Capítulo 36

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Durante a última hora todos nós nos unimos e arrumamos a bagunça que a Rainha e seus filhos fizeram na Torre Leste.

Henrik acabou por chamar seu amigo para ajudá-lo a levar Keeran para seu quarto, já que o mesmo continuava inconsciente e Makenna não se afastava de jeito nenhum dele. Até tentei falar com a minha amiga, mas a mesma não ouviu e seguiu segurando a mão de Keeran enquanto Conrad o levava para o quarto. E ele fez isso sozinho, mostrando o quanto era forte. Fazendo jus aos músculos que tinha.

Só restava eu e Weynar limpando o chão do cômodo onde havia sido feito a cerimônia. Ali era o local onde alguns guardas ficavam para ter uma melhor visão do que tinha além das muralhas do castelo, e só não estavam ali hoje porque a ex-Rainha tinha dado um jeito, porém, estariam amanhã e ninguém podia desconfiar que no cômodo foi feito uma cerimônia.

Enquanto limpo, vou pensando no que aconteceu. Não entendo como minha amiga veio parar aqui e porque ela não me respondia de jeito nenhum. Ela estava em transe, mas ninguém sabe como responder o porquê desse transe. E ainda tinha a imagem de Eloá sumindo na minha mente.

— Como sua mãe desapareceu daquele jeito? — perguntei a Weynar depois de um tempo.

Estava começando a ficar incomodada com o silêncio, não aguento isso, e estava com muita coisa na cabeça. A princesa era tão alegre e falava tanto que era meio estranho ficar perto dela e a mesma não tentar puxar nenhum papo. É nesses momentos que você percebe o quanto já está acostumada, e gosta, do jeito da pessoa.

Sei que ela estava triste com a ida da sua mãe, e diziam que fazer perguntas sobre a pessoa que foi embora não era a melhor coisa, mas talvez estivessem errados. Talvez ela precisasse conversar para se distrair.

— Era um feitiço. Ela fez com que ele fosse ativado dois minutos depois que acabasse a cerimônia. — Weynar me respondeu em um tom melancólico. Meu coração dói por ela. É horrível vê-la tão tristonha. — Era especialmente para acabar com a existência dela aqui, como humana, e sua parte que não morreu séculos atrás voltasse para o Bosque. E lá ela irá impedir que as almas tentem voltar para o castelo ou qualquer outro lugar, mesmo que agora Keeran já esteja protegido.

Balancei a cabeça, compreendendo suas palavras, enquanto eu guardando os utensílios de limpeza, assim que acabamos de limpar o chão, e ela pegava o que restará das velas para levar para guardar. Só consigo pensar em quanto Eloá era poderosa mesmo, nunca imaginei que um feitiço desse, que ela fez nesta noite, existia.

— Weynar...— me aproximei da princesa e peguei em sua mão com delicadeza. — Se precisar conversar, ou apenas se precisar de uma amiga para te alegrar, pode contar comigo, certo? Ficarei muito feliz em dançar com você, mesmo sem música, até você está mais alegre.

Gosto muito de dançar e isso me alegrar nos momentos mais difíceis, então estou sugerindo o mesmo para ela.

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios antes mesmo que eu terminasse de falar, e ela não demorou a fazer um dos gestos que a tornava especial: me deu um abraço apertado. Os abraços dela eram os melhores.

— Obrigada, Allyria. Lembrarei disso.

Abrir um sorriso e depositei um beijo em sua bochecha assim que ela se afastou, um gesto carinhoso que prolongou seu sorriso por mais alguns segundos. Uma pessoa que distribuía carinhos também precisa de alguns, todos precisam, até a mais fria das pessoas.

— Vamos encontrar os outros e ver como está Keeran. — declaro, dando uma olhada para ver se não esquecemos nada no cômodo.

Weynar concorda com a cabeça e saímos em seguida do local para guardar as coisas que estávamos usando, para então depois ir até o quarto do Keeran, onde os outros estavam. Esperava que o príncipe mais novo já estivesse acordado e minha amiga voltado ao normal, e ambos estivessem recebendo informações do que aconteceu, e estivessem bem.

A Veracidade das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora