Capítulo 34

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Estava sentada em um banco do jardim tentando descobrir um jeito de como começar a conversar com Makenna e revelar que eu sou sua irmã. Estava enrolando demais e não queria mais guardar esse segredo, só não sabia como contá-lo.

Precisávamos ter uma conversa séria, algo que não tínhamos tido desde que chegamos aqui. Uma conversa para botar tudo para fora. Era assim que nossa amizade não acabava e não tinha intrigas, não escondendo nada.

Pensava em diversas maneiras de como começar.

"Estamos sempre dizendo que somos como irmãs por causa da nossa longa amizade e aproximação. E se fôssemos irmãs de sangue, o que você acharia? Ficaria feliz?"

— Nããoooo... — soltei um bufo de frustração, colocando as mãos sobre o rosto e apoiando o cotovelo no joelho. — Droga, isso é horrível. Nunca vou conseguir contar.

Suspirei e fechei os olhos por alguns segundos. Eu tinha vindo para o jardim para que o mesmo talvez pudesse me inspirar, mas continuava sendo impossível achar as palavras certas para contar esse tipo de coisa. Quanto mais eu tentava, mais ficava ruim. Eu sou péssima nisso.

— Também em um dia ruim?

Abrir os olhos ao ouvir aquelas voz que aprendi a reconhecer de primeira e a adorar. Lorcan. Ele sempre aparecia nas horas certas, conversar com ele com certeza me ajudaria.

— Não, só estou frustrada. — respondi, observando-o se sentar ao meu lado. Segurei meu sorriso quando ele não colocou uma distância grande entre nós, ao contrário, ficou bem perto. — Seu dia está ruim?

— Mais ou menos, coisas de Rei. — ele suspirou resignado. Parecia muito cansado. — A Rainha e seus filhos resolveram sair em um passeio de família, deixando as reuniões comigo nas mãos do Duque de Sathar, Alik. Ele é difícil de lidar, não falamos a mesma língua.

Como a Rainha teria que ir embora logo, infelizmente, de volta para o Bosque e nunca mais poder voltar, ela estava aproveitando esse tempo com seus filhos. Eu não sabia ao certo o que eles iriam fazer para ajudar Keeran, o que restava era esperar para ver.

— Sinto muito. — soltei uma risada. — Lorde Alik é bem difícil mesmo.

Eu conhecia bem a personalidade do duque. Ainda bem que me afastei dele antes que...sei lá, antes que ficasse ainda mais complicado.

— E você? Qual é a frustração?

Meu peito se aqueceu com sua pergunta, seu tom todo preocupado. Lorcan é...incrível.

— Sou péssima com palavras. — bufei, revirando meus olhos. — E estou tentando não explodir com tantas revelações.

— Não pode explodir sem antes pagar pela dança que me deve. — revirei os olhos com sua brincadeira, mas acabei abrindo um pequeno sorriso. Eu estava ansiosa para dançar com ele, só precisava surgir a oportunidade. — Posso te ajudar em algo? Nas palavras.

Ponderei sua sugestão em me ajudar, decidindo se contava ou não a descoberta que estava me sufocando e sempre aparecia em minha mente quando parava para respirar e pensar. Eu confiava em Lorcan, afirmei para mim mesma me surpreendendo ao perceber que era uma grande verdade, e ele parecia sempre disposto a me ajudar. E sempre sabia o que falar.

Esse homem é incrível. Perfeito. Maravilhoso.

— Primeiro, não vou perguntar se sabe guardar segredo porque acho que sabe. Tem que me prometer que vai levar isso para o túmulo, não contará a ninguém — pedi, me aproximando mais dele no banco e segurando uma de suas mãos. Estou falando sério sobre a promessa, mas é uma boa oportunidade para ficar mais perto dele. — Estou confiando em você, pode prometer e jurar isso?

A Veracidade das SombrasWhere stories live. Discover now