Capítulo 12

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Se era assim que ela queria, ele iria concordar. Por enquanto. Ficaria calado, manteria as mãos longe dela e lhe daria todo o apoio, e somente isso. Com o tempo, depois que saíssem da ilha e voltassem à realidade, talvez as coisas mudassem. Era necessário. Porque eles haviam ultrapassado o limite, e ele não ficaria de lado, como ela queria.

Na manhã seguinte, Cait ficou na cama, olhando para o teto, enquanto o sol entrava pelas persianas.

Eles haviam passado a tarde num silêncio pesado, que nem o som da televisão conseguira aliviar. Por fim, ela pedira licença e fora se deitar, ficando horas a olhar pela janela e a ouvir os ruídos da noite.

Sam, seu amante?!

Ainda assim, quando ela perdera a cabeça, esquecera-se de quem ele era e se entregara ao momento. Loucura. Excitação.

Droga, ela não conseguia evitar as lembranças que invadiam seus pensamentos nos momentos mais inoportunos. A maneira como ele a beijava, como se nunca se saciasse. A maneira como a acariciava, levando-a a estremecer em antecipação. E a maneira como ele a possuía, como se ela lhe pertencesse.

E você com esse papo de “somos apenas amigos, Idiota”. Que ele aceitara sem argumentar. Ela apenas lhe dissera que ele era pai do seu filho, nada mais.

A questão era se ela o queria como algo além de amigo. Queria começar algo que poderia terminar em desastre? Ou pior: envolvê-lo numa confusão emocional, quando ainda não sabia o resultado do exame?

Você não pode.

Cait rolou na cama e abraçou o travesseiro. Ela conhecia Sam como ninguém, mas, quanto a esse assunto, não tinha a menor ideia.

E ainda havia Amber.

Tudo estava confuso, e ela ainda precisava pensar no que diria a loira. Pensara em não dizer nada, mas a experiência lhe ensinara que era melhor ser honesta. Além disso,  ela merecia saber.

" Desculpe, Amber. Sabe aquele cara com quem você quer ter um filho? Ele vai ter um filho comigo. " Cait se encolheu. Então.. Amber, eu sei que você tinha planos com o Sam... Eca. Horrível. Amber, nós precisamos conversar sobre uma coisa que aconteceu...

Aquilo só soava bem em sua cabeça. Pensando bem, muitas coisas pareciam soar melhor em sua cabeça. Não sabia por que estava ensaiando. Ela funcionava melhor de improviso. Deveria pensar nisso depois que recebesse o resultado do exame.

– Mal posso esperar para sair dessa maldita ilha – resmungou ela.

Meia hora mais tarde, quando ela entrou na sala, a mesa estava posta para o café, e Sam, diante da televisão, pulava de canal em canal, à procura dos noticiários.

_Qual é a situação?  perguntou ela, servindo-se de cereais.

_As torres de comunicação voltarão a funcionar dentro de algumas horas.  Ele foi até a cozinha e pegou a torradeira.

_Ótimo.

_Ansiosa para fugir?  O sorriso que ele deu era frio.

_Eu estou ansiosa para saber o resultado do meu exame.

Ele concordou e se ocupou com a torradeira.

Ela pegou seu prato e foi pra frente dá tv e ambos começaram a comer em silêncio.assistindo à TV. Continua acontecendo, ela pensou, olhando fixamente para a televisão. Odiava aquele constrangimento, como se um esperasse que o outro mencionasse o elefante no meio da sala.

Era um tormento.

Quando Sam levantou, levando o prato, ela o seguiu com os olhos. Ele tinha um jeito de andar que lhe rendera uma série de admiradoras, E ainda rendia. Ela suspirou e se levantou. Eles haviam acabado na cama três vezes e, em todas elas, ela ficara maravilhada. Mas admitir que gostaria de tê-lo como amigo e amante era assustador.

Ela seria tola se começasse algo que poderia implodir com o resultado do exame, que ela precisaria forçosamente encarar, e não queria que Sam passasse por nem um terço do que ela passara ao ver alguém que amava definhando lentamente.

Ela foi até a pia para lavar a tigela e, sem pensar, empurrou-o pela cintura para afastá-lo, Ele deu passagem e

Sam lhe lançou um olhar indecifrável, que a intrigou e excitou. Como conseguia olhar para ele, sem que o seu pulso acelerasse? Mas precisava. Já haviam se abraçado, se divertido e se tocado com a segurança da amizade platônica. Agora, ela só queria beijá-lo... Levá-lo para a cama.

Ela terminou de lava a tigela e se virou agarrando o controle que ele deixará em cima do balcão e seguiu pro sofá. Ela passou os canais até que achou o que queria, ia começar  "Um amor na tarde" ela adorava aquele filme, ela já havia perdido a conta de quantas vezes assistira com Sam.

Ela ficou ligada desde o primeiro minuto, desde o primeiro acorde de música.  A música era linda e empolgante, os trajes eram da época, aguçando seus sentidos. Além disso, com ele sentado ao seu lado, ela sentia o calor do seu corpo, o seu perfume. E se segurou para não beija-lo.

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