as árvores, tornando tudo mais nítido. As palmeiras ainda estavam de pé, mas muitas estavam desfolhadas. O chão estava coberto de destroços e galhos. Enquanto eles avaliavam o estrago, um bando de periquitos retornava a seus ninhos.

Sam esperou até estarem sentados no buggy, indo para o cais, antes de dizer:

– Você sabe que tudo será diferente quando você tiver nosso filho, não sabe?

Ela olhou para ele,

_ Meu filho você quis dizer.

Sam a encarou.

_Nosso, você não fez sozinha.

Cait segurou o Riso e Sam não disse mais nada, se concentrou em evitar os galhos caídos e os montes de lama que a chuva espalhara no caminho.

Eles chegaram ao cais. As árvores estavam desfolhadas, o mar, cheio de fragmentos, mas o barco ainda estava ancorado, balançando na água, batendo contra o píer.

Sam analisou o barco de proa a popa, antes de ir a bordo para inspecioná-lo. Dez minutos mais tarde, ele saía satisfeito por não encontrar nenhum dano, e os dois voltavam para casa.

Depois de terem aberto todas as janelas e terem ido olhar a piscina, o estômago de Cait começou a roncar tão violentamente que ela fez uma careta.

– Eu preciso comer alguma coisa – falou enquanto entravam pela porta do pátio.

– Claro – disse Sam, indo para a cozinha. – O que você quer?

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