Capítulo 16

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Tive por tantos anos a companhia de Makenna, nossa amizade era tão forte e especial, que eu achava que não podia encontrar outras pessoas que fossem tão boas quanto ela. Tinha boa convivência com alguns dos criados de Aradaik, conversamos e trocamos piadas, entretanto nunca conseguia me divertir com eles como me divertia com Makenna.

A princesa e eu até parecíamos irmãs com tamanha ligação que tínhamos uma com a outra.

Eu começava a sentir uma ligação parecida agora com Keeran. Enquanto entregava o chá de maracujá para ele, torcia para que o príncipe conseguisse ter uma boa noite de sono e não tivesse mais um ataque de sonambulismo, assim não iria precisar guardar nenhum segredo de sua família achando que iria preocupá-los. Era orgulhoso demais para deixar que os outros lhe ajudassem, algo que com certeza deve ter vindo da mãe, porque Henrik é igualzinho.

— Esse chá é delicioso. — Keeran falou entre os goles que tomava, e, pela sua expressão, parecia está dizendo a verdade quanto ao chá está bom. — Muito melhor do que o de erva-cidreira que tomei ontem a noite.

— Erva-cidreira é boa para acalmar o organismo, mas as folhas de pé de maracujá são melhores. Vai ajudar a induzir seu sono e não terá mais insônia. — esclareci, me sentando à sua frente na mesa, comendo uma maçã e lhe lançando um sorrisinho. — Além de ser delicioso com o mel que acrescentei.

— Suas técnicas são demais — elogiou, colocando a xícara sobre a mesa quando já havia terminado. — Obrigada pelo chá.

— Não precisa agradecer, quando precisar é só pedir. — lhe lancei uma piscadela de brincadeira. — Você quer um pouco, Caswell?

Perguntei a cozinheira que se mantinha em silêncio enquanto terminava seu trabalho, um pouco tensa, percebi. Talvez pela presença do príncipe na cozinha, que não era muito comum.

— Chá? — perguntou ela, se virando e franzindo o cenho em minha direção. — Não sou muito fã.

— Eu também não sou, mas esse tá delicioso. — elogiou Keeran, com um pequeno sorriso nos lábios. — Você deveria provar.

— Toma logo, Caswell, pare de vergonha. — brinquei tomando a liberdade de colocar um pouco de chá em uma xícara e estendendo para ela. — Vai te fazer bem, terá uma boa noite de sono.

Percebi ela mordendo o lábio inferior disfarçadamente ainda meio indecisa se tomava ou não, ergui as sobrancelhas com um olhar de "toma logo". Caswell suspirou, secou as mãos no avental e se aproximou da gente, pegando a xícara em seguida. Não demorou para seus olhos se iluminarem de admiração e ela tomar todo o resto do chá em um gole só.

— Uau, uau. Isso é ótimo — declarou ela e abriu um sorriso satisfeito. — Posso tomar mais um pouco?

— É claro, boba. — ri pegando sua xícara vazia e a enchendo com mais chá, em seguida me virei para Keeran com curiosidade. — Eu nunca pensei que pessoas com poderes ligado a mente podia ter insônia.

Pelo menos é esse o poder que eu acho que ele tem. Nunca conversamos sobre isso.

— Eu não tenho exatamente poderes ligados a mente. — ele declarou me fazendo erguer as sobrancelhas, ainda mais curiosa. Keeran nunca havia usado seu poder em minha frente. — Eu tenho o poder de minha avó, poder gravitacional, que me permite criar campos de proteção. É um poder que acho bem mais fácil com os objetos. E tem várias outras habilidades nesse poder que ainda estou aprendendo a controlar. Também consigo mudar tal objeto para um outro, só que não dura por um longo período, esse eu puxei de meu pai. Foi um processo longo até conseguir aprender a controlá-los.

— Uau. — exclamei, impressionada. E percebi Caswell também o olhando admirada, talvez ela também não soubesse sobre os poderes do príncipe. Ele os escondia então? Ou não usava? — Isso é demais Keeran, você consegue mudar a aparência de alguém, consegue manipular a gravidade. Você é incrível!

A Veracidade das SombrasWhere stories live. Discover now