hq e música

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Capítulo quatro

- Você realmente acha que não dá para falar de mim para ela? - Hoseok continuou insistindo. - Cara, é a minha chance e meu melhor amigo senta bem atrás da garota então, por que você não está feliz em me ajudar?

Continuei rabiscando na areia com um galho seco enquanto ouvia o barulho da bateria de Jungkook:
- Por que eu não quero fazer isso, será que já não é motivo suficiente? - Ele engoliu o último pedaço do sanduíche e me olhou incrédulo, uma imagem até engraçada de se ver. - Tá, eu falo de você para ela mas vou dizer que você é o cara mais pé no saco que existe!

Seus lábios se contraíram em um sorriso e o garoto correu de volta para a sala de música onde estava ensaiando antes de me ligar afirmando que havia descoberto algo muito importante - Que no caso, era que eu sento atrás da Jeongyeon na aula de artes. -, cada um decide o que é importante, afinal. Joguei a mochila nas costas e caminhei pelo corredor da escola até minha sala. Na primeira banca da fila do meio está a garota que terá a sorte - Ou o azar, dependendo do seu ponto de vista. - de conhecer Jung Hoseok. Sentei-me atrás da sua banca e aterrissei meus livros na mesma.

Enquanto ouvia a voz calma do professor de artes, rabisquei alguns nomes em uma folha aleatória do meu livro, nomes que combinassem com ela, com a voz, com o cabelo e até com o jeito desengonçado tirando o HQ do bolso do avental. Nomes delicados e alguns mais fortes, rabisquei também frases dos meus livros favoritos - Que talvez ela conheça. -. A aula acabou e no final quando estava pegando a bolsa falei que havia um amigo que queria muito a conhecer, por fim ela me deu seu número e saiu com os livros contra o peito.

Todas as quartas-feiras meu irmão vem me buscar na escola já que ele larga mais cedo, hoje não foi diferente: ele estava me esperando dentro do carro enquanto conversava com um amigo do futebol.

- O treinador da equipe de basquete perguntou se tem algum interesse em entrar para o time, você tem? - Meu irmão perguntou dando partida no carro e manobrando-o pelo estacionamento. - Appa ficaria feliz se você aceitasse, você sabe.

No mundo Jungki só fazia tudo o que appa julgasse certo e legal. Ele não costumava fazer o que gostava realmente, quando éramos mais novos costumavamos compartilhar segredos, histórias de diversos momentos que aconteceram em nossas vidas e achávamos importante para nós dois. Mas depois que crescemos, ele passou a andar em uma linha reta que appa traçou para se tornar o filho perfeito do homem perfeito. Ele tentou fazer o mesmo comigo mas não deu certo, por esse motivo, Jungki agora não divide mais o quarto comigo e raramente temos momento de irmãos. Contudo, sou capaz de entender que tudo o que ele faz é para o bem da nossa família, mesmo que vez ou outra acabe exagerando.

- Não, pode avisar a ele que não tenho interesse. - O respondi tirando os fones de ouvidos e depositando na mochila.

- Achei que tivesse levados os seus gibis... - Ele falou vagamente.

- E levei, mas os emprestei. - O respondi calmamente.

Omma, assim como Jungki havia mencionado, queria me dá o tal dinheiro que havia pedido. Porém, não aceitei lhe dei qualquer desculpa esfarrapada para não dizer que havia emprestado todos as minhas revistas que ela me comprou. Ela também disse que precisava de ajuda no salão, - Ela sempre precisa da minha ajuda desde que eu completei treze anos de idade. - Por que segundo ela mesma com essa idade já podia dá palpite sobre algumas questões na moda feminina, não negativas - Obviamente, nem tendo todas as idades do mundo poderia dá palpite em alguma coisa que não está presente em minha vida, como a moda feminina. - Mas para omma, eu deveria dar palpites que pudesse aumentar a autoestima das mulheres, como elogios. Não que eu ache que a opinião de um cara muda em alguma coisa mas todos nós gostamos de receber elogios, então eu simplesmente digo "Wow, esse corte de cabelo realmente combinou com o seu rosto!" Ou então "Você ficou incrível com esse vestido, quanto bom gosto!" Omma sempre me dizia que as clientes saiam sorridente, radiantes como ela mesma dizia.

Caminhei até a última casa da rua onde moro, lugar onde se localiza o salão de eomma. Ela está de fato atarefada hoje. O que resultou em muito trabalho, bastante trabalho para mim também, comecei cuidando do caixa e acabei cuidando de cada canto do salão. Também liguei para algumas clientes para remarcar.

- Pode ir agora, se quiser. - Ela falou enquanto cuidava do cabelo de alguém. - Eu fecho, peça uma pizza e coma com seu irmão.

Afirmei com a cabeça e tirei o avental amarelo do meu corpo. Me despedi da senhora de rosto juvenil e me dirigi de volta a minha casa, o que me custou menos de cinco minutos. Jungki estava com seus amigos do time de futebol na calçada, ouvindo músicas e comendo alguma coisa muito verde e ruim - Já que ele tem uma dieta regrada. -.

- Hoseok está enlouquecendo aí dentro. - Ele me avisou quando passei por eles.

De fato meu amigo está enlouquecendo, está com a geladeira aberta enquanto conversa no celular, observação: ele está sentado no sofá. Instintivamente corri em direção a geladeira e fechei, se Appa ao menos sonhar com uma coisa dessas estamos todos mortos antes de pensar em um plano de fuga. Na verdade, antes mesmo de sabermos do por que estamos sendo mortos.

- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei sentando-me em uma bancada do armário.

Ele me ignorou até desligar melosamente do telefone:
- Ela me ligou! Dá para acreditar?!

- Claro que dá, eu quem falei de você para ela. Precisava ver o quanto eu tive mentir para isso acontecer. - Revirei os olhos e ele me olhou sério.

- Agora precisamos procurar uma para você... Vejamos, Lalisa?

- Não, não precisamos procurar ninguém para mim.

- O que? Você já tem? Não acredito que não me contou!

- Eu não tenho ninguém, Hoseok, esquece esse papo você já tem a garota dos seus sonhos agora vai embora.

- É claro que não vou, pede alguma coisa para comer por que eu já estou passando mal de tanta fome.

Lapso De ResignaçãoWhere stories live. Discover now