Animar Alguém

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Ele piscou, e refletiu se tinha ido para o Céu. Tudo à sua volta era branco, branco, branco... Então a dor o assaltou, e ele percebeu que aquilo definitivamente não podia ser o paraíso. Ele grunhiu levemente.

Ele sentiu alguém pegar sua mão. Outra mão foi posta na sua testa. Harry sentiu um calor atravessar o seu corpo; ele gemeu e se mexeu, tentando chegar mais perto das mãos em questão.

- Fique quieto Harry, ou as coisas só vão ficar piores. - disse uma voz que Harry conhecia bem demais.

O rosto de Draco apareceu sobre ele, seus lábios formando um pequeno sorriso torto. Harry estava surpreso, para falar o mínimo, com a repentina mudança de essência do comportamento do loiro em relação a ele. Ele ainda se lembrava de como Draco agira antes... antes do seqüestro. As lembranças o abarrotaram, e ele se lembrou dos Hanawalts, das crianças chorando, da mãe, do sr. Hanawalt, dos Comensais da Morte, de como o sr. Hanawalt fora forçado a atirar nele, e ele lê lembrou de dor, dor e mais dor...

Harry fechou seus olhos bem apertados, tentando bloquear as memórias, mas elas apenas vieram com mais força.

- Os Hanawalts estão num hospital trouxa. - Draco disse, parecendo ler os pensamentos de Harry. - Colocamos proteções neles para assegurar que eles não possam ser tocados, e uns caras trouxas em uniformes estão os vigiando. - Draco se sentou e tirou as mãos de perto de Harry. O Garoto-Que- Sobreviveu gemeu quando a sensação calorosa desapareceu.

- Volta aqui. - ele sussurrou silenciosamente, sua garganta seca com um deserto. Podia até imaginar o sorriso pontudo de Draco crescendo já que admitira que precisava dele. Ainda assim as palavras tiveram o efeito desejado, já que o sonserino pusera suas mãos nele de novo, dessa vez colocando-as na sua lateral. Ele tremeu quando o loiro encostou na área machucada e dolorida onde a segunda bala o atingira.

- Relaxe. - Draco falou. - Vai doer no começo, mas vai ser bom para você.

Harry se deixou seguir o conselho de Draco e relaxou. Cedo o bastante, a ótima sensação quente estava correndo pelo seu corpo de volta. A dor diminuiu ao que a energia curativa fez seu caminho até a outra ferida de bala.

Ele se sentiu ficar sonolento de novo, seus olhos se fechando contra sua vontade própria. Ele ouviu a voz suave de Draco murmurando: - Durma, Harry. Eu vou ficar aqui. - e no instante seguinte ele se deixou derivar no sono.

Harry acordou no que devia ter sido horas depois, pela mudança que a luz no quarto tinha sofrido. Ou talvez fosse só o seu cérebro confuso que não tivesse interpretado as imagens direito? Ele não sabia, mas de acordo com o relógio na parede - um relógio trouxa, por sinal - era agora cinco da tarde. Ele também percebeu, pela aparência do quarto e pelo jeito da cama em que estava, que aquele era um hospital - muito provavelmente o Hospital de St. Mungus. Harry duvidava que o pusessem num hospital trouxa. As paredes eram pintadas num cinza chocho, as cobertas brancas e finas. O camisolão de hospital que estava vestindo combinava; era tão branco quanto. Na mesinha ao lado da cama estava a única coisa que dava alguma cor ao quarto: um buquê de gardênias brancas, com florzinhas azuis e folhas verdes a toda a sua volta.

Ele deu um grande bocejo, se espreguiçou e então ofegou de dor quando as áreas machucadas ao redor das suas feridas se esticaram.

Ele viu uma figura pelo canto do olho, parada à janela.

- Fique quieto, Potter. - Draco lhe disse - Ou então você vai fazer essas feridas abrirem de novo.
Harry murmurou por entre a sua respiração.

- Não, - o loiro lhe respondeu - eu posso não ser sua mãe, mas fui eu quem esteve tomando conta de você por três dias seguidos, e não é lá muito divertido sentar e ficar olhando uma pessoa em coma.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora