Capítulo 4

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Os dois percorreram a costa oeste da ilha em um carrinho de golfe. Como sempre acontecia quando iam ali, Cait prendeu o fôlego e ficou maravilhada ao ver a casa no final da estrada. Feita de madeira e vidro, sustentada por grandes colunas escondidas pela vegetação tropical, a casa era formada por linhas simples, arcos e por um telhado inclinado. Fora feita para resistir às mais fortes tempestades, mas, também, para proporcionar a visão do magnífico pôr do sol no oceano.

Aquele era o paraíso de Sam, o lugar onde ele podia relaxar e ser ele mesmo com seus amigos, ser o homem que ela conhecia tão bem e que passara a conhecer o seu corpo intimamente, que a fizera gemer e que a fizera atingir o êxtase.

Enquanto ela admirava a casa e tentava controlar seus pensamentos, eles percorreram a última parte da estrada. Sam parou diante da porta e ajudou-a a sair do buggy.

– Precisamos proteger as janelas antes que a tempestade nos atinja – falou ele, examinando o céu.

Ela concordou e o seguiu ao longo da varanda que rodeava a casa. Enquanto a velocidade do vento aumentava e as árvores começavam a balançar, os dois trabalhavam em silêncio, abaixando as placas de proteção das janelas. Depois que prenderam a última, eles voltaram para a entrada da casa.

– Os pássaros desapareceram há algumas horas – disse Sam. – Eles sabem que há algo de errado.

Cait sentiu um arrepio.

– O Departamento de Meteorologia disse que o olho do furacão atingirá Los Angeles.

– Sim, eles estão esperando o pior: queda de torres de comunicação, falta de eletricidade. Os portos serão fechados. Não é o melhor lugar para se estar agora. Vamos entrar.

– Eu não tenho nada para vestir – disse ela.

– Use as roupas que deixou da última vez, Se precisar, pode usar as minhas.

Andar por ali vestindo as roupas dele, sentindo o seu cheiro, sabendo que elas tinham encostado em sua pele? Não. Ela não disse nada enquanto entravam no conhecido saguão de granito e atravessavam o corredor que levava ao fundo da casa, passando pela piscina interna que tinha um bar à direita e uma fonte à esquerda.

Por fim, chegaram ao coração da casa: um salão que conjugava a cozinha e um espaço de entretenimento com sofás confortáveis, uma enorme TV, uma mesa de jantar, paredes curvas com janelas de vidro do chão ao teto. Era ali que ela e os convidados dele costumavam passar a maior parte do tempo, comendo e conversando a respeito de suas vidas, da situação mundial, de suas carreiras e, claro, de música.

Cait foi direto até a geladeira, pegou uma garrafinha de suco e parou perto da janela de onde geralmente se via o mar, mas que agora estava coberta. Durante o dia, a beleza do céu azul se estendia indefinidamente, até beijar o mar a distância. À noite, a escuridão absoluta envolvia tudo, a não ser pelas luzes minúsculas do continente no horizonte. Naquele momento, ela estava mais que consciente da tempestade que se formava por detrás dos painéis de proteção e que deveria se assemelhar ao turbilhão formado por seus pensamentos, enquanto ouvia os passos de Sam atrás dela e sentia o perfume da sua loção pós-barba, que lhe trazia lembranças daquela noite, há dez semanas.

– Sim. – Ele abriu a porta que dava para o pátio e saiu para o deque. – Mas, como houve um alerta, precisamos tomar todas as precauções para nos proteger.

– O seu porão – disse ela, enquanto ele começava a recolher as cadeiras do deque.

Ele sorriu e concordou.

– E vocês debocharam de mim por tê-lo reformado.

Ela puxou uma cadeira para dentro.

– Vamos ser sinceros: o pior que você já tinha visto era uma tempestade tropical, não um furacão.

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