Capítulo 16

496 35 2
                                    

Apesar do Furacão ter sido de média escala, transformara a costa num lugar irreconhecível. Eles aportaram em silêncio, em meio aos escombros que ainda flutuavam ao longo do cais, e se dirigiram à próxima rua, onde Sam mandara que um carro os esperasse.

O trajeto através da cidade também foi feito em silêncio, enquanto os dois olhavam a devastação causada pelo furacão.

Devastação física que acompanhava a emocional.

Ele engoliu em seco, deu uma olhada para Cait e voltou a observar a polícia e as equipes de resgate que dirigiam o tráfego e controlavam dezenas de veículos da imprensa, que disputavam lugar com voluntários e donos de empresas que queriam começar a limpeza.

Não. Ele precisava parar de pensar daquele jeito. Ainda não sabiam. Não até, como ela dissera, que tivessem a prova. E então os dois lidariam com o que fosse necessário.

O celular de Cait tocou, e foi um alívio. Depois de uma rápida conversa em que ela mais ouviu que falou, ela desligou.

_ O Jornal precisa de mim.

Ele assentiu e disse que a levaria até lá. Quando pararam na frente do estúdio, ela saiu do carro e se voltou._ Obrigada, Depois eu lhe conto como foi.

_Tem certeza de que não quer que eu vá junto?  perguntou ele pela terceira vez.

_A Amber deve saber por mim. Quanto mais cedo ela ficar sabendo, melhor. - Ela sorriu com ironia.  _Eu vou lhe fornecer a notícia que ela tanto está querendo.  Sam bufou, mas nada disse. Ela agradeceu novamente, despediu-se e foi embora.

Enquanto ela entrava no estúdio, sua cabeça ainda estava na ilha, longe de tudo e de todos . Era como se o tempo que haviam passado ali os tivesse isolado numa redoma. Agora, era enfrentar a realidade. Cait suspirou, pegou seu crachá e entrou no edifício. Estava na hora de se concentrar no que precisava dizer a Amber, Diga o que lhe vier à cabeça.  Fora o conselho de Sam. Ele tinha razão. Algumas de suas melhores matérias para o The Tribune tinham sido espontâneas e de improviso. Muita preparação fazia com que as coisas parecessem editadas demais ou roteirizadas. Aquele era um momento em que ela não queria soar falsa.

Com o coração acelerado, atravessou o corredor e perguntou a um assistente onde poderia encontra-la. Acabou entrando na cantina, parou na porta, correu os olhos pela sala e viu a mulher sentada num canto, conversando com Matt o produtor executivo do programa.

Cait respirou profundamente e se aproximou, com um sorriso no rosto.

A mulher a viu de longe, soltou uma exclamação, levantou e chamou a atenção de todos.

– Caitriona! Como você está? - Quis saber Amber fingindo preocupação _Você foi muito vaga ao telefone... Você estava na ilha com o Sam, não estava? O furacão atingiu a ilha ou passou ao largo? Houve muitos danos? Você tirou fotos? Sente-se e me conte tudo!

Consciente de ser o centro das atenções, Cait sorriu, cumprimentou a todos, se deixou abraçar e tocar e agradeceu a preocupação, até sentir a boca começar a doer de tanto sorrir. Quando a confusão se acalmou e todos voltaram às suas mesas, ela se inclinou e falou em um sussurro:

_Preciso falar com você em particular.

Amber ergueu as sobrancelhas.

_Claro. Vamos para a minha sala.

Elas levaram alguns minutos para sair da cantina e percorrer os corredores. Quando chegaram ao escritório Branco e Azul da Loira.

_O que houve? - perguntou Ela, curiosa. _ Você quer a minha opinião a respeito de alguma matéria nova?

_ Não. - a morena sentou na ponta da poltrona, sentindo suas entranhas se retorcerem. _ É sobre o Sam.

_ Ah.

Aquilo seria mais constrangedor do que ela pensara, Amber já havia se envolvido com Sam ou ainda achava que estava envolvida, ela não poderia prever a reação dela.

_Amber, Sam e eu... Eu e ele... Nós estamos... - Estamos o quê? Namorando? Dormindo juntos? Vamos ter um filho?  _Envolvidos  falou ela em voz fraca. É isso. Ponha suas habilidades em uso.

O silêncio se instalou, tornando-se ainda mais pesado, Em alguns segundos, várias emoções passaram pelo rosto de Amber  surpresa, confusão, perplexidade , até que ela franziu a sobrancelhas, demonstrando seu desagrado.

_Desculpe... O que disse?

_ Sam e eu estamos envolvidos.

A mulher cruzou os braços._ Sim, foi o que você disse, mas o que isso quer dizer? De uma maneira ou de outra, vocês sempre se envolveram.

_Nós dormimos juntos.

A loira arregalou os olhos.

_O quê? Quando?

Cait engoliu em seco._Há dez semanas, antes de ele ir para a França.  E nos dias anteriores... Mas ela nem precisava disser isso porque, pela cara de Amber, ela já deduzira.

A mulher começou a piscar e o seu silêncio dizia tudo ou quase nada. Em vez de tentar explicar e justificar Cait resolveu esperar.

Amber deu a volta na mesa, sentou-se e recostou na cadeira, com uma expressão que nada revelava.

_Compreendo. Uma festinha de despedida particular, não foi?

_Amber... - Como era difícil! _Naquela época vocês não estavam juntos...

_ Agradeço por você ter se preocupado... - O sorriso irônico de Amber atingia Cait como se fosse uma facada. _ Isso faz com que eu me sinta bem melhor.

_ Não planejei...

Amber ergueu a mão.

_Pare. Eu não preciso saber dos detalhes. - Ela ficou olhando para Cait, até que se sentiu queimar  pela humilhação e começou a suar.  _Quando eu falei em ter um filho, você não me disse nada.

Cait assentiu.

_ Sinto muito, eu não sabia o que dizer. Naquele momento, o que havia acontecido entre mim e Sam não passava de... Apenas uma vez. Nós havíamos resolvido esquecer e ir em frente. Mas, agora, depois dos últimos dias, nós conversamos e tudo se tornou um pouco mais... complicado.

_ Como?

Cait suspirou

_Só... complicado.

Amber franziu os olhos.

_Você não está grávida, está?

Cait ficou chocada ao ouvir a pergunta e precisou retomar o fôlego.

_O... o quê?

_Você está grávida?  repetiu Amber, com o rosto contraído.

Cait hesitou em negar,  mordeu o lábio e desviou os olhos.

_Sem comentários.

Amber estava furiosa mais se conteve. Ficou em silêncio, Cait ia fala alguma coisa mais ela a interrompeu e até então, Cait não sabia quem era a verdadeira Amber, a moça gentil ia se revela uma cobra, No dia seguinte  a notícia estava em todos os meios de comunicação, a polícia foi chamada pelos moradores para conter os paparazzi na frente de seu Apartamento. Na casa de Sam também não estava diferente. A mídia estava em Frenesi, e Caitriona só queria sumir.

Best Lovers ♡Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin