Quando tudo vem abaixo

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"Como assim você não sente mais suas pernas?" Harry perguntou estupidamente. Seus orgãos internos viraram gelo com as palavras do namorado.

Draco pareceu dar de ombros, apesar de praticamente não mexer nada mais. "Eu não sinto mais as minhas pernas," ele disse. "Não consigo movê-las nem sentí-las."

Hermione o fitou, seus olhos largos e se enchendo de lágrimas. Ela não choraria, Harry sabia disso. Ela sabia, assim como ele, que tinham que ser fortes.

"Por Merlin," Dumbleodore murmurou, seus olhos azuis observando Draco com preocupação. "Claro, a visão teria sido um choque para o seu sistema e com o veneno tão infiltrado o resultado seria ainda pior."

"O que você quer dizer?" Harry perguntou, sua mente estava lenta, em choque.

"Ele quer dizer que o veneno tomou conta de Draco ainda mais enquanto estava fraco da visão. O paralisou," Hermione explicou. Ela se levantou, caminhou até o outro lado da cama e alcançou Draco. "Eu vou beliscar suas pernas, e você vai me dizer quando sentir algo, okay?"

Draco acenou que sim.

Hermione começou com os pés de Draco, beliscando cada um de seus dedos, depois seu pé, calcanhar, tornozelos, canelas, joelhos e a frente e as costas de sua coxa. Draco não disse uma palavra durante o processo, mas Harry pode ouvir sua respiração ficar irregular quando percebeu exatamente quanto de seu corpo ele não sentia de forma alguma.

Finalmente, quando ela tocou seus quadris, ele sentiu suas mãos em seu corpo novamente e a alertou a isso. Sua voz estava grossa quando disse, "Não precisa continuar, Granger."

Hermione não o fuzilou com os olhos por usar seu sobrenome, pelo contrário, seus olhos se encheram de algo parecido com dó. Ela se sentou de volta em sua cadeira.

Naquele momento Rony voltou ao aposento com Ariel chorando em seus braços. Logo atras vinha Gina com o outro bebê. Gina tinha a aparência cansada, como se tivesse acabado de acordar – o que provavelmente era verdade – porém havia uma aura de controle e segurança ao seu redor quando conjurou uma cadeira e se sentou ao lado de Hermione. Ela entregou o bebê para Hermione e se virou para Draco e Harry na cama. Harry ainda segurava o loiro, temendo o que aconteceria se o deixasse. Ele nunca queria soltá-lo. Draco, por sua vez, apenas deitava ali, com os olhos fechados. Harry imaginou que ele havia cochilado novamente.

O diretor recontou a visão de Draco para Gina e os olhos da garota alargaram de susto.

"Eles são fortes o suficiente para pensar que conseguem invadir Hogwarts?" perguntou.

"Eles têm ficado muito fortes" Hermione disse. "Nas últimas semanas houveram vários desaparecimentos entre os trouxas que ninguém consegue explicar, e os jornais têm reportado um aumento no número de tiroteios. Estão havendo assassinatos na comunidade bruxa que se assimilam demais aos feitos de Voldemort para não serem. As vítimas foram torturadas, baleadas e colocadas onde sabiam que os corpos seriam descobertos."

"Por que não nos disse?" Harry perguntou ao ouvir as notícias pela primeira vez.

"Pensamos que seria melhor se se concentrassem em achar uma cura para o veneno, do que se preocuparem sobre coisas que não poderiam mudar." Gina respondeu com um leve tom de culpa.

"Que não poderiamos...Você esconde notícias sobre bruxos sendo assassinados porque acha que não conseguiriamos lidar com isso?" Harry perguntou levantando a voz. O que lhe restava dos nervos fora embora com as palavras de Gina. Sentiu seu mundo e sua vida despedaçar, porém foi tomado por um calor humano e uma voz que dizia:

'Se acalme, Harry. Não fique nervoso, não ajudará.'

A voz era fraca até dentro de sua mente, mas Harry manteve a conexão com Draco e respirou fundo para se acalmar.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora