Eu Não Posso te Ajudar se Você Não me Conta

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O professor Dumbledore apareceu lá à tarde. Harry se surpreendeu de vê-lo ali, mas rapidamente se deu conta de que o pesadelo que ele e Malfoy tinham vivido era mesmo uma visão, e essa era a razão por trás da visita do diretor. Isso já tinha acontecido antes, e usualmente era entre um e alguns dias antes de acontecer de verdade, o que dava à Ordem algum tempo para se preparar.

- Sirius e Remo vão vir aqui à noite. – Dumbledore disse quando se sentaram para o chá. Hermione e Rony; que certamente fora informado pela esposa sobre todo o acontecimento da manhã; estavam sentados em um sofá, enquanto Harry e Malfoy estavam no outro. Dumbledore conjurou sua poltrona favorita e sentou-se com uma xícara de chá fumegante nas mãos.

Quando Dumbledore mencionou Remo e Sirius, o coração de Harry pulou.

- Mas, se vocês pudessem, eu gostaria de ouvir a visão agora, então eu poderei voltar e entrar em contato com os bruxos necessários da Ordem. – ele continuou.

Malfoy consentiu com a cabeça. Harry pegou a mão dele – eles precisavam manter a imagem de um casal perfeitamente feliz (mesmo que um pouco estranho). Ele se assustou ao encontrar Malfoy tremendo, e lhe deu um aperto reconfortante. Malfoy lhe disparou um olhar, cheio de confusão e um pouco de agradecimento.

Então Malfoy começou a contar para Dumbledore o que vira. Harry estava feliz que fizera o loiro reviver a visão uma vez antes – não faria bem a ninguém ele se descontrolar e vomitar agora.

- Você reconhece algum dos trouxas? – Dumbledore perguntou depois que Malfoy terminara.

Malfoy fechou os olhos, tentando se lembrar. – Não. – ele disse, finalmente.

- Havia alguma coisa neles que pudesse dizer de onde ou quem eram?

Malfoy estava tremendo, seu rosto mais pálido que o comum, mas ele fechou os olhos de novo e tentou relembrar. – O homem, o que mataram por último... ele tinha uma arma no cinto. Eu sei porque a tomaram dele... E atiraram em alguma coisa, mas eu não pude ver em que foi...

- Algo sobre os outros?

Harry pôs uma mão no ombro de Malfoy. O loiro parecia próximo a um ataque nervoso, mas não protestou ao que Dumbledore continuou interrogando-o.

- Eles... eles todos tinham o mesmo cabelo... A mulher e as crianças... a família dele. Aqueles bastardos... mataram a família dele bem na frente dos seus olhos...

Malfoy tinha a cabeça apoiada nas mãos, e Harry tentou acalmá-lo fazendo círculos nas costas dele com os dedos. Malfoy passou as mãos pelos cabelos copiosamente num trejeito nervoso.

- Eu sinto muito por colocá-lo nisso, Draco, mas eu preciso saber. – Dumbledore disse. – Qual era a aparência deles? Cor de cabelo, altura, qualquer coisa específica.

Malfoy respirou fundo e falou em volume baixo. – Havia uma menininha... de no máximo uns três anos. Ela estava usando algum tipo de vestido, ou blusa e saia, eu não sei. Tinha também um menino, de uns sete ou coisa assim. Eu não lembro o que ele vestia... E então tinha a mulher... Ela era linda. Ela tinha cabelo comprido castanho escuro, quase preto, assim como seus filhos... O que mataram por último... tinha um cabelo muito mais claro, e também muito mais avermelhado... Ele tinha por volta de trinta e cinco anos, acho... Usava uma camisa que dizia alguma coisa como "Loja de armas de Londres" ou do tipo... Eu não consigo me lembrar...

Malfoy estava falando num murmúrio no fim, e quando sua voz morreu pela última vez, Harry disse, - Chega. Ele vai ter um colapso total se você não deixá-lo descansar agora.

Dumbledore assentiu com a cabeça e sorriu tristemente. – Obrigado, Draco. Vamos fazer nosso melhor para encontrar essa família e assegurar que ela não vai ser machucada.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora