Capítulo 7

596 47 8
                                    

Sam a observava, mas ela parecia ignorá-lo. Com os cabelos castanhos despenteados, o pescoço úmido e os botões do vestido abotoados errados, ela estava sexy.

– Acho que nós cedemos ao calor do momento– falou ele, por fim.

Ela se virou e olhou para ele e bebeu mais um gole de água.

– Com certeza.

Ele esperou que ela dissesse algo mais, mas Cait se concentrou na garrafa. Os olhos dele desceram até suas pernas e subiram até a sua barriga, que quase não existia. De repente, ele se sentiu invadido pela emoção, um misto de desejo e de impulso de protegê-la e à chama de vida que crescia no seu ventre. Poucas pessoas conheciam a verdadeira Cait: uma mulher adorável, divertida, que fazia qualquer coisa por um amigo, que combatera a influência superproterora dos pais durante toda a sua vida. Que fora levada ao inferno das manchetes dos jornais e por uma série de homens que não a mereciam. Ela era inteligente, bonita, exaltada e teimosa. Teimosa demais. Depois que tomava uma decisão, não mudava de ideia.

Ainda que Cait não olhasse para ele, pela tensão dos seus ombros, pela boca contraída, ele sabia que ela sabia que ele a estava observando. Sam continuou teimosamente a olhar para ela, mas, depois de alguns minutos, ele desistiu e ligou o rádio. Ela se aproximou, sentou-se diante dele, e os dois ouviram as notícias com preocupação.

_Você não acha estranho? - perguntou ela de repente

– O quê? O furacão?

– Não. Nós.

Ele podia achar tudo, menos estranho.

– Na verdade, não. E você?

– Sim e Não. – Ela evitava olhar para ele. – Eu não sei.

_Tudo bem.

Cait suspirou e passou a mão nos cabelos, afastando a franja

_ Não deveríamos ter feito.... De novo

_ Um pouco tarde.- disse ele recostando no sofá e olhando pra ela._ Mas já esperava sua reação.

Ela olhou para ele.

_ Esperava?

– Você tem a tendência de fugir quando as coisas ficam muito íntimas.

– Não é verdade!

_É Sim.

Ela franziu os olhos, recostou-se no sofá e cruzou os braços.

– E quanto a nós, Balfe? Fazer sexo com o melhor amigo é um dos seus motivos para se afastar?

– O sexo sempre estraga tudo.

Ele se irritou com a resposta imediata. Ela ainda estava evitando a questão. Mas, quando ela desviou os olhos, envergonhada, evitando que ele visse a sua expressão, Sam sentiu vontade de beijá-la.

Mas se controlou e ficou onde estava.
– O que faremos agora? – perguntou ele em tom casual.

– A imprensa...

– Dane-se a imprensa – resmungou Ele, colocando as mãos na mesa. – O que você quer fazer?

– Sam... – O nome dele soou como um gemido, enquanto ela massageava a têmpora. – Eu estou cansada. Sei que você gosta de discutir as coisas, mas poderíamos não fazer isso agora, por favor?

Ele percebeu a maneira como ela estava jogada no sofá, com os olhos meio fechados, rugas nos cantos da boca, e se sentiu culpado.

– Você deveria dormir um pouco.

Desta vez, ela não discutiu.

– Você também.

– Eu ainda estou no fuso horário europeu. Não estou cansado. – Ele se levantou e ajeitou as almofadas do sofá. – Deite-se aqui e durma.

Depois de alguns segundos de hesitação, ela deitou, e ele a cobriu com um cobertor.

– Obrigada – murmurou ela.

Ele voltou para a cadeira e, quando sentou, ela já fechava os olhos. Logo depois, adormecia.

Sam cruzou os braços e deixou seus pensamentos voarem, enquanto olhava para ela, para a curva suave do seu rosto, para seus cabelos descendo pelo pescoço e para o seu corpo esguio que ocupava toda a extensão do sofá.Eles haviam se conhecido depois dela esbarra nele em um dos corredores dá faculdade, ele se lembrara dá sua primeira impressão, ele achará linda, seu sorriso ofuscava qualquer outro, e seus olhos eram os mais lindos e Gentis que ele já havia visto, ela era incrível.

Era a Cait, era a garota com quem ele saía quando não tinha namorada e precisava de uma acompanhante para algum evento. Ela era seu porto seguro. Sua melhor amiga. E, agora, sua amante.

E teria um filho. Um filho seu. Dos dois.

Ele sentiu a boca seca ao imaginar sua Cait, com a barriga crescendo. Radiante, sorridente. Feliz.

Mas ela não está feliz, está?

Ele ficou desanimado. Não pense nisso.

O problema é que, pela primeira vez, ela estava se recusando a falar com ele. Estranho, porque eles nunca tinham tido dificuldades para conversar sobre qualquer assunto. Quer dizer, sobre quase tudo. A restrição a falarem a respeito de seu relacionamento ainda estava em vigor, apesar de ele já ter querido ultrapassar aquele limite várias vezes. E ele mordera a língua e ficara frustrado.

Sam soltou um longo suspiro e olhou para a janela de ventilação. O vento se transformara numa brisa forte, as notícias zumbiam no rádio. Ele pegou uma garrafa de água, abriu e bebeu o seu conteúdo em poucos goles. Passou a mão na cabeça.

A atitude de “não quero falar nisso” não era típica dela. Ela sempre lhe dissera a verdade, por mais dolorosa que fosse, e ele fazia o mesmo com ela. A única mudança tinha sido o sexo, que confundira as coisas. Ela estava estranha e constrangida, calada, escondendo o que pensava. Ele não gostava disso nem um pouco, resmungou e tentou se acomodar na cadeira. Logo, embalado pelo vento lá fora, ele conseguiu adormecer.

Best Lovers ♡Where stories live. Discover now