A Dor de Cabeça é o Último dos Meus Problemas

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A cabeça de Harry latejou.

Ele tentou se espreguiçar, e constatou que seus músculos estavam doendo. Um pequeno gemido escapou dos seus lábios, e de repente ele ouviu passos. Alguém se aproximou de onde quer que estivesse deitado – uma cama? Era macio o suficiente – e ele ouviu alguém dizer,

- Ele está acordando! - não havia duvidas de que era Madame Pomfrey, a medi-bruxa encarregada da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Ele abriu os olhos, esperando encontrar o ambiente familiar da Enfermaria de Hogwarts, mas ao invés disso ele se deparou com um pequeno aposento lindamente decorado. Nas paredes estavam penduradas tapeçarias em vermelho escuro e dourado, e a mobília estava espalhada com bom gosto ao redor do cômodo. Do lado oposto ao que estava havia uma janela que se estendia do chão quase até ao teto, através da qual ele viu céus escuros e chuva pesada batendo contra o vidro.

Bem próxima à cama, do lado esquerdo de Harry, estava Madame Pomfrey. Ela estava lançando alguns feitiços curativos nele, se Harry não estava enganado. Ele a olhou; havia alguma coisa estranha sobre ela. Estava vestindo o mesmo uniforme que sempre usou, mas havia alguma coisa. Harry sabia que não seria capaz de dizer o que era naquele momento, então ele apenas ignorou isso por agora.

Harry tentou se levantar, mas uma mão forte o segurou.

- Você deveria continuar deitado um pouquinho, Harry. – disse uma voz que ele conhecia muito bem.

Harry piscou.

– Professor Dumbledore? – ele guinchou. Dumbledore sorriu, seus olhos brilhando.

- Olá Harry. Bem-vindo de volta. Eu imagino que esteja com algo como uma dor de cabeça da batalha?

Harry ficou olhando para ele, sem entender nada. Batalha? Que batalha?

- Agora, eu suponho que devo te deixar descansar, antes que Papoula bata na minha cabeça por incomodar seus pacientes. Ela não queria que nenhum de vocês dois recebesse visitas, mas eu consegui convencê-la a me deixar ver você.

Harry imaginou se ele queria dizer Rony, ou talvez Hermione.

- Mas antes de eu ir embora, você gostaria de algo para beber? – ele perguntou. – Um pouco de chá, ou talvez leite? Eu não vou te dar nada das coisas mais fortes por enquanto.

Harry ficou olhando para ele de novo. De que coisas mais fortes ele estaria falando?

- Um copo de leite está ótimo. – Harry respondeu, e então teve uma percepção tardia.

Aquela definitivamente não era sua voz.

Por sorte, tanto Madame Pomfrey quanto Dumbledore já tinham saído do quarto; logo, eles não viram a expressão confusa no rosto dele. Harry pulou fora da cama tão logo a porta foi fechada atrás dos dois. Ao que ele afastou os cobertores, teve um vislumbre das suas mãos. Aquelas não eram suas mãos. Elas eram maiores, e mais masculinas que as suas. De novo, ele imaginou o que estava acontecendo no mundo mágico.

Rumou até o espelho no lado direito do quarto. Era um espelho bonito com borda de ouro, mas Harry não reparou. Ele estava ocupado demais olhando fixo para o rosto que parecia lhe pertencer.

Ele levantou o rosto para analisar suas feições. Ainda era ele, pensou, porém parecia mais... velho? É, era isso. A infantilidade da sua compleição desaparecera e fora substituída por uma face marcante. Seu nariz, que sempre fora pequeno e redondo, continuava praticamente pequeno, contudo agora estava reto e um tantinho mais pontudo. As maçãs do seu rosto pareciam mais fortes, sua linha mandibular mais definida.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora